Com Sally Field [6 Novembro 1946 - 4h23 - Pasadena, California, USA], [«Norma Rae» e «Um Lugar no Coração»] passava-se o mesmo. Já tinha 2 Oscar e se tivesse ganho a sua candidatura com «Lincoln», ficaria no restrito panteão da glória dos ganhadores de 3 estatuetas.
Steven Spielberg
Na foto, à direita, Steven Spielberg na companhia de Daniel Day-Lewis [Londres, 29 Abril 1957] o actor britânico que interpreta o papel de Abraham Lincoln |
18 Dezembro 1946
18:16
Cincinnati, Ohio, USA
[Standard time, 5h West time zone]
Mapa natal de Steven Spielberg. Clicar para aumentar e ver melhor. |
[ver Wikipedia]
Retrato de Abraham Lincoln, de 1858. |
12 Fevereiro 1809
6:54
Hodgenville, Kentucky, USA
[Local mean time]
37 N 34'26'' 85 W 44'24''
até ao dia em que foi assassinado, a 15 de Abril de 1865.
Mapa natal de Abraham Lincoln, Clicar para aumentar e ver melhor. |
Washington, de Dezembro 1864 a 15 Abril 1865
38 N 53'42'' 77 W 02'12''
[Local mean time]
Cerimónia de atribuição do Oscar em 2013
85ª cerimónia do Oscar
Academia de Artes e Ciências Cinematográficas
(Academy of Motion Pictures Arts and Sciences - AMPAS)
No Dolby Theatre
(antigo Kodak Theatre)
24 Fevereiro 2013 - 19h00
[a red carpet começou às 17h00]
Los Angeles, California, USA
34 N 03'08'' 118 W 14'34'
Acima: vários prémios conquistados pelo filme, até aos Oscares 2013.
Diálogo numa cena do filme:
- "Mrs. Lincoln." Tommy Lee Jones como Thaddeus Stevens.
- "Madam President, if you please." Sally Field como Mary Todd Lincoln.
Análise astrológica
«Lincoln», filme de Steven Spielberg - análise astrológica
Análise da vitória de Daniel Day-Lewis
«Lincoln», o filme
É uma obra muito bem contada, mas que lhe falta a 'mão fulgurante' de Spielberg, mostrando-nos apenas a sua enorme capacidade no ofício cinematográfico. Começo já por afirmar que gostei moderadamente do filme. No entanto, não creio que seja um filme fantástico, e não me seduziu ao ponto de poder afirmar que é um dos filmes da minha vida. Não é, não.
Fiquei surpreendido na longa noite dos Oscares 2013 [para quem vive na Europa, é uma longa noite] ao constatar que o filme «Lincoln» de Steven Spielberg, candidato a 12 estatuetas, terminou o evento como o grande perdedor da noite, com apenas 2 estatuetas. Fiquei surpreendido, de facto, porque não olhei para a relação entre o mapa de Steven Spielberg e o mapa do evento em si, os Oscares 2013. Se o tivesse feito, teria percebido que as coisas não iriam correr bem para o cineasta. Mas fiei-me na fama do director e, sobretudo no personagem central da obra: o 16º Presidente da América, Abraham Lincoln, que é uma figura fascinante. Aqui foi óbvio que a minha condição de cinéfilo foi superior à minha curiosidade astrológica. O que fiz depois, poderia ter feito antes: relacionar os dois mapas. É a aprendizagem de se viver em harmonia.
Os 2 prémios atribuídos ao filme foram um para Daniel Day-Lewis com o Oscar de Melhor Actor e um prémio técnico, para 'Production Designer - Direcção de Arte' [Rick Carter e Jim Erickson], bem merecido, por sinal. As premiações anteriores ao Oscar, foram todas para os actores: o Golden Globe, o Screen Actors Guild e o Critics Choice foram para Daniel Day-Lewis. Tommy Lee Jones também foi premiado pelo Screen Actors Guild, como Melhor Actor Codjuvante. O filme também é um sucesso comercial, tendo arrecadou até à data dos Oscares, mais de 244 milhões dólares em bilheteira. Imagine-se quando passar para DVD, downloads em tv por cabo ou passar nos canais generalistas de televisão. E, claro, toda a merchandising à volta do assunto.
O mapa dos Oscares 2013 [24 Fevereiro 2013 - 19h00 - Los Angeles, California - USA - 34 N 03'08'' 118 W 14'34'] não estava nada favorável ao mapa de Spielber [18 Dezembro 1946 - 18:16 - Cincinnati, Ohio, USA - 39 N 09'43'' 84 W 27'25''], que das duas uma, ou aprendeu uma lição de vida, ou ainda está a analisar o que lhe aconteceu. Bom, isto para uma criatura comum poderia ser ficar na penúria, não é o caso para Spielberg, que continuará a ver as suas receitas a entrarem com regularidade. Apenas o ego foi abalado.
Se analisarmos o Saturno do mapa dos Oscares e o que está a fazer ao mapa de Stevem Spielberg é caso para dizermos que um problema nunca vem só. Vejamos: esse Saturno faz uma semi-quadratura ao Sol de Spielberg [simplificando: a abanar o ego], a afastar-se de uma forte conjunção à Lua [uma enorme dor de alma], uma quadratura a Saturno [mas então quem é que manda aqui?] e uma quadratura a Plutão [daqui não passas], muitos assuntos cármicos a serem resolvidos, eventualmente com o próprio Abraham Lincoln [especulando]. Também vai a caminho de uma conjunção com Júpiter, claramente a avisar que as coisas serão feitas como Cronos [Saturno] entende e não da forma grandiosa de Zeus [Júpiter]. Mas temos o Plutão do evento a fazer uma quadratura a Neptuno de Steven Spielberg, dizendo-lhe que não era hora de sonhar; bem mais eficaz era a oposição que Plutão fazia ao Ascendente do cineasta, a paralisar o que estivesse em andamento. Esta é uma breve leitura e não tenho espaço para mais.
É difícil escapar ao peso histórico do tema do filme, fazendo que não haja espaço para fugir ao peso dos acontecimentos conhecidos. «Lincoln» não foge a esta regra, apesar do notável esforço feito pelo actor Daniel Day-Lewis, para tornar este personagem mais humano, mais multidimensional, na sua qualidade de 16º Presidente do EUA, que ainda por cima conseguiu abolir a escravidão e terminar a Guerra Civil, tendo sido assassinado semanas depois.
Esta é a parte central da minha visão: Parece que Spielberg, sempre que se afasta do humano e se aproxima das instituições, fica tolhido nos seus movimentos e criatividade. Tive curiosidade em verificar se isso consta do seu mapa natal ou se era apenas a minha visão crítica do seu trabalho cinematográfico.
Desde cedo Spilberg encontrou o seu ideal [Peixes e Neptuno] que no seu mapa encontra-se na 10ª Casa, a da carreira profissional e do reconhecimento social. Isso é inegável, claro. Não se equivocou, pois sempre soube o que queria fazer como seu ideal íntimo e pessoal: queria trabalhar com «imagens em movimento», ser director e produtor cinematográfico, escrever guiões e histórias para o cinema, dirigir actores. É um caso de sucesso. Como sabem, Peixes tem dois regentes: Júpiter e Neptuno.
Júpiter [o planeta das leis, do que é divino, o expansivo], na sua dupla qualidade de co-regente do seu ideal [Peixes] e regente do seu signo solar tem enorme importância neste mapa. Encontra-se na 5ª Casa, em Escorpião, numa conjunção próxima ao segundo benfeitor do zodíaco, Vénus. Ambos fazem uma quadratura difícil com o dispositor deles, Plutão [regente de Escorpião], que está dominante em Leão, ao lado de Saturno. Plutão é o representante das grandes organizações e instituições. Esta quadratura de Júpiter/Vénus a Plutão é uma das causadoras do constrangimento de Spielberg, nos seus filmes, por instituições, no caso deste filme, da Presidência dos EUA, mesmo numa história que tem cerca de 150 anos.
Mas não podemos ficar por aqui, pois o outro planeta dispositor de Júpiter/Vénus, por ser co-regente de Escorpião, é Marte, que está em Capricórnio, na 6ª Casa. Dá para dizer 'junta-se a fome com a vontade de comer', mas como nada é por acaso, fazem uma semi-quadratura entre si, com uma conjunção entre Marte e o Sol sagitariano de Spielberg.
O outro planeta que rege o ideal de Spielberg é Neptuno, encontra-se em Balança /Libra. O dispositor de Neptuno é Vénus, que já foi analisado no parágrafo anterior, enquanto que o próprio Neptuno está bem enlaçado com Plutão, num belo sextil, dando força à noção interna de 'instituição', de alguma maneira diluindo o poder de Plutão, solvendo e dando a Spielberg, uma noção imprecisa do que é o poder. É muito curioso, vindo de um dos homens mais poderosos da indústria cinematográfica mundial.
O grande senhor deste filme, apesar de morto e enterrado é o próprio Abraham Lincoln. O 16º Presidente americano Abraham Lincoln [12 Fevereiro 1809 - 6:54 - Hodgenville, Kentucky, USA - 37 N 34'26'' 85 W 44'24''] é aquariano e tem a Lua em Capricórnio e o Ascendente, também em Aquário.
Muito rapidamente sobre o mapa de Abraham Lincoln: um homem que tem no mapa natal, na sua 1ª Casa, o Sol em Aquário, Mercúrio, Plutão e Júpiter em Peixes e, mais afastada Vénus em Carneiro [Plutão ainda não era conhecido dos astrólogos, mas estava lá, certo, amigos?] recebia em trânsito do mapa dos Oscares apenas isto, em fila indiana, tudo na sua 1ª Casa: Vénus em Aquário, Neptuno, Sol, Quíron, Parte da Fortuna, Marte e Mercúrio em Peixes e Úrano em Carneiro a fazer uma bela conjunção àquela Vénus de fogo natal. Que belo mapa para quem já não está entre nós vai para 150 anos.
O Sol sagitariano de Spielberg faz uma semi-quadratura ao Úrano escorpiónico de Lincoln. Como poderia este filme ser aquariano? Muito dificilmente conseguiria isso. Esse mesmo Sol faz outra semi-quadratura ao Quíron do presidente, não permitindo que se expressasse em plenitude. O semi-sextil que faz à Lua capricorniana de Lincoln, faz acentuar o peso saturnino no filme.
O Úrano de Lincoln é bastante bombardeado pelo mapa de Spielberg. Assim: a semi-quadratura do Sol, já mencionada atrás; conjunções da Lua e de Quíron; quadraturas de Saturno e Plutão. Para este Úrano poder respirar debaixo da vontade de Spielberg, apenas tem o sonho, com um semi-sextil de Neptuno.
Esse sonho foi procurado por Spielberg, mas não encontrou fundamentos. Como disse mais atrás, o cineasta tem bom ofício, muita qualidade e muito dinheiro para produzir, podendo pagar aos melhores técnicos, conseguindo um filme escorreito e cheio de boa vontade, mas que os membros da Academia [dos Oscares] apesar de sentirem que Abraham Lincoln é um «bem» nacional, também sabem que «Lincoln» não era um 'papabile', não era um vencedor.
Com tanto peso de Saturno é caso para nos interrogarmos, à distância: terão este dois homens uma história cármica conjunta? Não façam muito caso, porque sou eu a especular. Mas que a dúvida ficou instalada em mim, lá isso ficou.
Esta foi a minha primeira experiência ao fazer uma análise astrológica de um filme. Muito agradecido.
13 comentários:
Bom dia meu querido António.
Li um vez inteiro.. mas são tantas as informações que terei que voltar muitas vezes...
Considero fantástica essa sua disposição para tal análise... sei que gosta dos dois temas astrologia e cinema... minha modesta opinião: excelente!
Um beijo por enquanto...voltarei.
Astrid Annabelle
Bom dia !!! Nao sou cinéfila mas na verdade, sempre que vejo um bom filme.... Vivo-o durante alguns momentos :-)
Embora não seja o filme da sua vida, fiquei com vontade de o ver. O tema apaixona-me.
Bj
Astrid,
É a 1ª vez que junto o cinema e a astrologia. Oxalá as pessoas gostem. A mim deu-me muito prazer fazê-lo apesar do muito trabalho que ocasionou, mas não podia deixar passar em branco um dos momentos históricos da nossa humanidade.
Muitos beijinhos agradecidos.
A.
Olá Vera,
Fiquei animado com a sua opinião. Ainda bem para mim, é sinal que o texto e as informações têm alguma mais valia.
Um beijinho agradecido.
A.
Gostei muito António. Está aqui muito trabalho. Gostei especialmente da análise dos trânsitos ao Mapa do Lincoln, fes-me lembrar um exercício que propuseste já há uns anos na escola Nova Lis que me surpreendeu muito. Este texto fez-me ter a certeza que juntar a astrologia e o cinema é algo muito natural para ti, pois és conhecedor e um amante do cinema e da astrologia, "feels like second nature to you" ;) Beijinhos
Patrícia,
Ainda bem que te lembraste desse exercício, o da canonização de Frei Santa Maria (Nuno Álvares Pereira), que na altura nos animou muito.
É um prazer relembrar estas coisas em retrospectiva.
Beijos de muito agradecimento pela generosidade das tuas palavras.
A.
Querido António!
BRILHANTE!
Fizeste aquilo que mais gosto de fazer, mas tenho sido uma grande preguiçosa para escrever sobre, pois gosto mais de palestrar (mas as condições internas ainda estão a afinar).: Juntar o cinema e a astrologia, como sabes, duas das minhas grandes paixões. Mas as condições internas ainda estão a afinar.
Quando vejo determinados filmes faço isto automaticamente, sem pensar muito. Depois, como uma criança, vou brincar com os mapas e as informações e deliro com o que encontro e com as confirmações.
Já há muito tinha "catrapiscado" o mapa do Spielberg, a quem chamo o Mago do cinema. Todo ele é sonho e magia, e é o que deve fazer como realizador. Capta a essência da magia do cinema como ninguém. É um ser humano de pessoas. :-)
Obrigada por este bombom feito com a qualidade que só tu lhe sabes imprimir.
Ficaria aqui HORAS!
Abraço-te forte*
Eu quase que não preciso de dizer que gosto de tão óbvio que o sinto, são estas análises assim que ajudam estudantes a pensar, a observar e partilhar!
Ainda não vi o filme mas espero vê-lo em breve!
Gosto muito da junção do cinema e astrologia por Igual!
Muito Obrigado!
=)
Olá querida Susana,
Que bom ter-te lido com a admiração que tenho por ti.
Nem imaginas como me senti bem com as tuas palavras. Fico muito agradecido.
Vou continuar a fazer esta experiência: cinema + astrologia. Gostei da experiência e senti-me muito bem.
Grande beijinho
António
Muito obrigado, minha querida. Se vires o filme já tens aqui um olhar, o meu. Depois é só veres com os teus próprios olhos. Esgtive atento ao teu blogue e reparei que estás a entrar no cinema e tv. Muito bom. Quantos mais o fizermos, melhor para todos.
Muito obrigado pelas tuas simpáticas palavras.
Um grande beijinho
António
Querido António... olha, comovida e sem palavras.
É nestas alturas que gosto do abraço corporeo. Se estivesse ao teu lado não te livravas de uns amassos À boa moda de uma Lua Plutão! :-)
Caramba, se há admiração é mútua! E como me inspiras, sempre!
Fica o desafio de criarmos algo em conjunto sob a égide cinema e astrologia ;-)
Abraço-te muito*
Querida sUSANA
Estou a enviar-te um abraço mais que corpóreo. Eu senti o teu e espero que sintas este.
Desafio aceite para fazermos algo em conjunto sobre cinema + astrologia. Seria excelente.
1000 beijinhos agradecido.
Spielberg faz cinema ideológico, como não gosto de ser ensinado por americanos, para isso prefiro ler livros, não costumo ver o seu "cinema". E o facto de andar pelos Óscares é mais uma razão, estes são prémios para vender um produto: a indústria cinematográfica americana, que colonizou os europeus.
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