«Glória ou como Penélope morreu de tédio» de Cláudia Lucas Chéu, no Teatro Nacional D. Maria II - Lisboa

19 de janeiro de 2011 ·

Albano Jerónimo
«Glória ou como Penélope morreu de tédio» de Cláudia Lucas Chéu
A peça no site do Teatro Nacional D. Maria II - Sala Estúdio
Lisboa, até 30 Janeiro - 4.ª a Sáb. às 21h45 Dom. às 16h15

Como sabia que a minha amiga Esperança Valentim Constâncio, ia assistir à peça escrita por sua prima Cláudia Lucas Chéu e protagonizada pelo excelente actor Albano Jerónimo, pedi-lhe que escrevesse as suas impressões, para publicar no 'Cova do Urso'. Com os meus agradecimentos, aqui fica a proposta da Esperança:

«Proponho-vos uma imagem:

Uma mesa com duas cadeiras. De um lado, a autora e encenadora (Cláudia Lucas Chéu), do outro, o actor (Albano Jerónimo). Na “cozinha” deste restaurante a equipa técnica que combina, em perfeita sintonia, os botões a carregar, as luzes a acender, os sons a colocar.

Esta cena pode ser montada, na vossa imaginação, num qualquer restaurante de uma qualquer cidade do mundo.

Mas não se passa em Portugal, em Lisboa, mais propriamente no Teatro Nacional D. Maria II, na acolhedora sala Estúdio.

Tudo nesta vida tem um início. Um texto, ganha forma no papel, depois de uma ideia, de um estudo, de uma experiencia. Neste caso especifico o texto é baseado na “Odisseia” de Homero, que fala da espera, de uma espera que nunca acaba, ou de uma espera que deve e tem de ser trabalhada.

Cláudia Lucas Chéu é uma jovem e culta actriz, apaixonada por diversas formas de arte, e pelo teatro em particular. Com pouco mais de trinta anos, resolve “actualizar” as coisas e, de uma forma excelente, escreve um texto maravilhoso e actual. É o tipo de trabalho que desperta e mexe com as nossas emoções e que abrange toda a nossa sociedade. É um monólogo ao qual dá o nome de «Glória ou como Penélope morreu de Tédio.»

Está lançado o mote para um espectáculo lindíssimo. Para tal só falta o actor. A escolha recai sobre Albano Jerónimo.

Neste trabalho, Albano Jerónimo, um jovem actor com um enorme talento, leva os níveis de representação a patamares elevados. Do ódio ao amor, da raiva à compaixão, do rancor à ternura de uma criança, e por aí adiante, num espectáculo onde o jogo de luzes e sons está em perfeita harmonia com o texto.

Escrever um texto tendo como base a obra poética «Odisseia», deve ser um trabalho muito exigente. Só ao alcance de pessoas cultas e apaixonadas pelo privilégio de servir a sua arte. Conseguir passar esse texto para um actor e exigir dele uma representação ao nível que a prosa exige (em formato de monologo) é com toda a certeza uma grande inspiração de ambas as partes (encenação e representação).

A riqueza do cenário está na simplicidade do mesmo. A forma que a encenadora utiliza, através dos materiais seleccionados, para manter a atenção e o suspense do público está muito bem idealizada e montada. O resto fica por conta do actor que através da luz, som e movimentação em palco, abraça e expande a sua actuação com forte emoção e total entrega.

Pelo meio de tudo isto um coro de vozes, que traz à cena uma forma de expressão muito própria do ser humano.

Para os amantes da nobre arte de representar, não percam, pois certamente vão gostar.»

Esperança Valentim Constâncio



Entrevista de Albano Jerónimo, aqui.

Albano Jerónimo é um actor português. Estudou na Escola Superior de Teatro e Cinema e estreou-se no cinema em 'Antes que o Tempo Mude', de Luís Fonseca (2003), tendo trabalhado depois com José Fonseca e Costa em 'O Fascínio' e com José Farinha em 'O Inimigo Sem Rosto' (2006). Entrou em algumas novelas como "Eu e Tu", "Fala-me de Amor" e "Ninguém como tu", da estação TVI, e "Vila Faia" e "Liberdade 21" na RTP. Também deu voz ao mago "Howl" no filme de animação japonês 'O Castelo Andante', de 2004.

Outras informações paralelas sobre o tema: 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7

A autora da peça, Cláudia Lucas Chéu

Cláudia Chéu
 Entrevista de Cláudia Lucas Chéu à 'Visão', aqui.
O livro com o mesmo título, aqui.

Cláudia Lucas Chéu nasceu a 3 de Janeiro de 1978 em Lisboa. Frequentou o 3º ano do curso de Línguas e Literaturas Modernas onde fundou o Grupesco. Concluiu o curso de formação de actores da Escola Superior de Teatro e Cinema e estreou-se profissionalmente no Teatro Aberto na peça «Peer Gynt» de Ibsen. Em teatro trabalhou com João Lourenço, João Brites, Rogério de Carvalho, Francisco Salgado, Alexandre Lyra Leite, Anatholy Praudin, entre outros. Na área performativa trabalhou com a Mónica Calle e com John Romeo. Participou em duas curtas-metragens de Christine Félix. Em televisão participou em O 'Último Beijo', 'Amanhecer', 'Anjo Selvagem', 'Morangos com Açúcar' e 'Liberadade 21'. Fez direcção de actores na série IV e V de 'Morangos Com Açúcar' e dá workshops de formação para jovens actores na NBP. Estreou-se na encenação no teatro S.Luiz com 'Poltrona' um texto da sua autoria inserido no ciclo de Jovens Actores.
 
 

Albano Jerónimo e Cláudia Lucas Chéu, casal na vida real.
 Os meus parabéns a esta parceria tão bem sucedida.

Haverá poucos portugueses que não conheçam esta
recente publicidade da EDP, com Albano Jerónimo.



.

7 comentários:

Paulo Francisco disse...
19 de janeiro de 2011 às 00:09  

E eu aqui...
Passei pra te dar um abraço.

Unknown disse...
19 de janeiro de 2011 às 08:34  

Olá Paulo

Um abraço grande. Obrigado.

Astrid Annabelle disse...
19 de janeiro de 2011 às 08:56  

Bom dia António querido!
Você me fez ficar morrendo de vontade de assitir esta peça! E agora? rsss
Belíssimo post cheio de ricos detalhes e links.
Muito obrigado.
Você está melhor da gripe?
Um beijo grande para um lindo dia.
Astrid Annabelle

Unknown disse...
19 de janeiro de 2011 às 09:01  

Olá Astrid,

Obrigado. Estou bastante melhor, mesmo assim ainda não estou completamente bem. Levantou-se bem cedo. :))) Temos que divulgar o que é bom, não é?

Beijos

Socorro Melo disse...
19 de janeiro de 2011 às 13:29  

Olá, António!

É sempre um prazer voltar aqui, e principalmente me deparar com textos fantásticos como esse. ADOREI. Não conheço os personagens, mas, percebo que há excelência na qualidade dos seus trabalhos. Obrigada por compartilhar conosco.

Grande abraço
Socorro Melo

Unknown disse...
19 de janeiro de 2011 às 16:56  

Socorro

Muito agradecido pelas suas palavras muito gentis. Abraço.

William Garibaldi disse...
19 de janeiro de 2011 às 20:41  

É muito bom vir aqui, e aprender tanto.
A arte de um povo.. revela muito deste povo.. sou um apaixonado confesso por Portugal... é belo observar nesta postagem a visão de mundo... a maneira como um português escreve... Castelo Andante... é um anime, que amo de Hayao Miyazaki, ( a quem amo de paixão! ) neste desenho o ator Jerónimo deu voz ao personagem principal...
Aqui no Brasil o nome é Castelo Animado... talvez menos poético... Portugal, a língua mãe.. a poesia mãe...
Esta moça Claudia Lucas Chéu é de uma cultura e força de síntese incríveis... o modo como ela associou as idéias.. as personagens... que riqueza!
Também fiquei com vontade de assistir... apesar da sensação estranha no plexo... do medo da espera quem sabe...

Estava com saudade de você...
que bom que veio me ver!
Pode deixar que vou me cuidar sim!... fiquei agradecido como sempre a ti amigo! Abraço.

19 de janeiro de 2011

«Glória ou como Penélope morreu de tédio» de Cláudia Lucas Chéu, no Teatro Nacional D. Maria II - Lisboa

Albano Jerónimo
«Glória ou como Penélope morreu de tédio» de Cláudia Lucas Chéu
A peça no site do Teatro Nacional D. Maria II - Sala Estúdio
Lisboa, até 30 Janeiro - 4.ª a Sáb. às 21h45 Dom. às 16h15

Como sabia que a minha amiga Esperança Valentim Constâncio, ia assistir à peça escrita por sua prima Cláudia Lucas Chéu e protagonizada pelo excelente actor Albano Jerónimo, pedi-lhe que escrevesse as suas impressões, para publicar no 'Cova do Urso'. Com os meus agradecimentos, aqui fica a proposta da Esperança:

«Proponho-vos uma imagem:

Uma mesa com duas cadeiras. De um lado, a autora e encenadora (Cláudia Lucas Chéu), do outro, o actor (Albano Jerónimo). Na “cozinha” deste restaurante a equipa técnica que combina, em perfeita sintonia, os botões a carregar, as luzes a acender, os sons a colocar.

Esta cena pode ser montada, na vossa imaginação, num qualquer restaurante de uma qualquer cidade do mundo.

Mas não se passa em Portugal, em Lisboa, mais propriamente no Teatro Nacional D. Maria II, na acolhedora sala Estúdio.

Tudo nesta vida tem um início. Um texto, ganha forma no papel, depois de uma ideia, de um estudo, de uma experiencia. Neste caso especifico o texto é baseado na “Odisseia” de Homero, que fala da espera, de uma espera que nunca acaba, ou de uma espera que deve e tem de ser trabalhada.

Cláudia Lucas Chéu é uma jovem e culta actriz, apaixonada por diversas formas de arte, e pelo teatro em particular. Com pouco mais de trinta anos, resolve “actualizar” as coisas e, de uma forma excelente, escreve um texto maravilhoso e actual. É o tipo de trabalho que desperta e mexe com as nossas emoções e que abrange toda a nossa sociedade. É um monólogo ao qual dá o nome de «Glória ou como Penélope morreu de Tédio.»

Está lançado o mote para um espectáculo lindíssimo. Para tal só falta o actor. A escolha recai sobre Albano Jerónimo.

Neste trabalho, Albano Jerónimo, um jovem actor com um enorme talento, leva os níveis de representação a patamares elevados. Do ódio ao amor, da raiva à compaixão, do rancor à ternura de uma criança, e por aí adiante, num espectáculo onde o jogo de luzes e sons está em perfeita harmonia com o texto.

Escrever um texto tendo como base a obra poética «Odisseia», deve ser um trabalho muito exigente. Só ao alcance de pessoas cultas e apaixonadas pelo privilégio de servir a sua arte. Conseguir passar esse texto para um actor e exigir dele uma representação ao nível que a prosa exige (em formato de monologo) é com toda a certeza uma grande inspiração de ambas as partes (encenação e representação).

A riqueza do cenário está na simplicidade do mesmo. A forma que a encenadora utiliza, através dos materiais seleccionados, para manter a atenção e o suspense do público está muito bem idealizada e montada. O resto fica por conta do actor que através da luz, som e movimentação em palco, abraça e expande a sua actuação com forte emoção e total entrega.

Pelo meio de tudo isto um coro de vozes, que traz à cena uma forma de expressão muito própria do ser humano.

Para os amantes da nobre arte de representar, não percam, pois certamente vão gostar.»

Esperança Valentim Constâncio



Entrevista de Albano Jerónimo, aqui.

Albano Jerónimo é um actor português. Estudou na Escola Superior de Teatro e Cinema e estreou-se no cinema em 'Antes que o Tempo Mude', de Luís Fonseca (2003), tendo trabalhado depois com José Fonseca e Costa em 'O Fascínio' e com José Farinha em 'O Inimigo Sem Rosto' (2006). Entrou em algumas novelas como "Eu e Tu", "Fala-me de Amor" e "Ninguém como tu", da estação TVI, e "Vila Faia" e "Liberdade 21" na RTP. Também deu voz ao mago "Howl" no filme de animação japonês 'O Castelo Andante', de 2004.

Outras informações paralelas sobre o tema: 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7

A autora da peça, Cláudia Lucas Chéu

Cláudia Chéu
 Entrevista de Cláudia Lucas Chéu à 'Visão', aqui.
O livro com o mesmo título, aqui.

Cláudia Lucas Chéu nasceu a 3 de Janeiro de 1978 em Lisboa. Frequentou o 3º ano do curso de Línguas e Literaturas Modernas onde fundou o Grupesco. Concluiu o curso de formação de actores da Escola Superior de Teatro e Cinema e estreou-se profissionalmente no Teatro Aberto na peça «Peer Gynt» de Ibsen. Em teatro trabalhou com João Lourenço, João Brites, Rogério de Carvalho, Francisco Salgado, Alexandre Lyra Leite, Anatholy Praudin, entre outros. Na área performativa trabalhou com a Mónica Calle e com John Romeo. Participou em duas curtas-metragens de Christine Félix. Em televisão participou em O 'Último Beijo', 'Amanhecer', 'Anjo Selvagem', 'Morangos com Açúcar' e 'Liberadade 21'. Fez direcção de actores na série IV e V de 'Morangos Com Açúcar' e dá workshops de formação para jovens actores na NBP. Estreou-se na encenação no teatro S.Luiz com 'Poltrona' um texto da sua autoria inserido no ciclo de Jovens Actores.
 
 

Albano Jerónimo e Cláudia Lucas Chéu, casal na vida real.
 Os meus parabéns a esta parceria tão bem sucedida.

Haverá poucos portugueses que não conheçam esta
recente publicidade da EDP, com Albano Jerónimo.



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7 comentários:

Paulo Francisco disse...

E eu aqui...
Passei pra te dar um abraço.

Unknown disse...

Olá Paulo

Um abraço grande. Obrigado.

Astrid Annabelle disse...

Bom dia António querido!
Você me fez ficar morrendo de vontade de assitir esta peça! E agora? rsss
Belíssimo post cheio de ricos detalhes e links.
Muito obrigado.
Você está melhor da gripe?
Um beijo grande para um lindo dia.
Astrid Annabelle

Unknown disse...

Olá Astrid,

Obrigado. Estou bastante melhor, mesmo assim ainda não estou completamente bem. Levantou-se bem cedo. :))) Temos que divulgar o que é bom, não é?

Beijos

Socorro Melo disse...

Olá, António!

É sempre um prazer voltar aqui, e principalmente me deparar com textos fantásticos como esse. ADOREI. Não conheço os personagens, mas, percebo que há excelência na qualidade dos seus trabalhos. Obrigada por compartilhar conosco.

Grande abraço
Socorro Melo

Unknown disse...

Socorro

Muito agradecido pelas suas palavras muito gentis. Abraço.

William Garibaldi disse...

É muito bom vir aqui, e aprender tanto.
A arte de um povo.. revela muito deste povo.. sou um apaixonado confesso por Portugal... é belo observar nesta postagem a visão de mundo... a maneira como um português escreve... Castelo Andante... é um anime, que amo de Hayao Miyazaki, ( a quem amo de paixão! ) neste desenho o ator Jerónimo deu voz ao personagem principal...
Aqui no Brasil o nome é Castelo Animado... talvez menos poético... Portugal, a língua mãe.. a poesia mãe...
Esta moça Claudia Lucas Chéu é de uma cultura e força de síntese incríveis... o modo como ela associou as idéias.. as personagens... que riqueza!
Também fiquei com vontade de assistir... apesar da sensação estranha no plexo... do medo da espera quem sabe...

Estava com saudade de você...
que bom que veio me ver!
Pode deixar que vou me cuidar sim!... fiquei agradecido como sempre a ti amigo! Abraço.

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