4 de setembro de 2008

Saturno também ama


O que habitualmente lemos e ouvimos sobre o simbolismo de Saturno resume-se mais ou menos nisto: o mestre, o velho sábio, o eremita, o monge, as pessoas idosas, os avós, os antepassados, o juiz, o agente governamental, o polícia, o professor, o pai, o chefe, o patrão (em simultâneo com o Sol), os inimigos, os falsos amigos.

Por outro lado, as funções associadas a este planeta, também podem ser consideradas assim: delimitação, fronteira, diferenciação, selectividade, contracção, contenção, auto-controlo, realismo, amadur
ecimento, inserção social (como Júpiter, mas com um sentido mais hierárquico e estrutural — baseado no respeito e na adequação às regras e aos valores instituídos), superego, sombra (sentido junguiano), cristalização e materialização, medo e sentimento de culpa, vergonha.

Tudo isto pode ser reduzido a um conceito muito simples: à expressão paterna do «tu deves» ou pela proibição «tu não deves». Um pai, que faz? Ensina e prepara os filhos a percorrerem o caminho estreito da vida. Com amor. Raramente pensamos ou comentamos que Saturno também ama. Muito.

Saturno, num mapa natal, para além de nos ensinar como atravessar o m
edo e nos redescobrirmos enquanto fazedores da nossa própria vida, também nos diz como somos amados pelo nosso pai e como podemos chegar até ele, para encontrarmos a serenidade e segurança necessárias para nos sentirmos inteiros, até criamos a nossa própria estrutura interna.

O meu pai desencarnou quando eu tinha 20 anos. Mas lembro-me bem dele e das muitas formas que senti o seu amor por mim, assim como a sua disciplina. Estudava comigo e ensinava-me as matérias da escola. Insistia para eu não desistir. Nunca me bateu, ao contrário da minha mãe, que me deu muitas tareias e chapadões. Acompanhou-me em numerosas ocasiões difíceis. Seria fastidioso dar aqui mais exemplos. Eu sabia que ele estava «ali». Sempre soube. Talvez o meu quintil Saturno-Sol tenha ajudado a criar uma relação especial com ele. Talvez por se encontrar em Virgem, na casa 4, fui chamado muito cedo a tomar conta da família. Também vejo a casa 4 (e não apenas a 10), como sendo a casa do pai ou do progenitor predominante. Há mães que não deixam os pais exercerem a sua função. Eu sou do tempo em que ainda não se dava a desculpa do filho ser uma criança índigo.

Hoje em dia, sou visto por algumas pessoas muito próximas, como o «patriarca». Outra imagem de Saturno. É uma ideia engraçada.

10 comentários:

  1. António fez bem lembrar, por isso a teoria que o Noel Tyl tem ensinado relativamente ao Saturno Rx faz todo o sentido...a sua relação com a falta de amor "duro", aquele que oferece a mão mas também castiga.

    Abraço

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  2. António,
    aprendi a amar Saturno!
    Há alguns anos atrás, quando passei pelo segundo retorno...
    Como vivi e cresci sem meu Pai de fato...ganhei este super Pai a pouco tempo!
    Maravilhosa sua explanação..bom, eu sou suspeita, uma vez que admiro muito o seu trabalho...
    Um beijo
    Ma Jivan Prabhuta

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  3. Olá Ana Cristina,

    Sem dúvida que é necessário esse «amor firme». Hoje, usa-se a cedência como sinónimo de amor. Um erro estrutural. Escrevi o post porque acordei com a imagem do meu pai.

    Abraço

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  4. Astrid,

    Nós os dois que terminámos o segundo retorno de Saturno, compreendemos bem este companheiro de viagem.

    Muito obrigado pelas belas palavras.

    Beijo

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  5. Bom dia

    Também sabe tocar na ferida, sabia?

    Eu cá continuo a gostar de Saturno.

    Beijinho

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  6. Olá Maria Paula,

    É estruturante e necessário.

    Beijinho

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  7. António esté é sem dúvida o texto mais simpático que li de Saturno, talvez porque tenhas sido tu a escrevê-lo adicionando a tua experiência pessoal, que a meu ver enriquece muito qualquer texto, porque se sente mais.
    Aprende-se a gostar de Saturno, há medida que vamos andando, vamos compreendendo. Não é agradável, mas é sem dúvida necessário. Tenho o meu Saturno em conjunção com o ASC da minha filha, tem-me feito pensar muito, este posicionamento.
    Beijinhos

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  8. Olá Sam,

    Certamente que ela, sendo muito bébe já tenta ser independente. Aguarda que ela cresça e já verás.Por outro lado, é sorte dela ter-te como mãe com esse Saturno tão perto dela. Diz-me, ela é fisicamente parecida contigo, sobretudo quando tinhas a idade dela? :)

    Beijo

    António

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  9. Olá António
    Ela tem exactamente o meu corpo, é igual, quanto aos rosto, às expressões, apesar de ter muito do Pai é muito parecida comigo quando tinha a mesma idade e curiosamente com a minha mãe também.
    Beijinhos

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  10. Sam,

    Muito obrigado pela informação. Confirma com aquilo que eu supnha que acontecesse.

    Beijos

    António

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