Comic-Con, a maior feira de cultura pop do mundo

O único sítio onde podemos estar vestidos de Batman e ninguém ligar nenhuma, é na Comic-Con, a maior feira de cultura pop do mundo.

Segundo o 'New York Times', a Comic-Con, a maior feira de cultura pop do mundo, pode estar de saída de San Diego (Califórnia), que abriga o evento desde 1970, e talvez vá para Los Angeles. Este ano realizou-se entre 21 e 25 de Julho, onde foram apresentadas as últimas novidades em cinema, séries de TV, jogos, enfim, tudo o que se refere ao entretenimento. Entre os motivos alegados para a mudança de local, estão o espaço - o San Diego Convention Center ficou pequeno para o público, que já gira em torno de 120 mil pessoas por edição - e a alteração de foco: cada vez mais a feira se dedica ao cinema e é mais fácil para celebridades e produtores se locomoverem dentro de Hollywood.

Criada originalmente para ser um encontro sobre banda desenhada e jogos, a maior conferência sobre cultura pop do mundo vem se tornando cada vez mais uma plataforma de lançamento para filmes e séries de TV, mesmo que eles não tenham ligação directa com o mundo dos quadrinhos, gerando assunto suficiente para preencher por meses e meses o imaginário dos aficionados por heróis, séries e filmes.

Cerca de 125 mil pessoas passaram pelos stands de mais de mil exibidores e puderam participar dos debates promovidos durante o evento. Numa entrevista recente ao jornal "Los Angeles Times", o porta-voz da Comic-Con, David Glanzer, afirmou que o sucesso do evento se deve ao fato de que ele abre espaço para que os fãs tenham a oportunidade de conversar diretamente com os responsáveis pelo mundo do entretenimento.

Um presidente de estúdio, cujo nome não foi revelado, disse que fica muito caro transportar objetos e cenários usados em seus filmes para as exposições da Comic-Con. "Se a feira fosse realizada em Los Angeles, teríamos menos gastos", conta.

Gary Newman, presidente da 20th Century Fox Television, foi muito claro quando afirmou: «A Comic-Con é uma oportunidade única de alcançar os maiores fãs: as pessoas que vão escrever nos seus blogs sobre os nossos programas, que são as primeiras a aderir a uma série, que se interessam muito por televisão e o seu conteúdo. Além disso, estas são as pessoas que vão comprar o nosso merchandise, os DVDs, acompanhando tudo de plataforma a plataforma.»

A programação deste ano foi particularmente agitada, com eventos dedicados a séries de TV com público cativo, como "The Big Bang Theory", "True Blood", "Glee", "Dexter", "Caprica", "Chuck" e "Futurama", além das novas "No ordinary family", com Julie Benz (a Rita, de "Dexter"), o remake "Hawaii Five-O", com Daniel Dae Kim (o Jin, de "Lost"), "The walking dead", sobre um grupo de sobreviventes num mundo tomado por zumbis, e "The event", novo seriado de mistério que quer ocupar o espaço deixado por "Lost" e "Flashforward". Lançamentos aguardados como "O hobbit", "Tron: Legacy" e "Harry Potter e as relíquias da morte", além das novas apostas de animação da Dreamworks e da Pixar, "Megamente" e "Tangled", também tiveram lugar garantido na programação.

Além dos eventos dedicados a programas e filmes específicos, a Comic-Con conta com vários - e concorridíssimos - debates temáticos. Entre os de maior destaque estão os paináis "Os visionários", uma discussão com os deuses "geek" J.J. Abrams e Joss Whedon sobre o futuro da cultura pop, e "Anti-heróis", promovido pelo canal de cabo Showtime e que tem como convidados os astros das séries "Dexter", "Nurse Jackie", "Californication" e "Weeds".