
16 Agosto 1954 - Kapuskasing, Ontario (Canada)
Acima: James Cameron no set, mostrando cenas já filmadas de 'Avatar' aos actores Sigourney Weaver, Joel Moore e Sam Worthington.
Quando vi «Avatar» já tinha lido sobre o contexto de Pandora dentro do filme. Como sabem, o filme concentra-se num conflito em Pandora, uma das luas de Polifemo, um dos três gigantes gasosos fictícios que orbitam a estrela Alpha Centauri, a 4,4 anos-luz da Terra. Em Pandora, os colonizadores humanos e os nativos entram em guerra pelos recursos do planeta e a continuação da existência da espécie nativa.
Pandora é habitado por uma espécie de humanóides chamada Na'vi. Medindo quase 3 metros de altura, com caudas, ossos naturalmente reforçados com fibra de carbono e pelo bioluminescente, os Na'vi vivem em harmonia com a natureza e são considerados primitivos pelos humanos. Eles veneram uma deusa chamada Eywa. Os humanos não são capazes de respirar na atmosfera de Pandora, a qual é rica em dióxido de carbono, metano e amónia.
A minha intenção não é fazer uma análise ao filme. Neste momento estou interessado em tentar perceber o mundo de fantasia existente na cabeça de James Cameron, que começou a escrever o roteiro em 1995, buscando inspiração em toda a ficção científica que lida desde criança.
Quando vi o filme, senti-me profundamente atraído por Pandora e toda a sua envolvência, enquanto planeta, do que pelo enredo propriamente dito. Interessei-me mais pelas bases e o substrato criado por James Cameron do que pela 'story'. Sabia que havia muito mais material do que o argumento de 144 páginas do filme. Por isso, quando o filme nos coloca em Pandora, a certa altura da narrativa, dei por mim a dizer em voz alta 'Pern'. Podem crer que estremeci. E fiquei a ver o resto do filme, como se estivesse envolto numa bolha que me fez recuar no tempo, sempre atento a tudo o que dizia respeito a Pandora: geografia, flora, animais, os nativos Na'vi, a sua linguagem. Tive que ver o filme segunda vez para me aperceber bem do filme, enquanto filme, enquanto narrativa cinematográfica.
Foi quando de facto realizei que, sendo James Cameron 6 anos mais novo do que eu, era muito provável que tivéssemos lido os mesmos livros de 'sci-fi and fantasy'. Eu sou (sempre fui) um fã incondicional. Ele, com os seus vários filmes (lista mais abaixo), também demonstrou ser apreciador deste género literário. Com uma desvantagem para mim: vivo em Portugal e as novidades chegavam atrasadas, nem havia internet, como hoje, para se saber coisas e comprar na Amazon. As novas gerações talvez nem conheçam os nomes que mencionarei neste artigo.
Pandora é habitado por uma espécie de humanóides chamada Na'vi. Medindo quase 3 metros de altura, com caudas, ossos naturalmente reforçados com fibra de carbono e pelo bioluminescente, os Na'vi vivem em harmonia com a natureza e são considerados primitivos pelos humanos. Eles veneram uma deusa chamada Eywa. Os humanos não são capazes de respirar na atmosfera de Pandora, a qual é rica em dióxido de carbono, metano e amónia.
A minha intenção não é fazer uma análise ao filme. Neste momento estou interessado em tentar perceber o mundo de fantasia existente na cabeça de James Cameron, que começou a escrever o roteiro em 1995, buscando inspiração em toda a ficção científica que lida desde criança.
Quando vi o filme, senti-me profundamente atraído por Pandora e toda a sua envolvência, enquanto planeta, do que pelo enredo propriamente dito. Interessei-me mais pelas bases e o substrato criado por James Cameron do que pela 'story'. Sabia que havia muito mais material do que o argumento de 144 páginas do filme. Por isso, quando o filme nos coloca em Pandora, a certa altura da narrativa, dei por mim a dizer em voz alta 'Pern'. Podem crer que estremeci. E fiquei a ver o resto do filme, como se estivesse envolto numa bolha que me fez recuar no tempo, sempre atento a tudo o que dizia respeito a Pandora: geografia, flora, animais, os nativos Na'vi, a sua linguagem. Tive que ver o filme segunda vez para me aperceber bem do filme, enquanto filme, enquanto narrativa cinematográfica.
Foi quando de facto realizei que, sendo James Cameron 6 anos mais novo do que eu, era muito provável que tivéssemos lido os mesmos livros de 'sci-fi and fantasy'. Eu sou (sempre fui) um fã incondicional. Ele, com os seus vários filmes (lista mais abaixo), também demonstrou ser apreciador deste género literário. Com uma desvantagem para mim: vivo em Portugal e as novidades chegavam atrasadas, nem havia internet, como hoje, para se saber coisas e comprar na Amazon. As novas gerações talvez nem conheçam os nomes que mencionarei neste artigo.


No início dos anos 80, numa ida a Nova Iorque, lembro-me de ao passar por uma das gigantescas livrarias 'Barnes and Nobles' ter ficado surpreendido com uma das montras em que nos mostrava uma montagem artística com vários livros de Anne McCafrey, a já muito famosa autora de ficção científica e a sua magistral série 'Dragonriders of Pern', em obras como 'Dragonflight', 'The White Dragon', 'Dragonsong', 'Dragonsinger' e 'Moreta: Dragonlady of Pern', mas que para mim, era praticamente uma desconhecida. Alguns dos seus livros foram, entretanto, publicados em língua portuguesa. Escusado será dizer que assim que vi a montra, entrei na livraria e comprei-os tendo leitura para vários meses. Na sua ficção, Anne McCafrey criou Pern, um planeta colonizado por antigos habitantes da Terra, que tinham costumes muito próprios, pois a tecnologia havia desaparecido e os colonos enfrentavam grandes perigos, sobretudo vindos de uns cometas que passavam periodicamente muito perto de Pern e largavam uns fios que destruíam a vegetação do planeta.
Para combaterem este temível inimigo, os colonos de Pern haviam aprendido a criar geneticamente dragões. Nas ninhadas que os dragões faziam, quando chegava o momento dos ovos se abrirem e saírem de lá as crias juntavam-se no ninho os filhos das famílias colonizadoras pois cada dragãozinho fazia um imprint numa só criança ou adolescente, que se tornava o seu cavaleiro ou cavaleira para toda a vida e com quem tinha diálogos telepáticos. Os dragões eram treinados para com o seu fogo queimar os tais fios que os cometas deixavam cair. Em resumo, esta é a síntese da série.
Quando vi 'Avatar' e chegámos ao ponto de conhecermos os animais alados nativos de Pandora, em que os Na'vi se deslocavam pelos ares, foi aí que disse em voz alta 'Pern'. Foi quando encontrei a similitude entre estes mundos e fiz uma viagem ao passado.
Foi um trabalho magistral de Cameron ter criado Pandora e o seu universo colorido e belo. Quando vi aqueles animais alados a serem montados pelos Na'vi e mais adiante, Jack Sully a conseguir montar o gigante leonopteryx vermelho de Pandora, lembrei-me com muito prazer da série de Pern e do dragão bronze Mnementh, montado por F'lar. Igualmente lembrei-me do dragão branco Ruth, cavalgado por Lord Jaxom. Sem esquecer Ramoth, Canth e Golanth.
Foi uma belíssima homenagem que James Cameron ofereceu a Anne McCafrey e aos aficcionados da sua geração, como eu, por exemplo.
Para combaterem este temível inimigo, os colonos de Pern haviam aprendido a criar geneticamente dragões. Nas ninhadas que os dragões faziam, quando chegava o momento dos ovos se abrirem e saírem de lá as crias juntavam-se no ninho os filhos das famílias colonizadoras pois cada dragãozinho fazia um imprint numa só criança ou adolescente, que se tornava o seu cavaleiro ou cavaleira para toda a vida e com quem tinha diálogos telepáticos. Os dragões eram treinados para com o seu fogo queimar os tais fios que os cometas deixavam cair. Em resumo, esta é a síntese da série.
Quando vi 'Avatar' e chegámos ao ponto de conhecermos os animais alados nativos de Pandora, em que os Na'vi se deslocavam pelos ares, foi aí que disse em voz alta 'Pern'. Foi quando encontrei a similitude entre estes mundos e fiz uma viagem ao passado.
Foi um trabalho magistral de Cameron ter criado Pandora e o seu universo colorido e belo. Quando vi aqueles animais alados a serem montados pelos Na'vi e mais adiante, Jack Sully a conseguir montar o gigante leonopteryx vermelho de Pandora, lembrei-me com muito prazer da série de Pern e do dragão bronze Mnementh, montado por F'lar. Igualmente lembrei-me do dragão branco Ruth, cavalgado por Lord Jaxom. Sem esquecer Ramoth, Canth e Golanth.
Foi uma belíssima homenagem que James Cameron ofereceu a Anne McCafrey e aos aficcionados da sua geração, como eu, por exemplo.
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Deixarei para outro post as similitudes que encontrei entre Pandora e a série de livros de Ursula K. Le Guim 'Terramar' e os seus deuses e magos, à semelhança da deusa Eywa, venerados pelos Na'vi de Pandora.


Neste vídeo consegue-se ver bem os animais alados de Pandora,
equivalentes aos dragões de Pern.
“Criando o Mundo de Pandora”
O site Yahoo!Movies lançou um vídeo de 22 minutos, “behind the scenes” sobre a visão de Avatar de James Cameron, intitulado “Criando o Mundo de Pandora”. Assista ao vídeo em baixo. Duração: 22 minutos.
James Cameron, como director / realizador
* Xenogenesis (1978) curta-metragem
* Piranha II: The Spawning (1981)
* O Extreminador Implacável (The Terminator) (1984) - Arnold Schwarzenegger (signo Leão) no papel de The Terminator
* Aliens (1986) - Sigourney Weaver no papel de Ellen Ripley.
* O Abismo (The Abyss) (1989) - Michael Biehn (signo Leão) no papel de Lt. Hiram Coffey
* O Extreminador Implacável 2 (Terminator 2: Judgement Day) (1991) - Arnold Schwarzenegger (signo Leão) no papel de The Terminator
* Verdade da Mentira (True Lies) (1994) - Arnold Schwarzenegger (signo Leão)
* Titanic (1997)
* Avatar (2009) filme em 3-D - Sam Worthington (signo Leão) no papel de Jake Sully
* Battle Angel filme em 3-D, (em pré-produção, eventualmente para se estrear em 2011)
Foi o primeiro cineasta a produzir e dirigir um filme com custo superior a 100 milhões de dólares em «Verdade da Mentira» (True Lies -1994) e mais tarde alcançou o custo de mais de 200 milhões de dólares em «Titanic» (1997) e, agora, ultrapassou a barreira faraónica dos 300 milhões de dólares com «Avatar».