Só o facto deste filme se apresentar como ganhador nas 5 principais categorias dos Oscar, é que nos faz perceber que a indústria cinematográfica americana não podia premiar Ted Levine, como actor coadjuvante ou secundário, nesta sua incrível interpretação. Seria juntar todos os ovos no mesmo filme.
Ganhador do Oscar 1992 para melhor actor principal neste filme.
Ver estes dois grandes actores a contracenarem é um privilégio para qualquer espectador. Neste filme, representam a dicotomia mais antiga do mundo: o Bem e o Mal. Para percebermos, que em termos humanos, ninguém é portador exclusivo do Bem ou do Mal. Todos temos a Luz e a Sombra em nós. Obviamente, como ilustração gráfica, os personagens destes actores encontram-se no extremo dos campos opostos. Merecidíssimos os Oscar conquistados como melhor actriz e melhor actor com este filme.
Jodie Foster, que iniciou a sua carreira cinematográfica em criança, é dos poucos casos em que um talento infantil, aumenta com o passar da idade. Aos catorze anos, faz o papel da prostituta adolescente Íris Steensma no filme «Taxi Driver», de Martin Scorsese, contracenando com Robert De Niro. Jodie Foster alcançou a fama mundial com o sucesso deste filme tendo recebido uma nomeação ao Oscar de melhor actriz coadjuvante/secundária.
Poucos anos depois, a tentativa de assassinato do Presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, baleado por um psicopata chamado John Hinckley, causaria um grave conflito emocional e psicológico a Jodie Foster, com a revelação feita por Hinckley de que o acto visava chamar a atenção de Jodie, por quem era platonicamente apaixonado e a quem seguia de longe há meses no campus de Yale, onde ela estudava, e que havia assistido a «Taxi Driver» por mais de quarenta vezes apenas para vê-la no ecrã.
Jodie alcançou o primeiro grande momento como actriz adulta em 1988, ao ganhar o Oscar de melhor actriz pelo filme «Acusados». O seu trabalho em «Contacto», baseado num best seller do cientista e astrónomo Carl Sagan, rendeu-lhe o nome, dado pela comunidade científica, num asteróide, o 17744 Jodiefoster.
Entretanto, o serial killer sequestra a filha de uma senadora, Ruth Martin e, com isso, todo o aparato policial é mobilizado para a sua captura. A filha da senadora é aprisionada num poço aberto no porão de uma velha casa. Tem início um jogo de pistas e enigmas que elevam a tensão do filme, onde Hannibal, o ex-psiquiatra que se tornara canibal, consegue engendrar uma espectacular fuga.
Seguindo as pistas do psiquiatra-canibal, Clarice passa a concentrar as suas investigações na primeira vítima do serial-killer: aquela que despertara a sua cobiça deveria viver próximo a ele. Com isso, ela descobre a residência actual de um ex-vizinho dessa vítima e, já indo embora, vê uma borboleta exótica voando no interior da residência, indicando ser aquele o verdadeiro homicida. Tem início uma das sequências mais tensas do cinema, que ocorre na escuridão dos porões da casa do assassino. Simplesmente, extraordinário.
O filme encerra, com a cena de Hannibal Lecter livre, nas ruas do Haiti, mote para a sequência que efectivamente ocorreu, mas sem o mesmo sucesso.
Ted Levine, como o assassino Buffalo Bill, também tem uma boa actuação. O roteiro e a direcção, como já colocado acima, são peças-chave do sucesso do filme, o que é complementado com a trilha sonora de Howard Shore e a competente fotografia de Tak Fujimoto.»
CAA
chefe de Clarice Starling, conduzindo a investigação.
psiquiatra da prisão de alta segurança onde Hannibal Lecter se encontrava preso.
Jodie Foster ... Clarice Starling
Anthony Hopkins ... Dr. Hannibal Lecter
Scott Glenn ... Jack Crawford
Anthony Heald ... Dr. Frederick Chilton
Ted Levine ... Jame 'Buffalo Bill' Gumb
Frankie Faison ... Barney Matthews
17 comentários:
Olá António, é um excelente filme.Gostei muito de o ver.Beijocas.
Olá António!
Gosto de vir ler aqui as suas análises sobre os filmes.
Assim vou me inteirando e quando chegar meu novo PC, com DVD, estarei apta a fazer belas escolhas do que quero assistir.
Por enquanto fico nas leituras....
Beijo e parabéns por este bonito post.
Astrid Annabelle
Maria de Fátima,
Um grande beijinho.
Astrid,
Com o novo PC vai ser abrir velas e navegar em alto mar. :)))
Beijs
Também é dos meus filmes preferidos, e não pude deixar de lhe fazer uma breve referência num post mais antigo:
http://casaclaridade.blogspot.com/2009/01/l-air-du-temps.html
"L'air du temps" é o perfume que uso desde há vários meses... ;)
ANTÓNIO ROSA: este é daqueles filmes que não se esquecem, que nos marcam porque conseguem mostrar como é fácil ser tão tremendamente diabólico. Vi os dois que se segiram, também e a análise mantém-se. Inesquecíveis interpretações de JODIE FOSTER E ANTHONY HOPKINS!
Antonio querido, mais um filme que me marcou. Sou fã da Jodie, admiro seu trabalho e não sabia destes detalhes sobre a vida dela.
A sequênica final da perseguição no escuro é de fazer saltar o coração pela boca!!!
O filme Contato também é fantástico!!!! Como diz a Fada: bem haja! :)))
grande abraço
Antonio querido,
sou muito nervosa por isso esses filmes de tensão não me fazem bem mesmo. Só se tiver comédia, ou aventura junto como O Senhor dos Aneis, Piratas do Caribe, etc. Terror desses de psicopatas evito mesmo. Arrisco às vezes... Já vi muitos e não tirei proveito algum.
Bjo na alma!
Antonio
Realmente é um filme de arrepiar e é terrivel pensar que tem gente assim ai pelo mundo.
Um resumo e comentários muito bem escritos.
beijos
Hazel
Fui ler o seu post sobre o "L'air du temps". :))
Maria
Sem dúvida que é um filme inesquecível. Que grandes interpretações.
Marcelo
De acordo consigo, pois este é daqueles filmes que nos marca. Aquela sequência final da persiguição no escuro é demais. É um dos pontos altos de todo o cinema em geral.
Abraço
Reyel
Se tem esse problema de saúde, o melhor mesmo é não ver este género de filmes.
Beijos
Ângela
Este filme definiu o papel do Mal no seu maior grau.
Beijos
Uma das formas que eu tenho de ver como estou, por ex, os medos que perdi, aquilo que lá foi 'limpo',aquilo que ainda nem por isso, é ver filmes ou rever e comparar a reacção actual com a antiga a esses mesmos filmes ou a outros.
Este é um filme extremamente denso. Quando puder hei-de revê-lo.
Olá1
António, grandes filme e excelêntes interpetações.
Sou fã de Judie Foster e Robert de Niro desde o filme Taxi Driver, não sabia que Carl Sagan e a comunidade ciêntifica deram um nome de Judie a um asteróide.
Anthony Hopkins não o conhecia bem mas fez um grande trabalho.
Fez-me lembrar o Filme Jack Nicolson, "Voando sobre um ninho de cucos" onde o tema do bem e o mal se misturam e também o tema da loucura e normalidade estão bem presentes.
Abraço
António,
Quando vi este filme ainda era uma miúda e, claro, não soube apreciar a verdadeira beleza destas interpretações. Agora sei avalia-lo com outros olhos mas nunca esqueço o que senti naquela primeira vez: MEDO!!!
;)
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