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O Casa Claridade é daqueles blogues que fazem lembrar filmes panorâmicos, com horizontes vastos, em dias de Sol limpo, cheiroso, com bom gosto, muito femininos, delicados mas firmes. Apetece muito ver a Hazel em movimento no seu blogue, até porque ela define-se assim: Mãe, Esposa, Decoradora amadora, Tradutora, Feiticeira, Aprendiza de Artesã, Pensadora, Mulher.
É uma bloguista nata, sabe escrever, prender a atenção, escolher os temas, conhece os seus leitores (melhor dito:leitoras), além de ter muito claro quais os temas da sua preferência: Arca do Tesouro, Comichão Mental, Cozinha Mágica, Decoração, Dicas e Truques, Família, Feng Shui, Livro das Sombras, Plantas e Símbolos dos Sonhos. Tenho a certeza que não ficará por aqui. Gostava muito de saber se o Consorte lê o blogue. :)
[Os leitores podem clicar nos nomes dos blogues a encarnado para os conhecerem.]
Porque decidiu criar o seu blogue? Pode contar a sua história? Tem objectivos? A que nichos se destinam? Qual o seu prazer e alegria em blogar? Quer desenvolver estes tópicos?
A Casa Claridade é como uma criança, um filho amado, que nasceu fruto das minhas paixões. São estas a decoração, o Feng Shui, os assuntos esotéricos, as plantas, e várias outras que tenho descoberto pelo caminho, sendo que a principal é escrever.
Criei-a numa fase da minha vida em senti uma necessidade imperativa de fazer aquilo de que mais gostava, mesmo que isso envolvesse dedicar boa parte do meu tempo e energia, sem receber nada em troca. As verdadeiras paixões são assim mesmo…
Depois de abandonar o meu emprego “certinho” de muitos anos, que nada tinha a ver comigo, e de criar o meu filho até eu sentir que estava preparado para ir para o infantário, precisava de olhar para dentro de mim, e dedicar-me a exercer a minha liberdade de ser quem realmente sou. De criar, escrever, comunicar, partilhar. O que tinha dentro de mim era tão grande, que não estabeleci objectivos definidos. Bastava-me fazer aquilo que sempre quis fazer. Isso já me fazia feliz. E faz.
A palavra falada tem um impacto forte, mas, muitas vezes, perde a sua direcção, porque as pessoas distraem-se com outros factores. E descobri que a palavra escrita, quando bem direccionada, tem uma força enorme. Por isso, o meu objectivo actual é o de influenciar positivamente as pessoas que me lêem. Ajudar. Partilhar. E, com elas, evoluir.
Tenho constatado que, quanto mais partilho, mais recebo. E mais vontade tenho de partilhar.
A Casa Claridade não se destina a nenhum nicho em particular. Gosto de pensar que escrevo para todos, universalmente.
O meu prazer em blogar é enorme. Roça, por vezes, o vício! Um dia em que não faça um post não é um dia completo para mim. Com excepção dos fins-de-semana, que me afasto do computador, e dedico-me à família e amigos que estão do lado de cá da tela.
O seu blogue trata de temas bastante amplos e é aí que reside o seu encanto. Deixe-me dizer-lhe que o seu blogue tem um carisma especial. Usa o blogue para dar a conhecer o trabalho quotidiano que desenvolve ou é apenas uma forma de se expressar? Porque escolheu os temas que habitualmente desenvolve?
Por vezes, encaro a Casa Claridade como um registo vivo onde guardo alguns conhecimentos muito antigos, que estiveram quase a desaparecer. Um exemplo disso é o Responso das Almas, uma oração muito antiga, da minha avó, que já partiu há muitos anos. Procurei na Internet, e constatei que não existe em mais lado algum. É uma informação rara e que quis partilhar, mantendo-a viva.
A Casa Claridade é, realmente, muito diversificada; reflecte o que vai dentro de mim, e que deixo transbordar livremente. Por isso, umas vezes falo sobre as plantas que salvo do lixo, outras, partilho uma "simpatia", outras, decido lançar uma festa virtual… porque estamos em constante mutação, evolução e aprendizagem.
Além disso, confesso que gosto do factor surpresa. Ninguém sabe sobre o que vou escrever a seguir. Por vezes, nem eu mesma! Começo a escrever, e depois vou a correr buscar a máquina fotográfica para tirar umas fotos e acompanhar o post de imagens relacionadas.
Que fez (ou faz) para dar a conhecer o seu blogue e tentar atingir o sucesso com ele?
[Ia começar por responder que o sucesso é um conceito relativo e subjectivo. Mas, se estou aqui na Cova do Urso a ser entrevistada, então, sim, é um caso de sucesso! ;-) ]
Assumindo agora um tom mais sério, prefiro não me concentrar muito nessa palavra. Gosto mais de pensar que a Casa Claridade é um blog iniciante, que ainda tenho muito que trabalhar, e só com uma postura de humildade consigo fazê-lo.
Creio que aquilo que faz com que os leitores voltem assiduamente é o equilíbrio que tento manter entre o conteúdo e a forma:
No que diz respeito ao conteúdo, quando me sento a escrever, faço-o com o coração. Escrevo emocionalmente, uso a minha força espiritual, e acho que as pessoas sentem isso. Não gosto de focar os meus textos em assuntos negativos ou artificiais; para isso, bastaria ligar a televisão!
Se alguém se senta ao computador e visita o meu blog, quero oferecer-lhe algo de bonito, verdadeiro, alegre, útil ou interessante.
Quanto à forma, é, para mim, fundamental que os leitores se sintam tão confortáveis a ler os meus escritos, como se estivessem sentados no sofá da minha sala. Por isso, tenho o cuidado de fazer parágrafos nos meus textos. São como uma pausa, para que tenham tempo de digerir as minhas palavras, e não se perderem no meio delas. Jamais faria um bloco de texto enorme e sem espaços.
Depois, tenho também o cuidado de escolher músicas especiais, que façam a alma flutuar, e colocar cores/imagens de fundo que inspirem tranquilidade e leveza (claro, quando dou as festas virtuais, as regras mudam, e tudo é possível acontecer!).
Quanto à divulgação, no início, comecei por enviar convites por email e através de comentários em outros blogs, para que viessem conhecer o meu espaço.
Depois, deixei de fazer isso, pois distraía-me do foco principal, e tratei de concentrar-me em arrumar a casa e oferecer aos visitantes o melhor que tenho em mim.
Só esta semana é que dediquei um pouco de tempo a ver como funcionam os sites indexadores (Blogblogs, etc.) e a inscrever-me em alguns.
Os comentários dos seus leitores são importantes para si? Interage com eles? Retribui os comentários?
Sim, os comentários são muito importantes para mim; significam que aquilo que escrevi, conseguiu, de alguma forma, “tocar” na pessoa que leu.
O facto de saber que as pessoas gostam das minhas ideias, dos meus textos, é muito gratificante e é a força motriz que me leva a seguir em frente.
Neste momento, não consigo retribuir cada comentário individualmente, mas esforço-me por isso. Porém, todos são lidos com igual e genuíno carinho e interesse.
E sempre que alguém coloca uma questão, procuro responder. Muitas vezes, faço-o num post, para que todos possam beneficiar da resposta. Por exemplo, aqui, quando me perguntaram sobre o "Sr. Lixus".
Conte-nos um pouco sobre o seu avatar e no nome que escolheu para se apresentar.
No início, o meu avatar era uma ilustração da Deusa Tríplice. Escondi-me, propositadamente, para que as pessoas não se distraíssem com a inutilidade da informação sensorial (se sou nova ou velha, branca ou negra, feia ou bonita). Quis que, se se interessassem pelo meu blog, fosse exclusivamente por causa dos meus escritos.
Só mais tarde, porque havia vários leitores a demonstrar curiosidade sobre quem estava por detrás das palavras, senti a segurança para trocar a Deusa Tríplice por uma foto minha (um fragmento, contudo).
Sobre o nome Hazel… Este nome surgiu-me, há vários anos atrás, como um sussurro nos meus pensamentos. Não conheço ninguém que se chame assim, por isso, não sei de onde ele veio. Mas o facto é que o sussurro se manteve por muito tempo, e sinto-o verdadeiramente como meu. Talvez seja o meu nome de uma vida passada.
Ou, se calhar, foi alguma fada que mo disse baixinho…!
Quais os blogues que mais aprecia (independentemente do nicho a que pertencem) e qual foi a lição que aprendeu com eles?
São muitos os que aprecio, e, desde já, peço desculpa por não poder referi-los todos. Estão todos na lista “A Vizinhança”, da Casa Claridade.
Citando alguns, com O Jardim da Dama do Lago, tenho aprendido muito sobre plantas.
O Blog’arte, apresentou-me e ensinou-me a apreciar o trabalho de muitos grandes pintores e ilustradores.
Com o Flora da Serra, aprendi a valorizar ainda mais a vida simples e o contacto com a Mãe-Natureza. É um blog despretensioso e muito genuíno, que sempre terá o meu respeito e admiração.
Um dos meus favoritos também é o Mãe e muito mais. São inúmeras as lições que tenho aprendido com este blog, de uma mãe que prova que ser-se mãe a tempo inteiro não significa ser inútil; pelo contrário, tem partilhado enormes doses de inteligência, sentido de humor, sentido de cidadania e… muito mais (como diz o nome do blog).
A Cova do Urso e o Grimoire, cito-os em conjunto, pela riquíssima informação sobre Astrologia, um tema muito interessante, complexo e abrangente, sobre o qual gosto de ler.
Com o Lemniscata, tenho aprendido muito sobre Cristaloterapia, outro tema fascinante.
O Casas Possíveis é um blog que reúne informação muito útil sobre tudo o que esteja relacionado com a casa.
O Castelo de Asgard e o Magia do Bem têm-me ensinado muito sobre magia, simpatias, rituais, simbologia, ervas...
El Atelier de Sandra é um blog de muito bom gosto e delicadeza, que tem sempre algo de novo, belo e positivo a acrescentar.
No blog Margaret aprendo muito sobre bricolage e ainda dou umas boas gargalhadas com o sentido de humor da autora.
É possível fazer amizades na blogoesfera?
Antes de criar a Casa Claridade, jamais pensaria que fosse possível fazer amizades sólidas através da internet. Esta foi uma grande surpresa; é possível, sim.
Tenho feito amigos maravilhosos, que têm feito tanto por mim, e pelos quais me sinto enormemente grata.
Só por eles, já valeu a pena tudo o resto.
Aproveito para agradecer publicamente àqueles que apoiaram a Casa Claridade desde o seu nascimento, e que têm estado sempre presentes. Nomeadamente, a Rosa Stella, a Maria Papoila, a Lenita do Brasil, a Lucinha da Suécia, e, acima de tudo, o meu Consorte.
Agradeço também aos amigos que vieram depois, incluindo a si, António Rosa, pela sua gentil presença.
Obrigada por esta deliciosa conversa, que foi um belo exercício de reflexão.
Muito obrigado, Hazel. Farei um esforço para estar mais presente nos comentários do seu blogue e não me intimidar com a multidão de mulheres que fazem comentários tão saborosos e tão femininos. Tenciono aprender com todas.