As casas astrológicas são o factor mais "quotidiano" do mapa natal. Enquanto os signos tratam de arquétipos ou modos de ser e os planetas representam aspectos pessoais e colectivos da individualidade, as casas mostram as áreas de vida humana.
Esta função, aparentemente modesta, é contudo da maior importância. As casas mostram a que área de vida corresponde cada signo e cada planeta. Elas representam os "campos de manifestação" das forças celestes.
É por este motivo que os mapas onde não é possível determinar o ascendente (e, por consequência, também não se determinam as casas) são tão imprecisos e impessoais.
Relacionar as 12 casas
Para uma total compreensão das casas astrológicas precisamos de olhá-las como um todo: nenhuma das áreas de vida ali representadas faz sentido se não tomarmos em conta todas as outras.
Vejamos um exemplo:
A Casa V representa, entre outras coisas, a expressão criativa.
Para melhor a entendermos, devemos lembrar-nos que a Casa V é produto directo da Casa IV (as bases emocionais, o lar e a vivência familiar na infância). Com efeito, sem esta base interior, nada do que cria tem sentido ou "alma".
Podemos ainda considerar que a Casa V dá origem à Casa VI: a auto-expressão criativa pode dar lugar ao trabalho de perfeiçoamento, tendo em vista uma maior eficiência e funcionalidade. E, se quisermos ir mais longe, este apuramento pessoal permite-nos estabelecer relações de igualdade - um assunto da Casa VII.
Voltando à Casa V, podemos também complementá-la com a casa XI, a casa oposta. De facto, a criatividade pessoal alcançará a sua maior expressão quando for enquadrada num contexto grupal (casa XI).
Sabemos que a Casa V é uma casa de Fogo e Sucedente (ou Fixa).
Por ser de Fogo, está ligada à expressão da identidade e pode ser relacionada com as outras casas do mesmo elemento: a I (identidade imediata) e a IX (identidade mais abrangente). Por ser Sucedente, indica uma tendência à estabilidade a à continuidade. Podemos por isso relacioná-la com as outras casas sucedentes: a II (coisas concretas), a VIII (sentimentos e inconsciente) e a XII (pensamentos e relacionamentos grupais).
O mesmo tipo de inter-relação pode ser estabelecido para todas as outras casas.
Épocas ou áreas de vida?
Para quem começa a estudar Astrologia, pode existir alguma confusão quanto à interpretação das casas.
Devemos interpretá-las como épocas de vida ou como áreas de vida?
Na verdade, ambas as interpretações são válidas e úteis.
As casas podem ser olhadas numa perspectiva temporal, já que mostram etapas da vida: a I indica o nascimento, a IV a infância, a X a maturidade, etc. Não obstante, as casas continuam presentes e actuantes mesmo quando já ultrapassámos essa etapa de vida. Por isso, podemos também considerá-las áreas de vida.
Vejamos alguns exemplos:
A Casa I representa o nascimento, a época inicial da existência. O que acontece à Casa I na vida adulta? Na fase adulta, esta casa é indicadora de inícios e de "primeiras impressões". Sempre que sempre que tomamos contacto com uma nova situação ou iniciamos um projecto, estamos a funcionar na área representada pela Casa I. Na vida adulta, ela indica a forma como iniciamos as coisas e também a nossa imagem imediata, espontânea.
Numa outra perspectiva, a Casa IX indica a área dos estudos superiores, das viagens e das buscas espirituais. Esta casa reveste-se de especial significado sempre que estivermos a viver uma época de vida em que esses assuntos estejam em grande destaque.
Esta abordagem poderá ser aplicada a todas as outras casas, tornando a interpretação mais abrangente e esclarecedora.
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