Plutão fala-nos do poder, mas dum poder que, por ter sido proibido, foi negado e reprimido.
Deslocação diária: negligenciável (menos de 2 minutos)
Tempo necessário para completar uma deslocação ao longo do zodíaco: cerca de 248 anos (de 10 anos a 30 anos por signo, devido à sua grande variabilidade de deslocação)
Retrogradação: uma vez por ano, durante cerca de 5 meses
Casa associada: oitava
Signo que rege: Escorpião
Personagens simbolizadas: criminosos, partidários de grupos violentos, fascistas e nazis; Bruxos e magos negros. Polícias secretas, espiões e torturadores. Psicanalistas e terapeutas.
Funções fundamentais: regeneração das forças instintivas arcaicas (ctónicas), transformação e purificação dos complexos emocionais e dos tabus, activação das energias criadoras divinas emergentes do inconsciente (pessoal e colectivo), renovação integral do ser, desnudamento das prisões do ego. Desintegração das forças imobilizadoras e corruptoras.
Valores positivos: autodomínio, capacidade curativa (física e psíquica), capacidade transformadora e regeneradora, grande força de vontade, resistência, compreensão das forças e dos poderes da vida, conhecimento das profundezas do ser, domínio das energias instintivas.
Comportamentos negativos: isolamento, mutismo, secretismo, rigidez e frieza emocional, sentimentos de culpa, de rejeição e de desamparo, fragilidade e vulnerabilidade emocional, auto-repressão, autodestruição, paranóias, mania da perseguição, desejo de vingança, possessividade, domínio tirânico e manipulador do ambiente e dos outros, vitimização, manipulação, chantagem emocional, culpabilização, violência, crueldade, ambições compulsivas, pensamentos e actos obsessivos, angústias, masoquismo ou sadismo, intolerância, cultivo do grotesco, do horrível, e do macabro, magia negra, desejo de omnipotência.
Outras representações e especificidades de Plutão:
Para o ego, Plutão, representa o Domínio do Caos, o Mundo das Trevas, os poderes ctónicos, aquela parte do universo psíquico, a prima mater, que por rejeição humana nunca se permitiu ser elaborada em novas qualidades e conteúdos mais luminosos ou humanamente organizados.
Mas o que se relega como perigoso são as forças que vivificam a sexualidade, a instintividade, a corporalidade; todos os processos automáticos e orgânicos, onde se aplicam as energias materialmente criadoras, transformadoras e destruidoras, todos os processos que permitem à pessoa a sua sobrevivência, o seu crescimento e a sua afirmação construtiva no mundo.
Se o ego foi criado a despeito da vida e da natureza, contextualizado no Céu, no imaterial, na razão, na ascensão, no brilho, na unilateralidade dualista, no domínio das forças naturais, na repulsão do considerado inferior, sujo, pecaminoso, mau e perigoso (como muitas das emoções e desejos que são pouco apreciados e nada valorizados, mas antes reprimidos, pelo educador Saturno), então, Plutão, a marca da repressão, mas também da transformação e da libertação, obriga o ego a descer às profundezas, à terra, à matéria densa, aos instintos, às paixões incómodas, ao mundo das ambivalências e das emoções e desejos proibidos para resgatar a natureza humana.
A sua missão é regenerar e libertar a psique humana dos seus obstáculos e pesos emocionais; é permitir a ascensão dos instintos criadores, investindo a pessoa com a chama do poder; é desintegrar as ilusões, os tabus, os impedimentos e as dependências, prisões e fragilidades emocionais, revolvendo violentamente as profundezas psíquicas da pessoa bem como o seu passado, desnudando e despojando até trazer até à consciência a essência nuclear que existe em cada um. Plutão é o mestre que ensina a forma correcta de se utilizar o poder e as energias pessoais para a transformação pessoal e do mundo.
Ao contrário de Marte, com Plutão, os esforços não são só pela sobrevivência e pela realização pessoal, mas estão ao serviço de uma força maior, com um propósito suprapessoal; as forças já não são criadas pelo indivíduo, já não surgem a partir dele, mas são forças universais que se expressam através dele. O indivíduo já não luta apenas por si e para si; a batalha é colectiva assim como o desejo; é a propriedade cósmica que assume em cada indivíduo uma forma particular.
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