27 de fevereiro de 2011

Parlamento português aprovou por unanimidade mais protecção para os animais errantes no plenário desta sexta-feira, dia 25 de Fevereiro.

Animais abandonados e errantes apanhados e enviados para os canis.

Nos comentários do post surgiu a dúvida sobre a palavra «errantes», quando habitualmente ouvimos falar apenas em «abandonados». Os abandonados, se não forem recolhidos, tornam-se errantes e, por sua vez, podem criar ninhadas que se que habituam a viver nas ruas.

Texto do informativo «Esquerda.net»

«Projecto de Resolução do «Bloco de Esquerda» para uma nova política de controlo das populações de animais errantes foi aprovado por unanimidade no plenário desta sexta-feira, dia 25 de Fevereiro.

Projecto estabelece o fim da política de abates em canis, direitos para animais que não têm dono e aposta na esterilização.

O Bloco levou à votação um projecto de resolução que recomenda ao Governo uma nova política de controlo das populações de animais errantes de forma a contrariar a realidade dos centros de recolha oficiais, mais conhecidos como canis e gatis municipais. Segundo o Bloco, no país segue-se uma política de abate sistemático dos animais errantes para controlo das populações, uma “política que contraria a Convenção Europeia para a Protecção dos Animais de Companhia e os princípios para o bem-estar animal.

Bloco aponta que esta política nem sequer é eficaz para o controlo das populações errantes, como revelam os dados da Direcção-Geral de Veterinária (DGV) que comprovam que o número de cães e gatos errantes continua a aumentar. Entre 2006 e 2009 foram recolhidos pelos municípios mais 10 mil animais devido ao aumento da população.

O método do abate encontra-se também ultrapassado como método de controlo da raiva e outras zoonoses, diz o Bloco, lembrado que é um método desaconselhado pela própria Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela World Society for Protection of Animals (WSPA) pelos maus resultados obtidos, defendendo estas instituições a prática da esterilização como alternativa a apostar.

Neste sentido, o Bloco propõe que o Governo seja activo na promoção de uma política de não abate, reforçando a fiscalização e licenciamento dos centros de recolha oficiais, prevendo meios para a sua capacitação em termos de alojamento e tratamentos médico-veterinários, promovendo a esterilização dos animais errantes recolhidos como método eficaz do controlo das populações, em especial dos não reclamados nos prazos legais.

Além disto, o Bloco também propõe que os animais a cargo de associações de protecção dos animais ou de detentores em incapacidade económica possam aceder a tratamentos médico-veterinários, nomeadamente a prática de esterilização, a preços simbólicos, nos centros de recolha oficiais.
Mais direitos para animais que não têm dono

Outra das medidas propostas é uma campanha de sensibilização contra o abandono dos animais e de promoção da adopção responsável e a promoção de programas RED (Recolha, Esterilização e Devolução) em colónias de animais de rua estabilizadas.

Para isto deverá instituir-se o conceito de “cão ou gato comunitário" com o fim de garantir a protecção legal dos animais que são cuidados num espaço público limitado, cuja guarda, alimentação e cuidados médico-veterinários são assegurados por uma parte de uma comunidade local de moradores.»

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17 comentários:

  1. Eu tenho três cadelas. Duas delas foram abandonadas, ainda filhotes, no meu portão - a Luli e a Lolita-, A outra - a Olga Maria - è filha da Lolita e foi rejeitada pela mãe numa ninhada de dez.
    Não quero imaginar em abates de animais.
    Parabéns pela iniciativa do Partido.
    Um abraço, António.

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  2. Errantes é igual a abandonados? Acho essa designação errada, porque errantes são os homens, por abandonar os animais. Coitados, olha os olhinhos cheios de espectativas. Mas que poxa!!

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  3. Já poderei dormir na rua descansado, (que sucede por vezes, por impossibilidade alcoólica de ir para casa). bom domingo

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  4. Oh I want to take them all home! How could anyone desert them.
    I'm glad the government are offering more protection for abandoned animals.

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  5. A Luma sentiu exatamente o que eu senti querido António!
    Quem são os errantes?
    Parabéns aos defensores dos animais!
    Nada mais justo.
    Beijo grande para um dia excepcional.
    Astrid Annabelle

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  6. Bom dia António

    Uma medida que urgia necessária. Espero que não fique apenas no papel.

    Mas o trabalho não tem apenas de partir por aqui. Todos somos responsáveis, de uma maneira ou de outra.

    Exigirá muito de nós, um enorme acerto frente a crise que agrava muito o orçamento das famílias e por consequência na decadência dos cuidados dos animais.

    Não julgo isso pois como sabes viver onde vivo e trabalhando profissionalmente, vejo muitas famílias em dificuldades. No entanto todos devemos informar, consciencializar que os animais têm direitos e que é "apenas" uma questão de nós, sabermos se o podemos ter ou não e lhe proporcionar uma vida condigna.

    Aqui no CVHB, foram já vários os animais que acolhemos, silenciosamente e por uma questão de filosofia, procedemos à castração e despiste de Leishmaniose. Depois sim, tentemos encontrar um novo dono.

    Para além de ter 2 animais pós recuperação negligenciados pelos donos que ficaram por cá...

    Tentemos Todos fazer um pouco melhor, e de certo que Todos terão direito à vida...

    Bem-Hajas pela notícia.
    Beijo

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  7. Paulo,

    Acredito que é uma boa iniciativa. Em minha casa só vivem animais adoptados, que foram abandonados.

    Abraço

    António

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  8. Luma

    Errantes não é igual a abandonado.

    É natural que surja a dúvida sobre a palavra «errantes», quando habitualmente ouvimos falar apenas em «abandonados». Os abandonados, se não forem recolhidos, tornam-se errantes e, por sua vez, podem criar ninhadas que se que habituam a viver nas ruas.

    Faz-me sempre muita impressão ver estes animais neste estado.

    Beijo

    António

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  9. Taxi,

    Bom domingo para si. Não beba muito!!!

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  10. Leah,

    Muito obrigado por ter vindo e pela sua solidariedade. Vai valer a pena.

    Beijo

    António

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  11. Olá Astrid,

    É natural que surja a dúvida sobre a palavra «errantes», quando habitualmente ouvimos falar apenas em «abandonados». Os abandonados, se não forem recolhidos, tornam-se errantes e, por sua vez, podem criar ninhadas que se que habituam a viver nas ruas.

    Com a crise que se vive em Portugal, cada vez há mais animais abandonados ou que não são tratados devidamente.

    Beijos

    António

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  12. Olá Maria Paula,

    Na tua condição de veterinária com clínica deves ter muitos casos de abandono. Mas também é necessário pensar nos errantes, que são muitos, como sabes.

    Gostei mito do teu testemunho.

    Beijos

    António

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  13. Parece-me ser uma excelente medida. Vamos esperar que seja psta em prática.

    Beijinhos

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  14. Você sabe António, que em um tempo lá trás, recolhemos uma cadelinha já na condição de errante, pois havia sido abandonada...tinha até coleira.
    Cuidamos dela e tentamos achar um novo dono, só não sabíamos que estava esperando sete lindinhos!
    E, num dia 13 de Maio, dia de grande chuva, deu à luz com a minha ajuda. Faltava falar.Para encurtar a história o último filhote, uma fêmea ficou presa e foi um Deus nos acuda para nascer.
    Essa tal nenê, que chamei de Pretinha, viveu conosco em família por dezesseis anos...uma grande companheira!!!
    Temos obrigação de cuidar desses animais!E nada, nada mesmo é por acaso!!!!
    Mais beijinhos
    Astrid Annabelle

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  15. Olá mais uma vez António! Sem dúvida, uma grande vitória para os animais e para todos os humanos que os amam... Votos de uma boa semana para ti... e para os teus animais!

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  16. É bom ver que políticas de suporte a animais de rua estão crescendo em todo mundo. Meu cachorro também é adotado e não troco por nada

    abs

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  17. Bom dia,

    São muito boas notícias!!! Como diz a Maria Paula Ribeiro, esperemos que não fique no papel. Vamos estar atentos e, se não se tornar Lei, poderemos sempre criar grupos de pressão para que passe à prática.

    Quero, ainda, salientar o seguinte em relação à crise. Se é um facto que muitas pessoas abandonam os seus animais por julgarem que assim estão a cortar nas despesas, também conheço, aqui em Queluz, pessoas que, quase não tendo o que comer, andam à noite pelas ruas a alimentarem os animais errantes... Como o conseguem? Há algo MAIOR nestas pessoas que agem assim. Deveriam ser exemplos para os que se acham incapazes...

    Um grande abraço, <3

    Filomena

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