A palavra que encontro e que melhor define este contacto é o verbo «estranhar». Tanto serve para um trânsito de Vénus a Plutão, como o oposto, de Plutão a Vénus. O que os diferencia é o tempo que dura um trânsito ou outro. Claro que um trânsito de Plutão é muito mais intenso e possivelmente, arrasador.
Primeiro, comentarei o trânsito em si e só lá para o fim, é que darei o exemplo do caso legislativo do casamento entre homossexuais.
Se a pessoa que recebe esse contacto tem tendência a ser manipuladora [há tantas assim!], verificará que essa energia sombria será posta a nu. Serão derrubadas e mostradas todas as tentativas de manipulação. É necessário haver transparência nas intenções e actuações. A pessoa vai estranhar profundamente o ver-se privada de uma energia tão abusiva. Sofrerá com isso.
Sentimentos como o ciúme e o desejo sexual poderão ter grande preponderância. É uma oportunidade de ouro para a pessoa trabalhar esse lado das suas compulsões. É uma aprendizagem séria e profunda, o ter que desanuviar a mente e os desejos, centrando-se em si, fazendo o possível para não infernizar a vida dos outros. Estes ciúmes não têm que ser unicamente referentes ao ser amado, ou pseudo-amado. A ciumeira pode instalar-se em todos os campo da vida.
É frequente acontecer que a pessoa sinta-se muito atraído por alguém muito «estranho», diferente do que é corrente. A pessoa sabe que pode meter-se em sarilhos, mas segue em frente, à procura do abismo.
Outra possibilidade deste trânsito é o factor «lealdade». Poderá ser uma lealdade obsessiva. Há uma forte sensação de sentir que deve lealdade ao outro. Como sabemos, esse sentimento, advindo de uma compulsão, pode fazer estragos - a tal lealdade pode transformar-se em falta de consideração pelos outros, incapacidade de analisar os sentimentos dos outros, o verificarem-se indiscrições constantes.
É frequente a existência de comportamentos que apontam para casos de infidelidade. Portanto, a possibilidade da pessoa ter casos extra-conjugais. Quando o trânsito passa, instala-se a infelicidade pelo ocorrido, pois estes casos amorosos não são estáveis, nem duradouros. Nem fazem bem à alma. Estas situações trazem frequentemente problemas de pele, significando que a pessoa não se sente bem com ela própria.
Podem surgir velhos ressentimento, amarguras, motivos de infelicidade e desejos ocultos. É uma óptima oportunidade para aproveitar e tentar crescer como pessoa, usando o bom senso, a integridade, aprendendo a relacionar-se, desfazer equívocos e, sobretudo, aprender a ser feliz, aceitando-se e aceitando os outros como realmente são.
Gostaria de vos dar um exemplo de como funciona a astrologia mundana a nível destes contactos Vénus-Plutão. Neste exacto momento [manhã do dia 10 de Outubro], os deputados portugueses estão a debater na Assembleia da República, o casamento entre homossexuais. Os resultados são previsíveis pois já foram previamente anunciados - um «não». Se fizerem os trânsitos ao mapa de Portugal [15 Março 1143 - 12h - Guimarães] rapidamente encontrarão uma oposição, ainda aplicativa, de Vénus a Plutão. O Plutão (governo) da nação está em Touro a 21º 16'. Vénus (assuntos do amor e do sexo) em trânsito está em Escorpião a 19º 21'.
No dia 11 de Outubro (sábado), Vénus estará no grau 21 de Escorpião. No dia seguinte, domingo, dia 12, Vénus passa para o grau 22. A oposição começa a ser separativa. O debate no Parlamento só poderia ser no dia de trabalho útil, ou seja, no dia 10, sexta-feira, último dia possível para «este» debate. Quem quiser, pode dar uma gargalhada de admiração... pela consistência cósmica em relação ao mundo em que vivemos.
Em Scorpio... estão a ver? O regente de Scorpio é Pluto. Touro é regido por Vénus. Há aqui uma recepção mútua, que fortalece e engrandece esta discussão que envolveu a sociedade civil. Há vários dias que a imprensa não fala de outra coisa. Só foi suplantado nos media pela crise financeira mundial.