Deslocação diária: cerca de 7' (excepto quando está retrógrado ou em alteração de movimento)
Tempo necessário para completar uma deslocação ao longo do zodíaco: entre 29 e 30 anos (aproximadamente dois anos e meio por signo)
Retrogradação: uma vez por ano, durante cerca de 5 meses
Casas associada: décima e décima primeira
Signos que rege: Capricórnio e Aquário
Dia da semana: sábado
Idade da vida mais representativa: a velhice
Personagens simbolizadas: o
mestre, o velho sábio, o eremita, o monge, as pessoas idosas, os avós,
os antepassados. O juiz, o agente governamental e o polícia. O pai, o
professor e o patrão (em simultâneo com o Sol). Os inimigos e os falsos
amigos.
Funções fundamentais: delimitação,
fronteira, diferenciação, selectividade, contracção, contenção,
auto-controlo, realismo, amadurecimento, inserção social (como Júpiter,
mas com um sentido mais hierárquico e estrutural — baseado no respeito e
na adequação às regras e aos valores instituídos), superego, sombra
(sentido junguiano), cristalização e materialização, medo e sentimento
de culpa, vergonha.
Valores positivos: sentido
de dever, capacidade de trabalho e de resistência, coragem na
adversidade, auto-controle, sentido de responsabilidade e espírito de
sacrifício, carácter estóico, sóbrio, parcimonioso e humilde, boa
adaptação à rotina, prudência, concentração, organização, rigor mental,
paciência, empenhamento, realismo, bom aproveitamento do tempo, dos
talentos e da energia, sensatez, boa adaptação às regras e às exigências
e padrões exteriores, praticabilidade, objectividade, maturidade.
Comportamentos negativos: falta
de autoconfiança, sentimento de inadequação, de inferioridade e de
atrofia do Eu, insegurança inibitória, pessimismo, fatalismo,
negatividade, hesitação, sentimento de impotência ou de incompetência,
melancolia, abatimento, preocupação excessiva, autocrítica depressiva e
inibidora, submissão humilhante à autoridade e dependência excessiva da
aprovação social e da opinião de terceiros, complexo de inferioridade,
timidez, desvalorização pessoal, carácter subserviente e impotente,
avareza, ambição desmedida, grande necessidade de reconhecimento e
admiração, possessividade e egoísmo, cultivo de elitismo, autoritarismo,
excessiva devoção ao trabalho, aridez emocional e sentimental,
isolamento pessoal, puritanismo fanático, medo da intimidade, rigidez
comportamental, censura e criticismo, inflexibilidade, intolerância,
severidade, desconfiança, dogmatismo, insensibilidade, misantropia,
inveja e rancor.
Outras representações e especificidades de Saturno:
·
Saturno representa a definição e estruturação duma identidade pessoal,
diferenciada, estável e separada do exterior (dos outros), mas diferente
da solar, por ser socialmente orientada e fundamentada, sendo baseada
nos frutos da actividade desempenhada no seio da colectividade bem como
pelo estatuto e grupo social onde se está inserido (tudo de acordo com
as convenções, valores e regras sociais estabelecidas a que o indivíduo
se submete).
Por isso associa-se Saturno à persona, a máscara que se adopta na vida social e que mascara a verdadeira individualidade. De igual modo, surge como o superego, a censura interna que procura controlar os impulsos pessoais de forma a obter-se o reconhecimento exterior.
E em consequência, incorpora também a ideia junguiana de sombra,
de tudo aquilo que foi rejeitado e reprimido em nome dessa mesma
adaptação à vida colectiva e às suas normas e exigências, muitas vezes
representadas familiarmente na figura paternal e também maternal.
· Em
termos colectivos, Saturno representa o poder social instituído; a
autoridade que impõe a ordem aos cidadãos e subordinados, exigindo
obediência às exigências, normas e objectivos colectivos. Saturno
representa a hierarquia baseada na autoridade disciplinadora, onde cada
pessoa tem o seu estatuto e papel nitidamente definidos (geralmente
através da sua profissão, riqueza ou importância social) e através dos
quais é reconhecida. É o significante das forças protectoras do status quo.
·
Representa a armadura, a muralha, as defesas erigidas face às
perturbações externas (mas muito principalmente as internas) que
acometem contra a identidade saturnina, edificada através da separação,
distinção, organização, controlo e até repressão dos impulsos naturais e
instintivos aquando da socialização. Saturno simboliza a segurança
advinda da estruturação e definição duma entidade pessoal num ambiente
estranho e complicado (pelo menos no início).
·
Saturno representa as expectativas e as perspectivas que o pai concebera
para o indivíduo e que lhe incutira através da educação, e mais
propriamente pelas obrigações, proibições e directivas autoritárias. É
expresso pelo ditame paterno «tu deves» ou pela proibição «tu não
deves».
·
Simboliza as forças que delimitam (criam as fronteiras e as separações),
definem, estruturam, contêm, disciplinam, organizam e aferem da
realidade e utilidade das coisas e dos comportamentos.
Saturno
fala de controle, de adequação. Fala do princípio de exclusão que está
subjacente à delimitação e estruturação (ao contrário de Júpiter onde
sobressaem as forças de integração).
·
Quando um Espírito, livre e imenso, se reduz a uma forma cristalizada,
privado da sua plena liberdade, sujeito a regras e limites muito
restringidores, impossibilitado de fruir das possibilidades infinitas
que pode imaginar, obrigado a uma vida, a situações muito particulares e
definidas, sujeito a deveres incompreendidos, a uma disciplina
extremamente limitante, então Saturno, o representante dessa situação,
simboliza um castigo a cumprir, uma prisão da alma, um karma a pagar, o
isolamento dum espírito que tem erros a resgatar.
Que outra coisa pode pensar o ser que antes era livre e agora se vê obrigado à realidade terrena?