A 67ª edição dos Globos de Ouro aconteceu no dia 17 Janeiro, no luxuoso Hotel Beverly Hilton, em Beverly Hills, Los Angeles. Numa tarde e noite chuvosas, com a red carpet completamente ensopada e as meninas a molharem os pés. Apesar disso, o glamour não faltou.
A organização é da Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood, que escolhe os melhores do cinema e televisão, e, supostamente, serve como termómetro para o Oscar, apesar dos eventos não serem comparáveis. Nem nada que se pareça, a começar nos locais onde se realizam. Os Globos de Ouro são presenciados pelos assistentes sentados em mesas e não em anfiteatro. Cada mesa tem champanhe à disposição. Bebe-se muito e é tudo muito mais informal, apesar do dress code ser exigente. É gente muito bem vestida a 'champanhar'.
Era suposto que os Globos de Ouro fossem uma afirmação da crítica especializada em cinema e televisão (da dita Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood), mas desde há muitos anos que se transformou numa réplica descontraída dos Oscar. Como quase sempre, parte da América, prestigiou a indústria do cinema e televisão de Hollywood, ou seja, fez vassalagem às celebridades e desprezou os resultados dos festivais europeus, apesar de hoje em dia, Hollywood ser a residência de inúmeros actores de todo o mundo, que lá trabalham, chegando a dar a impressão que os novos actores são todos estrangeiros em terras do Tio Sam.
Os organizadores do Globos de Ouro foram buscar o britânico Ricky Gervais para conduzir o show. O homem estava em dia não. Piadas sem graça. Não canta, não dança. Tentou ser provocador comparando as jóias das meninas com a desgraça no Haiti. Não conseguiu. Meteu-se com Mel Gibson chamando-o de bêbado (que toda a gente já sabe). Não percebeu, nem ninguém lhe explicou antes do início da cerimónia, é que se Gibson estava sentado numa das melhores mesas da sala, é porque estava tudo preparado para ser muitas vezes apanhado pelas câmaras e, obviamente, ser perdoado pela América. Era desnecessária a humilhante graçola pública a que foi submetido. O resultado foi o oposto: Mel recebeu uma tremenda ovação e ninguém se riu da piada. Completamente perdoado. Volta, Mel, volta!Bom, vamos aos gossips.
As meninas mais sexy da noite:
Mariah Carey no seu vestido Herve Leger by Max Azria. Dizem que o jovem que lhe segura o guarda-chuva é o seu secreto marido, que ainda ninguém viu, desde que Mariah se casou.
Jennifer Aniston, vestida por Valentino, é das poucas meninas que conseguiram transitar da televisão para o cinema, por mérito próprio. O host do evento, Ricky Gervais, apresentou-a assim: «Rachel, from Friends». Que mau gosto! Ela lá teve que fazer um sorriso profissional. Michael C. Hall, premiado como melhor actor, na série «Dexter»
A fotografia da direita mostra-nos o actor e a sua mulher, a actriz Jennifer Carpenter, na red carpet da edição de 2009 dos Globos de Ouro.
Michael C. Hall, de 38 anos, poucos dias depois de anunciar que está a fazer um tratamento contra o cancro (câncer), apareceu em público para receber um Globo de Ouro pelo seu trabalho na série «Dexter». Esta foi a sua quarta indicação ao prémio, mas a primeira vitória. O actor compareceu à cerimónia com um gorro, como pode ser visto na fotografia, porque teria perdido os cabelos com o tratamento contra o linfoma de Hodgkin. Segundo o próprio, a doença está num estágio que é tratável e curável e está em remissão.
Michael C. Hall agradeceu à equipe da série de TV e à sua mulher, a atcriz Jennifer Carpenter (na foto acima), que interpreta o papel de Debra, sua irmã na série. Devem conhecer o seriado: é aquela em que o analista forense Dexter Morgan é o próprio serial-killer. Uma excelente série, que tento acompanhar, no canal 'FX' (Portugal), sempre que posso.
Também foi um dos protagonistas, no magnífico papel de David Fisher, da série de culto «Six Feet Under», em Portugal traduzido como «Sete Palmos de Terra». Creio que no Brasil se intitulava de «A Sete Palmos».
Resumo da série «Dexter»: valendo-se do facto de ser um expert forense em análise sanguínea e de trabalhar no Departamento de Polícia de Miami, Dexter Morgan, de um modo bem meticuloso e sem pistas, mata criminosos que a polícia não consegue trazer à Justiça. A série narra a trajectória da sua vida dupla por meio de flashbacks e, paulatinamente, vai desvelando diversos segredos dos personagens, criando um ambiente de constante suspense.
Alguma da rapaziada da televisão presente no evento.À esquerda: Bradley Cooper [namorado de Renee Zellweger], vindo da televisão, a tentar ascender no mundo do cinema, com a comédia «The Hangover». À direita: Courteney Cox [lembram-se de 'Friends'?], uma estrela da televisão, nomeada para o prémio de actriz de comédia, na série «Cougar Town». Está excelente nos seus magníficos 45 anos. À esquerda: Felicity Huffman, da já cansativa série «Donas de Casa Desesperadas». À direita: Chace Crawford, da série «Gossip Girl», delírio das adolescentes.
À esquerda: Cory Monteith, da premiada série de tv «Glee» [Uma série excelente]. À direita: a australiana Toni Collette, da série de tv «United States of Tara», melhor actriz de comédia de tv.
A rapaziada da televisão, nas fotos mais acima, e a rapaziada do cinema, nas fotos abaixo, nunca se misturam, excepto no dia dos 'Globos de Ouro'.
Nicole Kidman à esquerda, apresentando uma das categorias. George Clooney e a namorada Elisabetta Canalis. Ele, na qualidade de candidato pelo filme «Nas Núvens» [Port] / «Amor Sem Escalas» [Bras], que apenas conquistou o prémio do melhor guião (roteiro). Era inevitável que perdesse para «Avatar».
Sandra Bullock e Meryl Streep, vencedoras dos prémios maiores da cerimónia. Sandra Bullock foi premiada pelo drama «O Lado Cego» ["The Blind Side"], ao interpretar Leigh Anne Touhy, que trouxe para sua casa um estudante sem tecto que virou um famoso jogador de futebol americano. A grande senhora do cinema, Meryl Streep, ganhou a estatueta pelo papel da chef Julia Child na comédia "Julie & Julia", da escritora Nora Ephron. Aguardemos pelo momento da 'verdade': os Oscar.
Os organizadores deste evento, a Associação da Imprensa Estrangeira, adora estas meninas. São muito estimadas, muito queridas. Não havia forma como contornar esta situação: Sandra Bullock regressou este ano ao cinema, como actriz, pois tem desenvolvido mais a tarefa de produtora e de dona de uma cadeia de restaurantes. E quem consegue suplantar a grande Meryl Streep nos Globos de Ouro? Ninguém. Nos Oscar é outra música.
«Avatar», o grande vencedor - o australiano Sam Worthington [sim, o cinema engana muito, ele é baixito comparado com a enorme e fabulosa Sigourney Weaver e no filme parecem ter a mesma estatura], o director James Cameron, Zoe Saldana, o produtorJon Landau e Sigourney Weaver, contentíssimos [e com muita razão], apresentam o prémio conquistado na categoria de Best Drama. Certamente será das poucas coincidências que haverá entre os Globos de Ouro e o Oscar. Robert de Niro, Martin Scorsese e Leonardo DiCaprio. Scorsese recebeu o prémio de carreira Cecil B. DeMille.Esta mistura só se dá na noite em que são atribuídos os «Globos de Ouro», porque, no «Oscar», isso não acontece. A 'lei' é simples: 'cada macaco no seu galho'. O star system não permite. No resto do mundo, estas duas comunidades misturam-se. Os actores de novelas fazem cinema. Mas também, no resto do mundo, a indústria do cinema não é tão poderosa como em Hollywood. Talvez, na Índia, em que o cinema é muito forte e expansivo.
Todos, os do cinema e os da tv americanos, ganham muito bem, quando os filmes ou séries são um sucesso. Mas nada de misturas. De vez em quando, há excepções por parte da gente do cinema: os muito, mas muito famosos, gostam de provar que são pessoas normais e, então, namoram com uns rapazes ou raparigas da televisão, regra geral bem mais jovens. Quem ganha com isso, são os da tv, porque ficam mais famosos e eventualmente, muito sonhadores, a pensarem que 'talvez' consigam passar nos castings para contracenarem em filmes de qualidade, com actores de grande nomeada.
No entanto, o contrário acontece. Gente do cinema no pequeno ecrã (tela). Quando os produtores decidem fazer mini-séries ou filmes para a televisão, convidam quase sempre os grandes nomes do cinema para estarem presentes nas suas produções. Exemplos de gente do cinema nomeados neste Globo de Ouro 2010: para filmes para tv:
Melhor actriz num filme feito para a TV: Drew Barrymore, por «Grey Gardens»; melhor actriz em série dramática: Julianna Margulies, por «The Good Wife»; melhor actor em série de comédia: Alec Baldwin, por «30 Rock»; melhor actor em filme feito para a TV: Kevin Bacon, por «Taking Chance». Também temos o exemplo de nomeações não vencedoras deste ano: William Hurt e Glenn Close, por «Damages». A gente do cinema quando trabalha para a TV ganha de cachet os mesmos milions que estão habituados a receber, quando fazem cinema.
Prometo vários posts a sério, por ocasião do Oscar. Aliás, tenciono começar antes.