Oscar 2010 - Kathryn Bigelow, a primeira mulher a vencer o Oscar de Melhor Realizador

8 de março de 2010 ·



Por muito impacto que «Avatar» tenha tido nas bilheteiras de todo o mundo, foi o mais económico «Estado de Guerra» a triunfar em grande na 82ª cerimónia de entrega dos Óscares, com seis estatuetas douradas: Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Argumento Original, Melhor Som, Melhor Efeitos Sonoros e Melhor Montagem. Kathryn Bigelow p
rotagonizou um momento histórico ao ser a primeira mulher a conquistar o Óscar de Melhor Realização, que recebeu das mãos de Barbra Streisand, como vemos na foto acima.

«Avatar», um dos favoritos à vitória, teve de se contentar com três estatuetas em categorias técnicas: Melhores Efeitos Visuais, Melhor Fotografia e Melhor Direcção Artística.
O filme ganhador: Estado de Guerra

Se a guerra é um inferno, porque é que tantos homens escolhem lutar? Numa era em que os exércitos consistem não em recrutados mas em voluntários, e os homens de boa vontade se entregam à acção militar, muitas vezes a adrenalina da batalha é uma potente e sedutora atracção, até mesmo um vício.

«Estado de Guerra» é um intenso retrato de uma elite de soldados que tem um dos mais perigosos empregos no mundo: desarmar bombas em pleno combate.

Quando um novo sargento, James, assume o comando de uma equipa altamente treinada em desmantelamento de bombas, no meio de conflitos violentos, ele surpreende os seus dois subordinados, Sanborn e Eldridge, ao mergulhá-los sem prudência num jogo mortal de combate urbano. James comporta-se como se fosse indiferente à morte. À medida que os homens lutam para controlar o seu novo líder, a cidade explode num absoluto caos, e James revela a sua verdadeira personalidade de uma forma que irá para sempre mudar estes homens.


«Foi apenas a quarta mulher a receber uma nomeação para o Óscar de Melhor Realização e à quarta foi de vez. No Dia da Mulher olhamos para a senhora de armas do momento no cinema, Kathryn Bigelow.

»Lina Wertmüller, Jane Campion e Sofia Coppola antecederam-na na nomeação, mas foi mesmo Kathryn Bigelow quem fez história na cerimónia dos Óscares. Para além do seu filme, «Estado de Guerra», ter vencido seis Óscares, incluíndo o de Melhor Filme, ela voltou para casa com a estatueta dourada para Melhor Realização, tornando-se na primeira mulher a consegui-lo.

»Bigelow parecia ter toda a plateia a torcer por si e até dois apoiantes improváveis tinha afirmado publicamente a vontade de a ver ganhar. Um deles, o ex-marido, James Cameron, que reclamava para o seu «Avatar» o prémio de Melhor Filme, mas «oferecia» a Bigelow o de realizadora. O outro, Quentin Tarantino, que afirmou não ter votado em si próprio para o prémio mas sim na cineasta norte-americana.»



"Estado de Guerra" (Port) / "Guerra ao Terror" (Brasil) -
"The Hurt Locker", de Kathryn Bigelow


«E ela não é uma cineasta qualquer. É a mulher da Sétima Arte que mais aborda temas em que a condição masculina está em primeiro plano. Temas duros, explosivos, sem a doçura que geralmente se associa às mulheres.

»Bigelow começou carreira como pintora e entrou no mundo do cinema por via da arte, estudando depois teoria e crítica cinematográfica na Universidade de Columbia, com professores como Susan Sontag.

»Após algumas experiências sem grande consequência, a primeira longa-metragem que realizou a solo, o «neo-western» de vampiros «Depois do Anoitecer» (1987), foi um «flop» de público mas agradou à crítica e tornou-se desde então um êxito de culto. Seguiu-se o filme policial «Aço Azul» (1990), com Jamie Lee Curtis como polícia novata em perseguição de um assassino, mas o primeiro grande sucesso de Bigelow chegou com «Ruptura Explosiva» (1991), com Keanu Reeves e Patrick Swazye. Os «100% de adrenalina pura» que o último reclamava no filme podiam ser aplicados ao trabalho de Bigelow: as suas películas são sempre vertiginosas na encenação da acção, notáveis na construção de ambientes de tensão e muito cuidadas no plano visual.

»Um dos produtores de «Ruptura Explosiva» foi James Cameron, então casado com Bigelow e este ano seu rival na conquista do Óscar. O realizador escreveu e co-produziu o filme seguinte da cineasta, «Estranhos Prazeres» (1995), que, como quase todos os da carreira da realizadora, desenvolveu desde então um fenómeno de culto.

»Após tentar o drama com «Tempestade no Mar» (2000), Bigelow assinou o «flop» «K-19» (2002), cujo fracasso levaria a que só voltasse à cadeira de realizador em 2009 com «Estado de Guerra». O regresso, contudo, foi em beleza, com um filme sobre o desarmamento de bombas no Iraque que se tornou de longe o seu maior êxito de crítica, que tem sido um dos maiores arrebatadores de prémios da temporada e que, depois de ontem, a tornou na primeira mulher a ter um Óscar que até então apenas pertencia aos homens.»

Texto daqui: Sapo Cinema.

Hoje comemora-se o Dia da Mulher.

8 comentários:

angela disse...
8 de março de 2010 às 15:00  

Pois é Antonio, Gostei do premio, só senti os Bastardos Inglórios não ter levado nada.
beijos

Astrid Annabelle disse...
8 de março de 2010 às 15:11  

António bom dia!
Vim na certeza de encontrar este post...
Então VIva as Mulheres!
Parabéns a você também pelo excelente post.
Beijo
Astrid Annabelle

Unknown disse...
8 de março de 2010 às 16:00  

Ângela

Os Bastardos levaram o ator coadjuvante, o que foi muito bom.

Beijo

Unknown disse...
8 de março de 2010 às 16:01  

Astrid

Foi uma forma interessante de falar no Dia da Mulher.

Foi muito curioso ter sido uma mulher a ganhar o Oscar e bem merecido.

Beijo

Serginho Tavares disse...
8 de março de 2010 às 16:42  

gostei muito que ela ganhou e ele não!

Anónimo disse...
8 de março de 2010 às 17:46  

Serginho,

A minha vontade que ela ganhasse era tanta que tinha este post 90% feito, a aguardar... :)))

Cris França disse...
8 de março de 2010 às 20:13  

merecido! bjs meu amigo!

Anónimo disse...
8 de março de 2010 às 20:25  

Cris

Beijo, minha querida.

8 de março de 2010

Oscar 2010 - Kathryn Bigelow, a primeira mulher a vencer o Oscar de Melhor Realizador



Por muito impacto que «Avatar» tenha tido nas bilheteiras de todo o mundo, foi o mais económico «Estado de Guerra» a triunfar em grande na 82ª cerimónia de entrega dos Óscares, com seis estatuetas douradas: Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Argumento Original, Melhor Som, Melhor Efeitos Sonoros e Melhor Montagem. Kathryn Bigelow p
rotagonizou um momento histórico ao ser a primeira mulher a conquistar o Óscar de Melhor Realização, que recebeu das mãos de Barbra Streisand, como vemos na foto acima.

«Avatar», um dos favoritos à vitória, teve de se contentar com três estatuetas em categorias técnicas: Melhores Efeitos Visuais, Melhor Fotografia e Melhor Direcção Artística.
O filme ganhador: Estado de Guerra

Se a guerra é um inferno, porque é que tantos homens escolhem lutar? Numa era em que os exércitos consistem não em recrutados mas em voluntários, e os homens de boa vontade se entregam à acção militar, muitas vezes a adrenalina da batalha é uma potente e sedutora atracção, até mesmo um vício.

«Estado de Guerra» é um intenso retrato de uma elite de soldados que tem um dos mais perigosos empregos no mundo: desarmar bombas em pleno combate.

Quando um novo sargento, James, assume o comando de uma equipa altamente treinada em desmantelamento de bombas, no meio de conflitos violentos, ele surpreende os seus dois subordinados, Sanborn e Eldridge, ao mergulhá-los sem prudência num jogo mortal de combate urbano. James comporta-se como se fosse indiferente à morte. À medida que os homens lutam para controlar o seu novo líder, a cidade explode num absoluto caos, e James revela a sua verdadeira personalidade de uma forma que irá para sempre mudar estes homens.


«Foi apenas a quarta mulher a receber uma nomeação para o Óscar de Melhor Realização e à quarta foi de vez. No Dia da Mulher olhamos para a senhora de armas do momento no cinema, Kathryn Bigelow.

»Lina Wertmüller, Jane Campion e Sofia Coppola antecederam-na na nomeação, mas foi mesmo Kathryn Bigelow quem fez história na cerimónia dos Óscares. Para além do seu filme, «Estado de Guerra», ter vencido seis Óscares, incluíndo o de Melhor Filme, ela voltou para casa com a estatueta dourada para Melhor Realização, tornando-se na primeira mulher a consegui-lo.

»Bigelow parecia ter toda a plateia a torcer por si e até dois apoiantes improváveis tinha afirmado publicamente a vontade de a ver ganhar. Um deles, o ex-marido, James Cameron, que reclamava para o seu «Avatar» o prémio de Melhor Filme, mas «oferecia» a Bigelow o de realizadora. O outro, Quentin Tarantino, que afirmou não ter votado em si próprio para o prémio mas sim na cineasta norte-americana.»



"Estado de Guerra" (Port) / "Guerra ao Terror" (Brasil) -
"The Hurt Locker", de Kathryn Bigelow


«E ela não é uma cineasta qualquer. É a mulher da Sétima Arte que mais aborda temas em que a condição masculina está em primeiro plano. Temas duros, explosivos, sem a doçura que geralmente se associa às mulheres.

»Bigelow começou carreira como pintora e entrou no mundo do cinema por via da arte, estudando depois teoria e crítica cinematográfica na Universidade de Columbia, com professores como Susan Sontag.

»Após algumas experiências sem grande consequência, a primeira longa-metragem que realizou a solo, o «neo-western» de vampiros «Depois do Anoitecer» (1987), foi um «flop» de público mas agradou à crítica e tornou-se desde então um êxito de culto. Seguiu-se o filme policial «Aço Azul» (1990), com Jamie Lee Curtis como polícia novata em perseguição de um assassino, mas o primeiro grande sucesso de Bigelow chegou com «Ruptura Explosiva» (1991), com Keanu Reeves e Patrick Swazye. Os «100% de adrenalina pura» que o último reclamava no filme podiam ser aplicados ao trabalho de Bigelow: as suas películas são sempre vertiginosas na encenação da acção, notáveis na construção de ambientes de tensão e muito cuidadas no plano visual.

»Um dos produtores de «Ruptura Explosiva» foi James Cameron, então casado com Bigelow e este ano seu rival na conquista do Óscar. O realizador escreveu e co-produziu o filme seguinte da cineasta, «Estranhos Prazeres» (1995), que, como quase todos os da carreira da realizadora, desenvolveu desde então um fenómeno de culto.

»Após tentar o drama com «Tempestade no Mar» (2000), Bigelow assinou o «flop» «K-19» (2002), cujo fracasso levaria a que só voltasse à cadeira de realizador em 2009 com «Estado de Guerra». O regresso, contudo, foi em beleza, com um filme sobre o desarmamento de bombas no Iraque que se tornou de longe o seu maior êxito de crítica, que tem sido um dos maiores arrebatadores de prémios da temporada e que, depois de ontem, a tornou na primeira mulher a ter um Óscar que até então apenas pertencia aos homens.»

Texto daqui: Sapo Cinema.

Hoje comemora-se o Dia da Mulher.

8 comentários:

angela disse...

Pois é Antonio, Gostei do premio, só senti os Bastardos Inglórios não ter levado nada.
beijos

Astrid Annabelle disse...

António bom dia!
Vim na certeza de encontrar este post...
Então VIva as Mulheres!
Parabéns a você também pelo excelente post.
Beijo
Astrid Annabelle

Unknown disse...

Ângela

Os Bastardos levaram o ator coadjuvante, o que foi muito bom.

Beijo

Unknown disse...

Astrid

Foi uma forma interessante de falar no Dia da Mulher.

Foi muito curioso ter sido uma mulher a ganhar o Oscar e bem merecido.

Beijo

Serginho Tavares disse...

gostei muito que ela ganhou e ele não!

Anónimo disse...

Serginho,

A minha vontade que ela ganhasse era tanta que tinha este post 90% feito, a aguardar... :)))

Cris França disse...

merecido! bjs meu amigo!

Anónimo disse...

Cris

Beijo, minha querida.

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