ASTROLOGIA E REENCARNAÇÃO
Por Dorothée Koechlin de Bizemont
Extraído do seu livro “Astrologia Cármica”
Transcrições, excertos e sublinhados de António Rosa
Por Dorothée Koechlin de Bizemont
Extraído do seu livro “Astrologia Cármica”
Transcrições, excertos e sublinhados de António Rosa
Obs: Para ser estudado e analisado coma muita atenção pelos leitores.
Eu sei que a maioria dos actuais leitores não têm tempo para ler textos longos,
mas será que queremos realmente aprofundar alguma coisa?
Ou apenas umas frases lindinhas no Facebook?
Eu sei que a maioria dos actuais leitores não têm tempo para ler textos longos,
mas será que queremos realmente aprofundar alguma coisa?
Ou apenas umas frases lindinhas no Facebook?
Os astrólogos actuais podem repartir-se em duas tendências: os racionalistas e os espiritualistas. Os primeiros praticam a astrologia como um meio de conhecimento imediato dos homens. Empoleirada nas técnicas de investigação psicológica do século XIX e XX (psicanálise etc.), essa astrologia recusa as dimensões espirituais esotéricas. E, em suma, a irmã gémea da "medicina de consertos" ocidental, que só conhece o corpo material. Recusando a existência do corpo esotérico e do corpo astral, essa medicina só vê no homem um conjunto de reacções psicoquímicas. Como a medicina derivada das teorias de Pasteur, a astrologia racionalista ignora a finalidade cósmica do homem.
Para os astrólogos da segunda tendência, os espiritualistas, o estudo do tema individual não só descreve o corpo doente, a mente desequilibrada, ou a vida emocional perturbada, como também, mais ainda, esse tema astrológico pode responder às questões fundamentais que o indivíduo se coloca: "Quem sou eu? Para que serve a minha existência? Aonde irei depois de minha morte? De onde vim?"
O astrólogo espiritualista recoloca o homem numa estrutura de espaço e de tempo que esclarece sua finalidade. A astrologia espiritualista ou esotérica é naturalmente reencarnacionista. Seu nível de explicação é muito mais amplo. O tema actual representa apenas uma encarnação, a mais recente, que é a resultante das precedentes... O tema (em particular no momento da morte) chega a dar indicações sobre a próxima encarnação!
Efectivamente, um tema analisado nessa perspectiva "cármica" explica luminosamente os gostos, o temperamento, os defeitos e as qualidades do nativo. Descemos aí a um nível de investigação muito mais profundo do que a psicanálise, já que essa astrologia espiritual reconhece a marca das experiências anteriores sobre o comportamento actual do sujeito. Os traumatismos das vidas anteriores podem ser lidos num tema se o astrólogo é suficientemente competente, e se as faculdades de juízo são suficientemente refinadas.
Sem ser ela uma religião, a astrologia espiritualista é uma espécie de revelação sobre a organização divina do Cosmos. Assim como a "religião" tem algo a ver com "ligar", a astrologia espiritualista nos liga ao "projecto divino". "No começo, Deus criou o céu e a terra"- diz o Génesis. E Deus diz: "Que haja luminárias no firmamento do céu para separar o dia e a noite; que elas sirvam de sinais, tanto para as festas como para os dias e as estações." O estudo dessas luminárias devia ser uma forma de meditação transcendental. Assim praticada, a astrologia desemboca num deslumbramento, enlightment, como dizem os americanos (traduzindo assim a noção de iluminação, cara aos budistas). A astrologia, a cabala, a numerologia, a alquimia, o I Ching, etc. são os arcanos do conhecimento superior.
Esta era também a maneira de pensar dos grandes mestres da Antiguidade. Aí está por que reencarnação e astrologia nunca se opuseram nas civilizações antigas. Caminhavam lado a lado, com toda a naturalidade, como dois tipos de pesquisas paralelas conduzidas simultaneamente pelos sacerdotes e pelos iniciados. Terão eles, entretanto, feito a síntese entre as duas?
No Oriente, sim. No Ocidente é menos nítido. Um enorme número de tradições esotéricas ocidentais, que se transmitiam de boca em boca, perderam-se. Foi o caso do ensinamento dos druidas, por exemplo que, na Gália e na Grã-Bretanha, bem parecem ter coordenado astrologia e reencarnação, como testemunha César.
Um pouco de história
CALDEUS, GREGOS E ROMANOS
Os caldeus, observadores pacientes e apaixonados do céu, criaram a astrologia ocidental. Seus assombrosos conhecimentos astronómicos haviam feito com que descobrissem os planetas, até Saturno, inclusive. Já haviam medido suas revoluções - sideral e sinódica, com uma margem de erro muito pequena, e podiam prever com antecedência sua posição. Eram particularmente bem informados sobre as diferentes fases da Lua, e previam com precisão a volta dos eclipses. Foram eles que, tendo traçado os limites da eclíptica, haviam-na dividido em 12 porções, que se tornaram os "signos do Zodíaco". E como haviam compreendido que certas posições astronómicas pareciam ocasionar de novo os mesmos movimentos (os mesmos traços de carácter), tinham desenvolvido a interpretação simbólica daquelas posições astrais - ou seja, a nossa astrologia.
Mas teriam eles associado esta última à reencarnação? Numa palavra, seriam eles capazes de reencontrar as vidas anteriores através da leitura de um tema? Não se sabe exactamente.
Mestres consumados na arte de prever o futuro, interessar-se-iam pelo passado anterior? Os caldeus não eram certamente, assim como nós hoje em dia, estranhos à noção de reencarnação: Zoroastro parece ter sido herdeiro de uma velha tradição local. E altamente provável que certos sacerdotes-astrólogos iniciados utilizassem a astrologia para conhecer a evolução cármica das almas. Mas nenhum texto ou documento chegou até nós, actualmente.
Os babilónios, que vieram depois dos caldeus, retomaram e desenvolveram amplamente sua ciência, tanto em astronomia-astrologia, quanto em esoterismo. Transmitiram-na aos gregos, de quem a herdamos. Pensa-se que os egípcios não ignoravam de modo algum a astrologia reencarnacionista. Mas seus conhecimentos nesse assunto permanecem tão misteriosos quanto a Esfinge e a Grande Pirâmide...
Quanto aos gregos, um grande número deles, como vimos, acreditavam na transmigração das almas. Mas os filósofos do período clássico que a mencionaram não a ligaram à astrologia caldéia (que só foi vulgarizada tardiamente entre os gregos, no século III antes de Cristo).
Entretanto, Alexandre trouxera brâmanes da sua expedição à índia, intensificando assim os intercâmbios religiosos com o mundo grego. As tradições caldeia e egípcia, assim como a mitologia grega e a influência indiana irão misturar-se para dar aqueles "mistérios" iniciáticos, tão em voga no início da era cristã, mas não parecem ter convergido para criar uma verdadeira escola de astrologia reencarnacionista. Ninguém, no Ocidente, parece ter-se preocupado em coordenar astrologia e reencarnação.
Ninguém, salvo, talvez, os druidas. Mas estes logo vão desaparecer, sem deixar seus ensinamentos. A consciência das vidas anteriores apaga-se pouco a pouco na Europa, a partir do século VII. A astrologia, em compensação, permanece oficial ainda durante mil anos. Mas ninguém lhe pede que seja "reencamacionista". O Ocidente esqueceu tudo...
Nos séculos XVIII e XIX, grande buraco negro: a astrologia, por sua vez, cai num descrédito total. Raros esotéricos, rosacrucianos, alquimistas e cabalistas conseguiram, no entanto, manter viva a chama, por vezes à custa de suas vidas. Eles estarão na origem de um renascimento que só se ampliará no século seguinte. Na Alemanha, Goethe, no entanto, mostrar-se-á convencido da realidade da reencarnação, e se apaixonará pela astrologia. Não estabelecerá, no entanto, a ligação entre as duas.
Enfim, na segunda metade do século XIX, e no início do século XX, irão levantar-se alguns grandes espíritos que se voltarão para as fontes indianas e tibetanas: no Oriente não se rejeitou a reencarnação, nem a astrologia. Melhor ainda, integrou-se uma à outra, com toda a naturalidade! Corajosamente, pioneiros europeus e americanos reintroduzem no Ocidente esses dois espantalhos, "ilusões diabólicas", "especulações perigosas", nascidas de uma "mentalidade pré-científica".
Como me dizia recentemente uma velha senhora: "A reencarnação? Minha filha, é muito perigoso mexer com essas coisas! Não se meta nisso de jeito nenhum. Todos os meus conhecidos que caíram nessa história tiveram os piores aborrecimentos!"
A ASTROLOGIA INDIANA E TIBETANA
Ao leste do Éden, a Árvore do Conhecimento nem sempre foi sufocada. Nas índias, no Tibete, e em outros países do Extremo-Oriente, a reencarnação faz parte da vida quotidiana, assim como também a astrologia. Os astrólogos indianos, quando estudam um tema, têm sempre presente no espírito a "roda das reencarnações". Estimam que têm sob os olhos o "momento" da corrida milenar de uma alma. Nas Índias e no Tibete, não se cogita de empreender uma ascese espiritual sem procurar conhecer os erros das vidas precedentes. Essa busca é feita sob a orientação de um mestre, guru, swami, sishi... que guia o adepto no caminho muitas vezes difícil desse conhecimento.
A astrologia está muito naturalmente integrada nesta busca espiritual. Os astrólogos indianos não trabalham apenas na "análise lógica do tema" - utilizam sem qualquer reticência sua mediunidade para ler ali as vidas anteriores. Assim, o astrólogo indiano é, por princípio, um iniciado e um sábio. Sua função é religiosa.
Sem entrar nos detalhes que veremos mais amplamente na sequência dos capítulos deste livro, apresentaremos a seguir, em termos muito gerais, as configurações pelas quais os astrólogos indianos determinam as vidas anteriores (e futuras) de um nativo. Consideram eles, essencialmente:
O NIDÂNAS
Os "signos do Zodíaco" na astrologia indiana não correspondem exactamente aos nossos, por causa da defasagem entre signos e constelações, devida à precessão dos equinócios. Entretanto, o Zodíaco indiano admite, como o nosso, uma divisão do ano em 12 partes que correspondem às 12 constelações da eclíptica. Cada uma dessas constelações é como uma "porta", por onde entra a alma que se encarna de novo. Cada porta ou "nidâna" corresponde ao desejo, à paixão dominante, que impeliu a alma a se encarnar. Existe uma correspondência simbólica entre os 12 nidânas e os signos do Zodíaco.
Estes últimos são representados num círculo, o Bhava Chakra, ilustração gráfica da roda das transmigrações, e oferecidos sob esta forma à meditação dos fiéis.
0 primeiro nidâna é representado com os traços de uma velha cega, e simboliza a ignorância, a vontade inconsciente que leva a alma a se reencamar. Seu simbolismo lembra o de Áries, ser de desejo, movido por impulsos muitas vezes cegos.
O segundo nidâna é representado por um oleiro modelando a argila. Símbolo do apego às formas da vida física, está muito próximo de Touro.
O terceiro nidâna é representado por um macaco trepando lepidamente numa árvore. Ele simboliza o desejo de conhecimento e uma certa instabilidade, que evocam bem os Gémeos.
O quarto nidâna é representado por uma barca contendo ora apenas um homem, ora uma família. Simboliza o desejo de existir por si mesmo, de ser autónomo. Esse desejo, no Ocidente, nasce no nível de Câncer (que evoca também o Oceano primordial, como a barca).
O quinto nidâna é representado por uma casa vazia, ou por uma máscara humana: simboliza o desejo de exteriorizar o poder dos sentidos, e também a ambição (o que corresponde bem ao Leão).
O sexto nidâna é representado por um casal de esposos, ou por um trabalhador atrás do seu arado. Simboliza o desejo de realização concreta, a fecundação. Corresponde à nossa Virgem (representada no Ocidente com uma espiga de trigo na mão).
O sétimo nidâna é representado por uma figura humana cujo olho foi varado por uma flecha. Simboliza o desejo de ternura e de prazer, as ilusões do coração que terminam na dor. Corresponde a Libra.
O oitavo nidâna é representado por um homem que se embriaga, e por uma mulher segurando uma garrafa de vinho. Simboliza a sede insaciável de gozo, que acorrenta o homem à roda das reencarnações, e corresponde ao Escorpião.
O nono nidâna é representado por um homem colhendo frutos, que coloca num cesto. É o desejo dos bens materiais, o apego às gratificações deste mundo, análogo ao simbolismo de Sagitário.
O décimo nidâna é representado por uma mulher grávida. Ela representa a plenitude da existência material, e a sujeição aos trabalhos terrestres. Este nidâna corresponde a Capricórnio.
O décimo primeiro nidâna é representado por uma criança nascendo. Simboliza o desprendimento que foi adquirido e que dá ao ser o desejo de renascer uma última vez para liquidar todo o seu carma. Essa motivação espiritual corresponde a Aquário.
O décimo segundo nidâna é representado por um cadáver em seu cortejo funerário. Simboliza a dissolução (muito neptuniana) de todos os laços terrestres que aprisionavam o ser. Corresponde a Peixes.
O segundo nidâna é representado por um oleiro modelando a argila. Símbolo do apego às formas da vida física, está muito próximo de Touro.
O terceiro nidâna é representado por um macaco trepando lepidamente numa árvore. Ele simboliza o desejo de conhecimento e uma certa instabilidade, que evocam bem os Gémeos.
O quarto nidâna é representado por uma barca contendo ora apenas um homem, ora uma família. Simboliza o desejo de existir por si mesmo, de ser autónomo. Esse desejo, no Ocidente, nasce no nível de Câncer (que evoca também o Oceano primordial, como a barca).
O quinto nidâna é representado por uma casa vazia, ou por uma máscara humana: simboliza o desejo de exteriorizar o poder dos sentidos, e também a ambição (o que corresponde bem ao Leão).
O sexto nidâna é representado por um casal de esposos, ou por um trabalhador atrás do seu arado. Simboliza o desejo de realização concreta, a fecundação. Corresponde à nossa Virgem (representada no Ocidente com uma espiga de trigo na mão).
O sétimo nidâna é representado por uma figura humana cujo olho foi varado por uma flecha. Simboliza o desejo de ternura e de prazer, as ilusões do coração que terminam na dor. Corresponde a Libra.
O oitavo nidâna é representado por um homem que se embriaga, e por uma mulher segurando uma garrafa de vinho. Simboliza a sede insaciável de gozo, que acorrenta o homem à roda das reencarnações, e corresponde ao Escorpião.
O nono nidâna é representado por um homem colhendo frutos, que coloca num cesto. É o desejo dos bens materiais, o apego às gratificações deste mundo, análogo ao simbolismo de Sagitário.
O décimo nidâna é representado por uma mulher grávida. Ela representa a plenitude da existência material, e a sujeição aos trabalhos terrestres. Este nidâna corresponde a Capricórnio.
O décimo primeiro nidâna é representado por uma criança nascendo. Simboliza o desprendimento que foi adquirido e que dá ao ser o desejo de renascer uma última vez para liquidar todo o seu carma. Essa motivação espiritual corresponde a Aquário.
O décimo segundo nidâna é representado por um cadáver em seu cortejo funerário. Simboliza a dissolução (muito neptuniana) de todos os laços terrestres que aprisionavam o ser. Corresponde a Peixes.
Decanatos, graus e outras subdivisões do Zodíaco
Cada signo do Zodíaco - tanto na índia como no Ocidente estende-se, então, por 30° do céu. Um decanato - um terço de um signo - contém 10º.
Os astrólogos indianos dão muita atenção às subdivisões do Zodíaco; os decanatos permitem, segundo eles, um conhecimento das vidas anteriores; os dwads e os navamsas, subdivisões do decanato e do signo, indicariam mais o desenvolvimento futuro da Entidade.
Cada grau do círculo celeste indica também alguma coisa do carma do nativo. Não desenvolverei aqui esses tópicos - apesar de interessantes - por falta de espaço!
Os astrólogos indianos dão muita atenção às subdivisões do Zodíaco; os decanatos permitem, segundo eles, um conhecimento das vidas anteriores; os dwads e os navamsas, subdivisões do decanato e do signo, indicariam mais o desenvolvimento futuro da Entidade.
Cada grau do círculo celeste indica também alguma coisa do carma do nativo. Não desenvolverei aqui esses tópicos - apesar de interessantes - por falta de espaço!
O Ascendente
É examinado com o maior cuidado. O signo que se encontra situado na XII casa, logo acima do horizonte, é considerado como o signo ascendente da vida precedente. Exemplo: um nativo nascido com o Ascendente Libra tinha o Ascendente Virgem na encarnação precedente; não deve, portanto, causar espanto que ele ainda apresente características de Virgem, sobretudo no início desta vida. A alma percorre, assim, o Zodíaco, experimentando em cada encarnação as possibilidades dos signos, segundo sua progressão.
Os seis mundos
Não se pode compreender a astrologia indiana esquecendo os seis mundos começando por baixo:
- O mundo infernal, que corresponde ao plano de Saturno
- O mundo dos espíritos famintos, que corresponde ao plano da Lua
- O mundo animal, que corresponde ao plano de Vénus
- O mundo humano, que corresponde ao plano de Mercúrio
- O mundo dos Titãs, ou Heróis, ou deuses ciumentos, que corresponde ao plano de Marte.
- O mundo dos deuses, mundo da felicidade e da luz, o mais alto de todos, que corresponde ao plano de Júpiter
O acesso a esses três últimos mundos se faz por um bom carma, ao passo que, ao contrário, um carma pesado obriga a entidade a se reencarnar em um dos três mundos inferiores, onde reina a infelicidade.
As almas passam de um a outro mundo, segundo seus méritos. A astrologia permite ver de que mundo vem o recém-nascido e, ao morrer, em que mundo o indivíduo se reencarnará. O Sol, energia luminosa, forma do Buda, indica, por sua posição no signo e no decanato, como se disse acima, de que mundo vem o nativo.
Resumi muito grosseiramente o ponto de vista da astrologia indiana: os especialistas que me perdoem essa simplificação.
OS PIONEIROS OCIDENTAIS
Os primeiros pioneiros ocidentais da astrologia reencarnacionista foram buscá-la nas índias. Teósofos, antropóssofos, rosacrucianos não ignoram as fontes indianas.
Depois da geração dos pioneiros, outros astrólogos desenvolveram a astrologia esotérica, apoiando-se mais na inspiração mediúnica do que nos textos indianos (Alice Fowler, Irys Vorel, Donald Yott, Charles Vouga). Mas é notável que haja uma convergência entre a inspiração desses pesquisadores e as tradições indianas.
O caso limite é o de Edgar Cayce, que nunca pôs os pés num ashram, nem estudou astrologia indiana, e nem mesmo qualquer tradição reencarnacionista, e que, por sua simples inspiração mediúnica, reencontra valores que a India conservara e que a nossa astrologia esquecera. Aliás, foi a propósito do tema astrológico de seu amigo Lammers que Cayce mencionou pela primeira vez esta evidência que é a reencarnação. Para seu próprio espanto, ele declarou, sob sono hipnótico: "Outrora, ele (Lammers) foi monge." Foi preciso, depois, que Cayce, assim como os astrólogos ocidentais, percorresse um caminho muito longo para chegar à astrologia reencarnacionista aqui apresentada.
As leituras caycianas, evidentemente, contêm um imenso número de comentários astrológico-reencarnacionistas.
Essas referências são totalmente surpreendentes para um astrólogo ocidental "clássico". Entretanto, pôde-se verificar cem vezes a justeza das previsões de Cayce, e também o quanto seus diagnósticos, tanto físicos quanto psíquicos, se mostraram exactos. Pode-se, então, pensar que sua visão astrológica corresponde a uma realidade. A astrologia actual está, aliás, em plena evolução. O materialismo do século XIX lhe cortara as asas: o século XXI provavelmente dará razão a Cayce. Aqueles, dentre os meus leitores, a quem essa questão interessa, podem reportar-se ao excelente livro de Margareth H. Gammon: Astrology and the Edgar Cayce readings, publicado pela ARE (Edgar Cayce Foundation, 1967 e 1973).
A maioria das 2.500 leituras de vidas apresentadas por Cayce entre 1923 e 1945 evocam a reencarnação. Segundo ele, as Entidades permanecem em diferentes épocas no plano terrestre - é o que chamamos de encarnações sucessivas - mas também permanecem em outros planos planetários, entre duas vidas terrestres. Edgar Cayce está longe de ser o único a ter falado nisso. Allan Kardec faz alusão ao assunto: "A medida que os Espíritos se depuram, encarnam-se em mundos cada vez mais perfeitos" (O Livro dos Espíritos, Editorial Angelorum-Novalis).
As Lettres de Christopher, de Rose-Marie Tristam, também falam nisso. Christopher, morto aos 17 anos no naufrágio de um navio torpedeado durante a Segunda Guerra Mundial, retorna depois de morto, regularmente, para falar com sua mãe. Conta-lhe suas actividades nos outros mundos: "Depois de deixar Sirius, visitamos vários satélites em tomo daquele grande centro de luz...". Conta também as expedições a Marte, a Júpiter, a Orion... É bem possível que, depois da morte, os humanos possam realizar com muita facilidade viagens interplanetárias, ou mesmo interestelares!
Albert Pauchard, em seu L'Autre Monde, fala também do "raio de Neptuno", que ilumina "o último contingente de um ciclo solar" - isto é, os que vão nascer entre 20 de Fevereiro e 20 de Março, em Peixes.
Nos Estados Unidos, o famosíssimo médium Arthur Ford falara de suas viagens em "projecção astral" (isto é, saída do corpo físico ou "desdobramento") a outros planetas. Contou mesmo que visitou Arcturus.
Voltando a Cayce, ele diz que as Entidades permanecem em outros planos planetários (ou estelares); ele chama essas permanências de "sojourns". Qual será a finalidade disso? Segundo ele, o plano divino de desenvolvimento das almas humanas prevê para elas uma série de experiências planetárias, para ampliar o campo de seus conhecimentos. Os reencarnacionistas em geral, tanto do Oriente como do Ocidente, estão de acordo: o campo terrestre é demasiado limitado. Devendo a alma chegar ao perfeito conhecimento (já que "nós somos deuses", como diz Paulo), precisa passar por uma grande diversidade de experiências cósmicas. Isso é necessário para a aprendizagem do estado divino!
Segundo Cayce, esses "sojourns" em planos de consciência diferentes são descritos no tema individual pelos planetas, que simbolizam diferentes planos de energia cósmica. Podemos, portanto, ler no nosso tema as experiências planetárias precedentes. Essas vilegiaturas em outros mundos desenvolvem nossas faculdades mentais. Nossas ideias, nossas intuições, nossos conhecimentos inatos, em suma, nossas aptidões intelectuais e imaginativas seriam directamente provenientes das experiências planetárias e siderais. Esses "estágios de formação" em diferentes "lugares" do sistema solar nos dariam nosso dinamismo mental, ao passo que nossa vida emocional seria antes o fruto de nossas encarnações terrestres.
Cayce diz frequentemente: "Tal Entidade chega de Saturno" (ou de Mercúrio, ou de Vénus etc.). Em inglês, entered from Saturn (esta alma alçou voo em Saturno).
Essas viagens interplanetárias que asseguram a "formação contínua" das almas não se limitam ao sistema solar; Cayce faz inúmeras alusões a estrelas como Arcturus (que parece um elevadíssimo lugar espiritual), Sirius, as Plêiades, Rigel, Bellatrix, Betelgeuse, a Polar ou constelações extra zodiacais, como a Grande Ursa, Orion, etc.
Sabe-se que os astrólogos da Antiguidade, e depois os astrónomos árabes, atribuíram uma grande influência às "estrelas fixas". Distinguiam perfeitamente estas últimas das "estrelas errantes", que são os planetas. A astrologia ocidental desconhece - ou simplesmente ignora - essas estrelas fixas, com raras excepções, como Vivian Robson ou Volguine; ou como a astrologia rosacruciana, que sublinha a importância de certas estrelas como Alcione, as Plêiades (constelação de Touro), as Aselli ou Anons (constelação de Câncer), Antares (constelação de Escorpião).
Alice Bailey, outra astróloga reencarnacionista, fala também da influência de Betelgeuse, da Grande Ursa, de Sirius. É óbvio que os astrólogos indianos também não ignoram as estrelas fixas, e sabem que elas encerram grandes mistérios.
Enfim, se Cayce insiste nas permanências planetárias e estrelares detém-se muito pouco nos aspectos entre os planetas, e nos signos do Zodíaco. É que o valor destes, na nossa astrologia ocidental, é alterado pela precessão dos equinócios, de que é imprescindível falar aqui.
UM PONTO IMPORTANTE: OS SIGNOS DO ZODÍACO E A PRECESSÃO DOS EQUINÓCIOS
[Este texto sobre a precessão dos equinócios, à excepção dos restantes é da autoria de António Rosa. Ver aqui.]
Nas páginas que se seguem , trataremos dos planetas nos signos do Zodíaco. Ora, impõe-se um acerto: o astrólogo sério, reencarnacionista ou não, deve levar em consideração a precessão dos equinócios.
O grande público, muitas vezes mal informado sobre a astrologia, pensa que esta se resume aos signos do Zodíaco. "Ah, você é Touro? Como eu gosto desses bichos!" O estudante pôde se dar conta de que os signos do Zodíaco eram apenas uma das "chaves" da astrologia. Os planetas são tão ou mais importantes do que eles! Alguns astrólogos não vêem os signos do Zodíaco senão como um jogo de filtros coloridos: cada planeta nos envia suas vibrações através do filtro do signo zodiacal que as colore.
Por vezes, espantamo-nos: certos nativos só têm poucas características descritas pelos signos... em compensação, comportam-se mais como o signo precedente. Muita gente, ainda assim, espantou-se com o facto de Hitler ter nascido com o sol em Touro - signo pacífico por excelência! Teria sido bem mais lógico que seu Sol estivesse em Áries, signo da guerra, sob a regência de Marte. Ora, é esse o caso... se levarmos em consideração a precessão dos equinócios!
Assim também Luís XIV, que escolhera como símbolo o Sol e se comportou como um verdadeiro Leão, evidentemente não nasceu com o Sol em Virgem - signo do perfeito subordinado! (5 de Setembro de 1638).
Assim o Zodíaco no qual trabalhamos está alterado. Actualmente, as constelações não coincidem mais com os signos do mesmo nome.
Lembro que os astrónomos reagruparam as estrelas fixas em 89 constelações. Esses grupos, evidentemente, são arbitrários. Mas não se podia deixar de rotular o céu, para poder se orientar nele! Ora, o Sol não dá cambalhotas ao acaso nessas 89 constelações: limita-se, comportadamente, às 12 que percorre todo ano, e que constituem, para ele, uma espécie de auto-estrada celeste. A essas constelações os Antigos haviam dado nomes de animais: ignora-se completamente porque... Mas não se deve pensar que fosse pura fantasia: os astrónomos astrólogos da Caldéia possuíam profundos conhecimentos esotéricos sobre o reino animal.
Em suma, o início do ano zodiacal, o "ponto vernal", ou "grau 0 de Áries", deve coincidir com o primeiro dos 12 sectores - ou signos -repartidos no céu no caminho anual do Sol (é a auto-estrada celeste que chamamos de Zodíaco). Esses 12 sectores do céu, de 300 (30x 12 = 360), são baptizados de acordo com os nomes das constelações que devem enquadrar.
Ora, em virtude da percepção dos equinócios, o Sol hoje em dia não nasce mais, no dia 21 de Março, na constelação de Áries. Em 228 depois de Cristo, era assim: o Sol nasceu bravamente, como lhe haviam mandado ao mesmo tempo em Áries-signo do Zodíaco e em Áries-constelação. Depois, pouco a pouco, começou a nascer no fim do signo de Peixes. Os astrólogos, como Ptolomeu, não prestaram mesmo muita atenção nisso: era uma aproximação… O mal é que, hoje em dia, a "aproximação" tornou-se "bem pouco próxima"!
O eixo da Terra gira lentamente sobre si mesmo em 26.000 anos: e é esse fenómeno, chamado "precessão dos equinócios", que faz com que o Sol nasça, todo dia 21 de Março, um pouco mais atrás nos signos.
Em virtude dessa progressiva defasagem, os 12 sectores de 300 repartidos no céu não coincidem mais com as constelações que lhes haviam dado o nome. A defasagem é mesmo tão importante que atinge hoje em dia (em 1983) cerca de 24°.
Os astrólogos indianos conhecem perfeitamente essa defasagem, que chamam de ayanamsa, e que levam em consideração na interpretação dos horóscopos.
Assim, um nativo de 1983, com o Sol a 5° de Escorpião estaria, para os astrólogos de 20 séculos atrás (assim como para os astrólogos indianos actuais) com o Sol a 110 de Libra. Não será de estranhar, então, que em sua juventude ele apresente tantos traços de carácter de Libra.
Essa defasagem progressiva irá levar pouco a pouco o Sol a nascer, em 21 de Março, na constelação de Aquário (mas sempre no signo, isto é, no sector de Áries). Desde o ano 228 da era cristã até agora, o Sol nascera na constelação de Peixes. Irá deixá-la por voltado ano 2 377, para entrar na de Aquário.
Portanto, os astrólogos verdadeiramente honestos, verdadeiramente preocupados com a verdade, deveriam levar em consideração a defasagem ayanamsa em suas interpretações. Uma Lua natal a 6° de Touro, por exemplo, é, no dia do nascimento, o que há de mais Áries!
Cada vez que eu mencionar um planeta (ou um nó) num signo, entenda-se que se trata do signo real, depois de feita a correcção pelo ayanamsa.
Dito isto, a "progressão" dos planetas os faz evoluir através do Zodíaco. Assim, a criança que nasce actualmente com o Sol a 5° de Sagitário, nasceu na verdade em Escorpião - e manifestará as características deste. Entretanto, por progressão de um grau por ano, o Sol, aos 25 anos, entrará no 1ºgrau de Capricórnio. Se subtrairmos o ayanamsa de 24°, esse Sol estará na verdade a 6° da constelação de Sagitário. E então que esse jovem terá um comportamento sagitariano.
Na prática corrente, seria preciso considerar os dois signos, antes e depois da subtracção do ayanamsa.
Os astrólogos da Pérsia antiga, os caldeus e os babilónios levavam em conta esse fenómeno e corrigiam seus horóscopos a partir disso. Mas os egípcios, depois os astrólogos do Baixo Império romano, seus sucessores na Idade Média e depois os modernos esqueceram o ayanamsa, que não pára de crescer de século para século.
Para concluir, a astrologia ocidental comum, actualmente, trabalha sobre bases em parte falsas, a menos que leve em consideração o ayanamsa - cuja tabela para o século XX é apresentada abaixo:
Exemplo muito significativo: o tema de Hitler
Para o seu nascimento, em 20 de Abril de 1889, às 18h21 min., em Braunau am Inn, na Áustria, o Zodíaco habitual dá 0" 48 Touro. Corrigindo a posição do Sol, pela subtracção do ayanamsa, encontramo-lo no início de Áries, a = 7º 48”, o que dá a esse signo de guerra e de fogo toda a sua força.
E A LIBERDADE, O QUE SE FAZ DELA?
A Tradição afirma, desde sempre: Astra inclinant, sed non cogunt, isto é: "Os astros indicam, mas não obrigam." Assim, segundo Tomás de Aquino: “Tudo o que existe na superfície deste mundo sublunar está sujeito à influência dos astros - mas o sábio domina os astros."
Cayce está inteiramente de acordo com essa óptica. Eis o que ele diz, textualmente: "A mais forte influência exercida sobre o destino do homem é, em primeiro lugar, a do Sol, depois a dos planetas mais próximos da Terra, ou então dos que são ascendentes na hora do nascimento. Mas é preciso entender aqui que nenhuma acção, de qualquer planeta, nem as fases do Sol, da Lua ou de qualquer corpo celeste é mais forte do que a vontade do homem."
É, portanto, claro: o sábio domina os astros.
Nenhum astrólogo sério, seja oriental, indiano ou chinês, pensa realmente que sejamos totalmente determinados pelos astros, como se fôssemos fantoches manobrados por alguém.
Só as pessoas que têm noções muito superficiais de astrologia ainda imaginam que ela seja determinista, e que nosso destino estaria organizado de antemão nos seus mínimos detalhes. A "roda das reencarnações", o samsara dos astrólogos budistas, não é uma fatalidade: os textos sagrados indianos afirmam que é preciso sair dela, para isso utilizando nossa liberdade!
Tomás de Aquino manifestou-se a respeito, de modo magistral, em sua Suma teológica (questão 96, "Da Adivinhação pelos astros"): "Quando um médico - diz ele -, à cabeceira de um doente, faz um diagnóstico a partir de determinados sintomas, e depois faz um prognóstico sobre a evolução da doença, diz-se por acaso que ele faz profecias? É evidente que não! Ele apenas exerce sua profissão de médico.
Assim também o astrólogo: ao ver tal ou tal configuração no céu, deduz dela tal ou tal previsão." Tanto o médico como o astrólogo deixam, em seu "prognóstico", uma grande margem para a liberdade do doente (ou nativo). Este último pode, por sua atitude mental, fazer fracassar os prognósticos do médico (ou do astrólogo). Sabe-se de tantos doentes que se deixam morrer, e de tantos outros que ressuscitam pela força de vontade!
Actualizado em 10 Junho 2007
Reorganizado em Janeiro de 2011
por António Rosa
Depois da geração dos pioneiros, outros astrólogos desenvolveram a astrologia esotérica, apoiando-se mais na inspiração mediúnica do que nos textos indianos (Alice Fowler, Irys Vorel, Donald Yott, Charles Vouga). Mas é notável que haja uma convergência entre a inspiração desses pesquisadores e as tradições indianas.
O caso limite é o de Edgar Cayce, que nunca pôs os pés num ashram, nem estudou astrologia indiana, e nem mesmo qualquer tradição reencarnacionista, e que, por sua simples inspiração mediúnica, reencontra valores que a India conservara e que a nossa astrologia esquecera. Aliás, foi a propósito do tema astrológico de seu amigo Lammers que Cayce mencionou pela primeira vez esta evidência que é a reencarnação. Para seu próprio espanto, ele declarou, sob sono hipnótico: "Outrora, ele (Lammers) foi monge." Foi preciso, depois, que Cayce, assim como os astrólogos ocidentais, percorresse um caminho muito longo para chegar à astrologia reencarnacionista aqui apresentada.
EDGAR CAYCE CONFIRMA A REALIDADE DAS PERMANÊNCIAS PLANETÁRIAS
As leituras caycianas, evidentemente, contêm um imenso número de comentários astrológico-reencarnacionistas.
Essas referências são totalmente surpreendentes para um astrólogo ocidental "clássico". Entretanto, pôde-se verificar cem vezes a justeza das previsões de Cayce, e também o quanto seus diagnósticos, tanto físicos quanto psíquicos, se mostraram exactos. Pode-se, então, pensar que sua visão astrológica corresponde a uma realidade. A astrologia actual está, aliás, em plena evolução. O materialismo do século XIX lhe cortara as asas: o século XXI provavelmente dará razão a Cayce. Aqueles, dentre os meus leitores, a quem essa questão interessa, podem reportar-se ao excelente livro de Margareth H. Gammon: Astrology and the Edgar Cayce readings, publicado pela ARE (Edgar Cayce Foundation, 1967 e 1973).
A maioria das 2.500 leituras de vidas apresentadas por Cayce entre 1923 e 1945 evocam a reencarnação. Segundo ele, as Entidades permanecem em diferentes épocas no plano terrestre - é o que chamamos de encarnações sucessivas - mas também permanecem em outros planos planetários, entre duas vidas terrestres. Edgar Cayce está longe de ser o único a ter falado nisso. Allan Kardec faz alusão ao assunto: "A medida que os Espíritos se depuram, encarnam-se em mundos cada vez mais perfeitos" (O Livro dos Espíritos, Editorial Angelorum-Novalis).
As Lettres de Christopher, de Rose-Marie Tristam, também falam nisso. Christopher, morto aos 17 anos no naufrágio de um navio torpedeado durante a Segunda Guerra Mundial, retorna depois de morto, regularmente, para falar com sua mãe. Conta-lhe suas actividades nos outros mundos: "Depois de deixar Sirius, visitamos vários satélites em tomo daquele grande centro de luz...". Conta também as expedições a Marte, a Júpiter, a Orion... É bem possível que, depois da morte, os humanos possam realizar com muita facilidade viagens interplanetárias, ou mesmo interestelares!
Albert Pauchard, em seu L'Autre Monde, fala também do "raio de Neptuno", que ilumina "o último contingente de um ciclo solar" - isto é, os que vão nascer entre 20 de Fevereiro e 20 de Março, em Peixes.
Nos Estados Unidos, o famosíssimo médium Arthur Ford falara de suas viagens em "projecção astral" (isto é, saída do corpo físico ou "desdobramento") a outros planetas. Contou mesmo que visitou Arcturus.
Voltando a Cayce, ele diz que as Entidades permanecem em outros planos planetários (ou estelares); ele chama essas permanências de "sojourns". Qual será a finalidade disso? Segundo ele, o plano divino de desenvolvimento das almas humanas prevê para elas uma série de experiências planetárias, para ampliar o campo de seus conhecimentos. Os reencarnacionistas em geral, tanto do Oriente como do Ocidente, estão de acordo: o campo terrestre é demasiado limitado. Devendo a alma chegar ao perfeito conhecimento (já que "nós somos deuses", como diz Paulo), precisa passar por uma grande diversidade de experiências cósmicas. Isso é necessário para a aprendizagem do estado divino!
Segundo Cayce, esses "sojourns" em planos de consciência diferentes são descritos no tema individual pelos planetas, que simbolizam diferentes planos de energia cósmica. Podemos, portanto, ler no nosso tema as experiências planetárias precedentes. Essas vilegiaturas em outros mundos desenvolvem nossas faculdades mentais. Nossas ideias, nossas intuições, nossos conhecimentos inatos, em suma, nossas aptidões intelectuais e imaginativas seriam directamente provenientes das experiências planetárias e siderais. Esses "estágios de formação" em diferentes "lugares" do sistema solar nos dariam nosso dinamismo mental, ao passo que nossa vida emocional seria antes o fruto de nossas encarnações terrestres.
Cayce diz frequentemente: "Tal Entidade chega de Saturno" (ou de Mercúrio, ou de Vénus etc.). Em inglês, entered from Saturn (esta alma alçou voo em Saturno).
Essas viagens interplanetárias que asseguram a "formação contínua" das almas não se limitam ao sistema solar; Cayce faz inúmeras alusões a estrelas como Arcturus (que parece um elevadíssimo lugar espiritual), Sirius, as Plêiades, Rigel, Bellatrix, Betelgeuse, a Polar ou constelações extra zodiacais, como a Grande Ursa, Orion, etc.
Sabe-se que os astrólogos da Antiguidade, e depois os astrónomos árabes, atribuíram uma grande influência às "estrelas fixas". Distinguiam perfeitamente estas últimas das "estrelas errantes", que são os planetas. A astrologia ocidental desconhece - ou simplesmente ignora - essas estrelas fixas, com raras excepções, como Vivian Robson ou Volguine; ou como a astrologia rosacruciana, que sublinha a importância de certas estrelas como Alcione, as Plêiades (constelação de Touro), as Aselli ou Anons (constelação de Câncer), Antares (constelação de Escorpião).
Alice Bailey, outra astróloga reencarnacionista, fala também da influência de Betelgeuse, da Grande Ursa, de Sirius. É óbvio que os astrólogos indianos também não ignoram as estrelas fixas, e sabem que elas encerram grandes mistérios.
Enfim, se Cayce insiste nas permanências planetárias e estrelares detém-se muito pouco nos aspectos entre os planetas, e nos signos do Zodíaco. É que o valor destes, na nossa astrologia ocidental, é alterado pela precessão dos equinócios, de que é imprescindível falar aqui.
UM PONTO IMPORTANTE: OS SIGNOS DO ZODÍACO E A PRECESSÃO DOS EQUINÓCIOS
[Este texto sobre a precessão dos equinócios, à excepção dos restantes é da autoria de António Rosa. Ver aqui.]
Nas páginas que se seguem , trataremos dos planetas nos signos do Zodíaco. Ora, impõe-se um acerto: o astrólogo sério, reencarnacionista ou não, deve levar em consideração a precessão dos equinócios.
O grande público, muitas vezes mal informado sobre a astrologia, pensa que esta se resume aos signos do Zodíaco. "Ah, você é Touro? Como eu gosto desses bichos!" O estudante pôde se dar conta de que os signos do Zodíaco eram apenas uma das "chaves" da astrologia. Os planetas são tão ou mais importantes do que eles! Alguns astrólogos não vêem os signos do Zodíaco senão como um jogo de filtros coloridos: cada planeta nos envia suas vibrações através do filtro do signo zodiacal que as colore.
Por vezes, espantamo-nos: certos nativos só têm poucas características descritas pelos signos... em compensação, comportam-se mais como o signo precedente. Muita gente, ainda assim, espantou-se com o facto de Hitler ter nascido com o sol em Touro - signo pacífico por excelência! Teria sido bem mais lógico que seu Sol estivesse em Áries, signo da guerra, sob a regência de Marte. Ora, é esse o caso... se levarmos em consideração a precessão dos equinócios!
Assim também Luís XIV, que escolhera como símbolo o Sol e se comportou como um verdadeiro Leão, evidentemente não nasceu com o Sol em Virgem - signo do perfeito subordinado! (5 de Setembro de 1638).
Assim o Zodíaco no qual trabalhamos está alterado. Actualmente, as constelações não coincidem mais com os signos do mesmo nome.
Lembro que os astrónomos reagruparam as estrelas fixas em 89 constelações. Esses grupos, evidentemente, são arbitrários. Mas não se podia deixar de rotular o céu, para poder se orientar nele! Ora, o Sol não dá cambalhotas ao acaso nessas 89 constelações: limita-se, comportadamente, às 12 que percorre todo ano, e que constituem, para ele, uma espécie de auto-estrada celeste. A essas constelações os Antigos haviam dado nomes de animais: ignora-se completamente porque... Mas não se deve pensar que fosse pura fantasia: os astrónomos astrólogos da Caldéia possuíam profundos conhecimentos esotéricos sobre o reino animal.
Em suma, o início do ano zodiacal, o "ponto vernal", ou "grau 0 de Áries", deve coincidir com o primeiro dos 12 sectores - ou signos -repartidos no céu no caminho anual do Sol (é a auto-estrada celeste que chamamos de Zodíaco). Esses 12 sectores do céu, de 300 (30x 12 = 360), são baptizados de acordo com os nomes das constelações que devem enquadrar.
Ora, em virtude da percepção dos equinócios, o Sol hoje em dia não nasce mais, no dia 21 de Março, na constelação de Áries. Em 228 depois de Cristo, era assim: o Sol nasceu bravamente, como lhe haviam mandado ao mesmo tempo em Áries-signo do Zodíaco e em Áries-constelação. Depois, pouco a pouco, começou a nascer no fim do signo de Peixes. Os astrólogos, como Ptolomeu, não prestaram mesmo muita atenção nisso: era uma aproximação… O mal é que, hoje em dia, a "aproximação" tornou-se "bem pouco próxima"!
O eixo da Terra gira lentamente sobre si mesmo em 26.000 anos: e é esse fenómeno, chamado "precessão dos equinócios", que faz com que o Sol nasça, todo dia 21 de Março, um pouco mais atrás nos signos.
Em virtude dessa progressiva defasagem, os 12 sectores de 300 repartidos no céu não coincidem mais com as constelações que lhes haviam dado o nome. A defasagem é mesmo tão importante que atinge hoje em dia (em 1983) cerca de 24°.
Os astrólogos indianos conhecem perfeitamente essa defasagem, que chamam de ayanamsa, e que levam em consideração na interpretação dos horóscopos.
Assim, um nativo de 1983, com o Sol a 5° de Escorpião estaria, para os astrólogos de 20 séculos atrás (assim como para os astrólogos indianos actuais) com o Sol a 110 de Libra. Não será de estranhar, então, que em sua juventude ele apresente tantos traços de carácter de Libra.
Essa defasagem progressiva irá levar pouco a pouco o Sol a nascer, em 21 de Março, na constelação de Aquário (mas sempre no signo, isto é, no sector de Áries). Desde o ano 228 da era cristã até agora, o Sol nascera na constelação de Peixes. Irá deixá-la por voltado ano 2 377, para entrar na de Aquário.
Portanto, os astrólogos verdadeiramente honestos, verdadeiramente preocupados com a verdade, deveriam levar em consideração a defasagem ayanamsa em suas interpretações. Uma Lua natal a 6° de Touro, por exemplo, é, no dia do nascimento, o que há de mais Áries!
Cada vez que eu mencionar um planeta (ou um nó) num signo, entenda-se que se trata do signo real, depois de feita a correcção pelo ayanamsa.
Dito isto, a "progressão" dos planetas os faz evoluir através do Zodíaco. Assim, a criança que nasce actualmente com o Sol a 5° de Sagitário, nasceu na verdade em Escorpião - e manifestará as características deste. Entretanto, por progressão de um grau por ano, o Sol, aos 25 anos, entrará no 1ºgrau de Capricórnio. Se subtrairmos o ayanamsa de 24°, esse Sol estará na verdade a 6° da constelação de Sagitário. E então que esse jovem terá um comportamento sagitariano.
Na prática corrente, seria preciso considerar os dois signos, antes e depois da subtracção do ayanamsa.
Os astrólogos da Pérsia antiga, os caldeus e os babilónios levavam em conta esse fenómeno e corrigiam seus horóscopos a partir disso. Mas os egípcios, depois os astrólogos do Baixo Império romano, seus sucessores na Idade Média e depois os modernos esqueceram o ayanamsa, que não pára de crescer de século para século.
Para concluir, a astrologia ocidental comum, actualmente, trabalha sobre bases em parte falsas, a menos que leve em consideração o ayanamsa - cuja tabela para o século XX é apresentada abaixo:
Exemplo muito significativo: o tema de Hitler
Para o seu nascimento, em 20 de Abril de 1889, às 18h21 min., em Braunau am Inn, na Áustria, o Zodíaco habitual dá 0" 48 Touro. Corrigindo a posição do Sol, pela subtracção do ayanamsa, encontramo-lo no início de Áries, a = 7º 48”, o que dá a esse signo de guerra e de fogo toda a sua força.
E A LIBERDADE, O QUE SE FAZ DELA?
A Tradição afirma, desde sempre: Astra inclinant, sed non cogunt, isto é: "Os astros indicam, mas não obrigam." Assim, segundo Tomás de Aquino: “Tudo o que existe na superfície deste mundo sublunar está sujeito à influência dos astros - mas o sábio domina os astros."
Cayce está inteiramente de acordo com essa óptica. Eis o que ele diz, textualmente: "A mais forte influência exercida sobre o destino do homem é, em primeiro lugar, a do Sol, depois a dos planetas mais próximos da Terra, ou então dos que são ascendentes na hora do nascimento. Mas é preciso entender aqui que nenhuma acção, de qualquer planeta, nem as fases do Sol, da Lua ou de qualquer corpo celeste é mais forte do que a vontade do homem."
É, portanto, claro: o sábio domina os astros.
Nenhum astrólogo sério, seja oriental, indiano ou chinês, pensa realmente que sejamos totalmente determinados pelos astros, como se fôssemos fantoches manobrados por alguém.
Só as pessoas que têm noções muito superficiais de astrologia ainda imaginam que ela seja determinista, e que nosso destino estaria organizado de antemão nos seus mínimos detalhes. A "roda das reencarnações", o samsara dos astrólogos budistas, não é uma fatalidade: os textos sagrados indianos afirmam que é preciso sair dela, para isso utilizando nossa liberdade!
Tomás de Aquino manifestou-se a respeito, de modo magistral, em sua Suma teológica (questão 96, "Da Adivinhação pelos astros"): "Quando um médico - diz ele -, à cabeceira de um doente, faz um diagnóstico a partir de determinados sintomas, e depois faz um prognóstico sobre a evolução da doença, diz-se por acaso que ele faz profecias? É evidente que não! Ele apenas exerce sua profissão de médico.
Assim também o astrólogo: ao ver tal ou tal configuração no céu, deduz dela tal ou tal previsão." Tanto o médico como o astrólogo deixam, em seu "prognóstico", uma grande margem para a liberdade do doente (ou nativo). Este último pode, por sua atitude mental, fazer fracassar os prognósticos do médico (ou do astrólogo). Sabe-se de tantos doentes que se deixam morrer, e de tantos outros que ressuscitam pela força de vontade!
Toda astrologia que negue a liberdade seria totalmente débil. Todo aquele que pretende abusar do seu poder em nome dos astros, aterrorizando o seu consulente, sacudindo-lhe no nariz um destino implacável ("Está escrito no céu"), não é digno do nome de astrólogo.
Actualizado em 10 Junho 2007
Reorganizado em Janeiro de 2011
por António Rosa
.
Ótimo texto para ser publicado em um primeiro dia de retrogradação de Saturno. Valeu! :)
ResponderEliminarAntónio querido!
ResponderEliminarEu li tudinho com muita atenção e MUITO interesse. A numerologia que eu uso como base dos meus estudos tem absolutamente tudo a ver com a astrologia cármica...sinto que uma se entrelaça na outra!.
Quero conversar muito com você sobre isso quando estiver em Portugal!
Creio que será uma experiência fantástica essa troca.
Maravilhoso post. Eu me sinto grata por isso!
Um beijo grandão
Astrid Annabelle
Que aula fantástica!!! Eu acho que daria para todo um semestre! :)
ResponderEliminarenorme abraço***
Que lindo Antonio,
ResponderEliminaradoro a indiana e a tibetana
é assim que vejo a astrologia!!!!
Não conhecia essa designação nidâna da indiana, parecem os simbolos sabianos...
Grata por tão valiosa partilha :)
abração
Oi António,
ResponderEliminareu não li nada ainda risos, só vim te dar um oi hoje!
Abraço!
:) Vou salvar o texto e ler com calma daqui pouquito!
António,
ResponderEliminarExcelente texto! Acabou com algumas dúvidas que tinha. A minha pesquisa continua, por vezes penso certo mas tenho receio de estar a pensar errado. Desfez algumas interrogações que coloco a mim mesma quando pesquiso.
Grata.
Apaguei o comentário anterior porque tinha um erro que só vi depois.
Abraço
Olá querido António, podes não acreditar, mas eu li o texto todo até ao fim, aliás como faço sempre com tudo o que tu publicas.Eu acredito na reencarnação.Obrigada por partilhares connosco tanto conhecimento.Beijocas grande Mestre Ursinho.
ResponderEliminarOi Antônio
ResponderEliminarGostei muito do texto, da parte histórica e da explicação astrologia/reencarnação.
Você também acredita, como você fala no final, que somos donos de nossas dores, de nossos sofrimentos assim como os espíritas falam?
O astrólogo, como o médico faz seu diagnóstico, depende do doente querer ou não viver.
Você pode me explicar mais sobre isso?
As pessoas que nascem com problemas neo-natais, seriam o mesmo caso?
Desculpe-me tanta pergunta. É livre para me responder ou não.
Parabéns pela postagem.
Bjs no coração!
Nilce
Dimitri,
ResponderEliminarÉ como fazer surf com a vida.
Obrigado.
Querida Astrid,
ResponderEliminarTenho andado meio desaparecido, mas agora já me sinto completamente recomposto. Fico muito agradecido pelas suas generosas palavras sobre o texto.
Teremos tempo para conversar quando chegar a Portugal.
Um beijo grande
António
Ezequiel,
ResponderEliminarMuito obrigado, meu amigo. Voltarei a falar no assunto, outro dia.
Abraço
António
Hanah,
ResponderEliminarMuito obrigado por uma opinião tão bonita.
Beijos.
António
William
ResponderEliminarEspero que goste. Não me esqueci de si.
Abraço
Adelaide,
ResponderEliminarAinda bem que lhe foi útil. Tenho mais coisas parecidas no baú. :)))
Abraço
António
Maria de Fátima
ResponderEliminarMuito obrigado por me acompanhares tão de perto. Prometo de neste fim-de-semana visitarei todos os amigos.
Beijo
António
Nilce
ResponderEliminarSim, acredito que somos os donos (responsáveis) pelas nossas dores e também pelas nossas alegrias.
Um dia vou explicar aquino blogue essa parte. Mas resumindo seria assim, mais ou menos: imagine que estava a ver no mapa de alguém que no mês tal haveria o 'potencial' dessa pessoa sofrer um acidente. Aí eu avisava: 'cuidado com a condução, toda a atenção é pouca'. A pessoa depois decide o que fazer. Se não tiver cuidado, como o potencial aponta para um acidente, vai mesmo ter. Se a pessoa escolher ter muiot cuidado e inclusivamente não abusar em nada, não vai passar por nada, talvez apenas um pequeno susto. É o livre-arbítrio de cada um afuncionar.
As pessoas não nascem com problemas neonatais, mas sim com um determinadi karma para cumprir nesta vida. Mas nem tudo é o karma, pois existe o lado bonito da vida que se chama dharma, fruto de vidas antigas muito positivas.
Pergunte sempre tudo o que quiser.
Beijos
António
Antonio...OBRIGADA!!!!!!!!!
ResponderEliminarAlmocei em frente ao PC, sem descolar a atenção por um segundo que fosse! Almoçou o corpo fisico e almoçou a alma também!!
Magistral esta tua abordagem, uma aula preciosa e imprescindível para quem busca compreender a sua essência e a própria essência de tudo o que nos rodeia!
O primeiro contacto que tive com a Astrologia Karmica foi há cerca de 4 anos, e nesse exacta momento foi como se uma peça fundamental de um puzzle gigantesco se encaixasse, permitindo-me um olhar muito mais abrangente sobre a vida...
Vou destacar no Alfa! E vai para a barra lateral do Energia!
Leitura obrigatória e luminosa!!
Fico a aguardar o desenvolvimento dos Decanatos, graus e outras subdivisões do Zodíaco!!
Namasté!
António querido, estou aqui como sempre, encantada.
ResponderEliminarPor toda esta tua capacidade, não só como astrólogo e espiritualista, mas pela facilidade em organizar os temas de modo claro, organizado, estruturado com maestria.
És um mestre.
Neste nosso universo astrológico, conta-se a dedo, exceptuando-se grandes autores astrólogos, aqueles como tu que usam o saber dignamente, sabiamente. Tratas a astrologia analitica e igualmente plena de "devoção".
Não consigo ler um mapa sem analisá-lo pela ótica reencarnacista.
Meu trabalho como terapeuta em vidas passadas, sempre o faço aliado ao mapa natal do cliente. E são claras as evidências(nas regressões que corroboram a linguagem expressa no mapa.
Somos seres que viajamos há muito, muito tempo. Vivenciamos entre-vidas em que somos levados pelos mestres a olhar nosso passado e adquirimos novos aprendizados, e é nos permitido "escolher" como vamos e o "que" vamos resgatar numa próxima vida.
Há beleza e coerência no Universo!
Beijos agradecidos por tudo que de bom me ensinaste.
Sem negar o quanto aprendo com todos, contigo e com Astrid senti penetrar em minha alma, confirmações do qu eu pressinto.
Obrigada!
Beijos carinhosos!
Desculpa-me o testamento.
Culpemos minha casa 3, sim? ;))
AHHH e o destaque do livre arbítrio!! Esse é um ponto fulcral e quem apenas lê os horóscopos das revistas ou crê piamente (por pura falta de conhecimento...ou melhor, ignorância pois mesmo não sabendo nem se interessando em saber, afirmam a pés juntos posições sem qualquer fundamento)que isso é que é a Astrologia não atinge e dificilmente entende...há que explicar e explicar e dizer tudo novamente e mostrar por A + B - ás vezes tenho paciência para isso lol, faz-me lembrar o que digo sempre sobre a minha filha...farto-me de repetir as mesmas coisas mas sei que um dia dará frutos :)
ResponderEliminarNamasté!
Querida Siala,
ResponderEliminarComo bem tomaste nota, excepto uma parte pequena que é minha, o resto é da autora francesa Dorothée Koechlin de Bizemont. O meu trabalho foi apenas o de organizar, escolher, intercalar os textos e dar-lhe ênfase em certas partes que destaquei. Portanto, a tua leitura durante o teu almoço foi em honra de Madame de Bizemont.
Este texto foi distribuído a alunos que tive num breve curso de 6 meses que chamei de «Iniciação à Astrologia Cármica e Espiritual». Fui muito afortunado nessa época, pois eram tantos os alunos (90 pessoas) que foi necessário dividir em 2 turmas, pois eram aulas muito compridas, com 2 intervalos. Mas eram muito dinâmicas: fazíamos rodas, grupos, usávamos cordas de ligação e toda a gente tinha o seu mapa plastificado oferecido por mim.
Foi uma época muito especial para mim, pois criei um site que só os alunos podiam aceder e que foi a génese do site Escola de Astrologia Nova-Lis.
Lembro-me que quando falámos em carma (Saturno) foram 3 aulas seguidas em que juntei as turmas e era um gosto ver aquelas 90 pessoas juntas a interpretarem em conjunto o seu Saturno, por signo, depois por casa e também por aspectos. Foi uma grande catarse colectiva, em que as pessoas na fase em que fazíamos uma meditação ao planeta, tinham regressões espontâneas e contavam as suas histórias e conseguiam comparar com a vida actual.
Trabalhei imenso, pois estimulei toda a gente a usar a internet e os emails. Várias pessoas com mais de 50 anos compraram computadores e actualizavam-se no seu uso para poderem acompanhar os textos que eram colocados no site com 48 de antecedência às aulas e assim, muita informação já estava impregnada na memória das pessoas.
Soube mais tarde que muitos alunos estudam em grupo, pois como a última parte de cada aula era dedicado à interpretação dos seus mapas, foi notável o enorme desenvolvimento que tiveram.
Ainda hoje, guardo belas amizades desse tempo. E muitos dos alunos, aprofundaram a astrologia de tal modo que começaram a dar consultas. Assim, de memória, lembro-me de umas 10 pessoas no activo.
Foi bom relembrar isto tudo.
Muitos beijos
António
Minha querida Maria Izabel,
ResponderEliminarSe há alguém que pratica o que está neste texto, esse alguém é você mesma, pois a sua experiência como terapeuta de vidas passadas permite-lhe ter um riqueza única em informações. Sei bem que a Maria Izabel é uma astróloga reencarnacionista e que pratica.
Também não olho um mapa sem ter em conta os carmas e dharmas de vidas passadas. Mas dependendo dos clientes, sou mais ou menos cauteloso nas explicações. Quando eles entram no consultõrio, imediatamente sinto a natureza da pessoa. E ao que vem.
Recordo-me que entre os anos 2004 e 2006 fiz inúmeras terapias mistas: primeiro, a leitura do mapa, na sessão seguinte fazia as regressões e na última sessão, fazíamos a psicoterapia de ultrapassar os medos desta vida. Foi exaustivo, mas maravilhoso. E foi uma grande aprendizagem.
Também percebi que essa experiência tinha chegado ao fim e, por isso, deixei e fazer as regressões e comecei a fazer astrologia mais psicoterapia. É nessa época que produzo muitos textos e percebi que tinha que diexar tudo isso aberto aos leitores. É o meu dharma a funcionar: Júpiter em Aquário, na 9. Sinto que cumpri.
Por isso sinto a necessidade de diversificar no blogue, para eu próprio aligeirar, para não ficar «mais maluco». :)))
Tenho vários textos sobre astrologia cármica e aos poucos irei pondo aqui no blogue.
Muito e muito obrigado por ter vindo, mesmo sabendo que ainda está na fase de se cuidar e de colocar essa coluna em ordem. Cuida-te muito, minha querida. Estarei sempre por perto.
Bendito trabalho, o que fazes. Bênçãos, muitas bênção.
António
Siala, linda,
ResponderEliminarTento ser o mais respeitoso possível com o trabalho dos astrólogos que fazem previsões por signos, pois quem sou eu para comentar o livre-arbítrio de cada um. E, pessoalmente, já nem ligo, nem acompanho, pois não têm significado especial para mim. Tenho perfeita consciência que essa área não me pertence. Nem imagina sos convites que vou recebendo para fazer essas coisas. O mais recente convite veio de um site para noivas e impunham uma condição: dizer que as raparigas seriam sempre muito felizes. Não aceitei, claro. A pessoa que me convidou ficou ofendida comigo.
Beijos e viva o livre-arbítrio de cada um de nós.
António
Viva, António Rosa. :))
ResponderEliminarMeu Deus, que texto... que grande aula. O que aprendi hoje aqui!!
E vou guardar para reler. Seguramente que ainda não "extraí" tudo.
Aprender é o meu "oxigénio" e aqui no Cova do Urso, sinto-me em casa rodeada de livros maravilhosos.
Também vou divulgar, claro. Fica já a informação.
Estou-lhe imensamente grata por partilhar o seu conhecimento.
Um beijinho num abraço
Filomena
Olá Filomena,
ResponderEliminarSó posso dizer isto: MUITO OBRIGADO.
Beijinho
António
António querido!
ResponderEliminarVoltei para reler...a impressão que tenho é que conheço tudo isso...coisa de louco não é?rsrsss
Hoje tem uma resposta especial no Navegante para você em comentários do último post!
Confira!
Um beijo grande e feliz!
Astrid Annabelle
Olá António, que texto maravilhoso, e que bom saber que houve grandes seres que se empenharam em salvar este conhecimento e que relacionaram a Astrologia com a reencarnação.
ResponderEliminarEu ainda que temha muito para aprender, cheguei até á Astrologia esotérica pela obra de Alice Bailey.
Para mim não faz sentido a astrologia sem a ligar ao plano de desenvolvimento da alma.
Vou imprimir e ler várias vezes
Abraço Grande
Voltei!
ResponderEliminarFalei que eu ia ler!
Li e amei!
Isto dá um enredo de Escola de Samba!
É belo!
Muito profundo!
E requintado!
"António eu alcei vôo em Saturno!"
Cayce...
Alice Beiley era fera!
Acho que uma frase que cabe bem [ara a Astrologia Carmica é: E conhecereis a verdade e a verdade voz libertará!...
Amo!
Sabe o que me fascina, como era possível um conhecimento astrológico tão intenso na Índia...
na África... viemos mesmo das estrelas...
Abração.
Antonio, querido amigo,
ResponderEliminarLi e me encantei com essa verdadeira aula de uma astrologia mais ampla.
Sou espírita e achei mt interessante essa união de energias.
Copiei o texto, pois quero reler e reler com mta calma, pq sou uma aquariana curiosa e mística.
Um lindo fds, bjão
Astrid
ResponderEliminarAdorei isso do 111. Ainda ando a conferir e a sentir. Algo profundo será.
Beijos
António
Rui,
ResponderEliminarMuito grato pelas suas palavras sempre tão gentil.
~
Abraço
António
William,
ResponderEliminar«Isto dá um enredo de Escola de Samba!»
Que bom! Gostei.
Abraço,
António
Querida Ira,
ResponderEliminarAdorei o seu comentário e fiquei a conhecê-la um pouco mais.
Beijos
Antóonio
Quanto tempo não lia nada sobre astrologia e na verdade não estava lendo nada sobre nada.Hoje, estou há algum tempo no seu blog me alimentando de conhecimento.
ResponderEliminarMeu blog vai ficar quieto por algum tempo ,mas não posso deixar de registrar que a boa leitura eu vou fazer de vez em quando.
Um abraço
Olá Antonio
ResponderEliminarMaravilhoso texto, gostei de tudo , principalmente da parte que fala sobre a precessão dos equinócios; em meu bloger falei um pouco sobre a precessão, na postagem sobre "As Sombras das Eras", não foi um texto de aula/estudo, mas de reflexões minhas.
Tenho ainda algumas perguntas a respeito se todos manifestam já o signo/constelação retrográdo em relação ao Zodiaco Trópico, em seus mapas; verifico muito que muitos ainda estão exercendo somente a personalidade do zodiaco trópico(a das estações, a imaginária) e não ainda a do zodiaco sideral (a real, da precessão dos equinócios), quero futuramente, pesquisar mais sobre esse assunto.
Irei postar em meu bloger este seu estudo,colocando a sua autoria. Quero compartilhar com amigos que seguem o meu bloger.
Adoro seus textos e obrigada por compartilhar o seu conhecimento.
Abraços
Luciana
Ola
ResponderEliminarMeu nome eh Helidiana e sou iniciante em astrologia e mais ainda em astrologia carmica .-. Esse texto foi o meu primeiro sobre o assunto e fiqhei especialmente interessada sobre a aynamsa... sou zero grau de peixes em todos os mapas q fiz, mas me identifico totalmente com aquario. Se puder me ajudar sobre o assunto com textos ou indicacoes ficaria grata *-*
Amei o texto *-*
Cheguei aqui do nada e do nada cheguei ao final do texto. O mesmo está tão bem escrito que até eu (uma mera curiosa no assunto) fiquei encantada o quanto o texto nos instiga a estudar, ir atrás de novos conhecimentos, reavaliar nossas aprendizagens, práticas, pensamento...Muito bom mesmo! Parabéns.
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