3 de setembro de 2008

Filmes da minha vida - Duas irmãs e um rei [The other boleyn girl]


[Scarlett Johansson (Mary) e Natalie Portman (Anna)]

O filme “Duas Irmãs e um Rei” (2008) começa na época da vida de Henrique VIII de Inglaterra [Eric Bana], em que ele vivia torturado pela impossibilidade de sua mulher, a rainha Catarina de Aragão [Ana Torrente], lhe conseguir dar um filho varão. Dos vários filhos legítimos que teve, só sobreviveu Mary, que chegou a reinar cerca de 2 anos. Catarina de Aragão chegara à menopausa, portanto, sem possibilidade de poder dar ao reino um “príncipe do género masculino”. Henrique era um homem ambicioso, déspota, dominado pelos seus desejos, que mudou esta Europa que conhecemos hoje.

Convém relembrar que nessa época, a coroa inglesa praticava o catolicismo e mantinha fidelidade ao Vaticano. No entanto, as ideias protestantes já impregnavam os meios académicos e filosóficos.


O Duque de Norfolk [David Morrissey] como braço direito do rei Henrique, organizou uma caçada real de 2 dias, instalando o rei e a sua numerosa comitiva na mansão de sua irmã, Lady Elizabeth [Kristin Scot Thomas], casada com Thomas Boleyn [Mark Rylance]. Excelentes interpretações, as destes conhecidos autores.

Norfolk não se limitou a organizar a caçada real na propriedade dos Bolena. Arquitectou todo um escorpiónico plano para melhor dominar o rei. Para isso contou com o apoio do cunhado e o desagrado submisso de sua irmã. Os Bolena tinham 3 filhos: Anna [Natalie Portman], Mary [Scarlett Johansson] e George [Jim Sturgess].

Anna e Mary são as figuras centrais deste filme plutónico e têm interpretações absolutamente fascinantes. Apesar de Anna ser a filha mais velha e, portanto, deveria ter sido a primeira a casar-se, os pais Bolena decidiram casar primeiro a filha mais nova, Mary, com um fidalgo rural local, pois as personalidades das irmãs eram bem diferentes e Anna, pela sua inteligência e vivacidade, parecia ter condições para fazer um melhor casamento, podendo, por isso, esperar mais algum tempo.

O plano de Norfolk era simples: Anna Bolena deveria conquistar o rei naqueles dois dias, tornando-se sua amante. Isso faria com que a família Bolena fosse para a corte, em Londres, onde passariam a ser personagens influentes.

Com a chegada do rei à propriedade dos Bolena, os planos do Duque de Norfolk deram uma reviravolta inesperada (Úrano) pois o rei feriu-se nessa caçada devido a um descuido de Anna. É trazido em braços para a mansão dos Bolena, tendo Anna sido imediatamente afastada da presença do soberano. Colocaram a jovem Mary (mesmo casada) a cuidar do rei, que acaba por se interessar por ela, ao ponto de, quando regressa a Londres, ter ordenado que a jovem casada vá para a corte, acompanhada da família, marido incluído. Era assim, naquele tempo. Claro que todos sabiam o que se passaria.

Abandonando a simplicidade da vida no campo, as duas irmãs entram na perigosa e excitante vida da corte e, o que começara por ser uma iniciativa para ajudar a família, transforma-se numa rivalidade impiedosa entre Anna e Mary pelo amor do rei.

[Natalie Portman (Anna) e Eric Bana (Henrique VII) ]

Inicialmente, Mary ganha os favores do Rei Henrique e torna-se sua amante, dando-lhe dois filhos ilegítimos, posteriormente adoptados pelo seu segundo marido, e assim, automaticamente afastados da linhagem real e da condição de herdeiros ao trono. Mas Anna, esperta, intriguista e destemida, consegue afastar tanto a sua irmã como a mulher do Rei, a Rainha Catarina de Aragão, na sua incessante perseguição ao rei.

Embora os sentimentos de Mary por Henrique sejam genuínos, a sua irmã Anna tem os olhos postos no grande prémio - ela não descansará até ser Rainha de Inglaterra. Enquanto as irmãs Bolena lutam pelo amor do rei - uma levada pela ambição, a outra pela afeição genuína - a Inglaterra divide-se. Anna deu uma filha ao rei, mais tarde conhecida como a poderosa Elizabeth I de Inglaterra. Uma filha legítima, depois, considerada bastarda. Elizabeth, depois de terem decepado a cabeça de sua mãe, cresceu e foi educada por sua tia Mary. Creio que a História (com "H" grande) é conhecida por todos.

Já percebemos, portanto, que o filme funciona sob a égide de Escorpião, com a presença constante de Plutão, Sol, Vénus e Marte. Manipulação, poder, secretismos, desejo, sexo…

Um filme maravilhoso.


29 segundos de vídeo.

7 comentários:

  1. António, só li metade, fiquei cheia de vontade de ir ver o filme...:-) depois venho ler com mais calma :-)
    Abraço

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  2. Ana Cristina,

    O filme é óptimo. :) E eu não sei contar uma história em poucas linhas.

    lol

    Até amanhã

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  3. Já te disse que tenho este filme em casa há algum tempo e ainda não o vi? Quem me viu e quem me vê! Mas esta semana já vi um e por tua causa, pelo teu post, "Elizabeth - a Idade de Ouro" e gostei muito. Pela tua descrição, acho que este ainda vou gostar mais.
    Beijinhos

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  4. Samsara,

    Este, enquanto filme, é melhor que o Elizabeth.

    Pelos vistos já tens computador.

    até amanhã

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  5. Boa noite

    António

    A história é fascinante! Vou ver se arranjo um tempinho para ver o filme.

    Já coloquei o exercício no Fórum e agora vou estar ausente uns dias. Serão poucos mas é o que se pode arranjar.

    Volto só para o final da semana que vem.

    Até breve.

    Abraço

    Adelaide Figueiredo

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  6. Adelaide, bom dia

    Tenha umas boas férias. Já vi o seu exercício. Esta semana temos várias pessoas a participarem.

    Até daqui a uns dias.

    Abraço

    António

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  7. António
    Tenho que te agradecer porque me estás a "obrigar" a ver os filmes com as tuas excelentes descrição e associações à Astrologia.
    Já vi o filme e adorei, como disseste muito Plutão, ui!
    Bjs.

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