Deixem-me dar-vos um exemplo que todos compreenderão: como posso comparar uma canja de galinha com um arroz de cabidela, que como sabem é feita com galinha ou frango? É possível esta comparação? Não. Como este texto não é para discutir as diferenças entre Astronomia e Astrologia, nem vou continuar por este caminho.
Num mapa astrológico estão representados dez corpos celestes genericamente designados por "planetas". Oito deles são, de facto, planetas: Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter, Saturno, Úrano, Neptuno e Plutão. Fazem parte do Sistema Solar, tal como a própria Terra. Quanto aos outros dois objectos celestes, chamados 'planetas' em astrologia, temos: o Sol, que é uma estrela, como todos sabemos; e a Lua que é o satélite do nosso plaaneta. Estes dois corpos celestes, em astrologia, recebem a designação de luminárias, por emitirem luz. No entanto, por uma questão prática, dizemos que são planetas.
Alguns astrólogos utilizam também o planeta Terra como factor de interpretação. Outros incluem no mapa corpos celestes não planetários, nomeadamente, estrelas fixas, asteróides e planetóides, dos quais Quíron é o mais conhecido e comentado. No simbolismo astrológico, os planetas representam diversas funções ou aspectos da natureza humana, de acordo com a sua posição relativa no Sistema Solar e de acordo com a mitologia que lhe está associada.
Diz-se que um planeta "está" num determinado signo. Por exemplo: Mercúrio está em Capricórnio. Significa isto que, visto a partir da Terra, o planeta Mercúrio (ao qual foi atribuída uma determinada carga simbólica) está a passar por uma área específica da abóbada celeste, o signo de Capricórnio (que, por sua vez, tem também um simbolismo associado).
Se compararmos um mapa astrológico a uma peça de teatro, podemos considerar os doze signos como outros tantos papéis ou formas de ser (energias arquetípicas). Nesta comparação, os planetas seriam os actores que representam esses papéis. As casas seriam o espaço cénico onde se desenrola a acção da peça teatral. Finalmente, os aspectos representam a interacção dos actores (planetas). A tal peça de teatro (mapa astrológico) pode ser um história suave, agradável ou pode estar carregado de tintas fortes e densas. Como numa peça teatral, tudo é movimento, energia a funcionar e, tal como a própria vida, nenhum drama teatral é sempre intenso, do início ao fim, tal como uma comédia, também não está sempre a provocar gargalhadas aos espectadores. Há uma energia em movimento, com altos e baixos.
No exemplo dado mais atrás - Mercúrio está em Capricórnio -, diríamos que o planeta Mercúrio está, simbolicamente, a representar o papel de Capricórnio. Mercúrio está associado, entre outras coisas, à comunicação e à aprendizagem, mas, estando em Capricórnio, adquire contornos especiais próprios daquele signo. Capricórnio está associado à reserva, sobriedade e vontade de agir no colectivo. Assim, a capacidade de comunicar e de aprender de Mercúrio está tingida pela reserva e pela sobriedade de Capricórnio. A maneira de pensar é estruturada, prática e concreta com um senso de estratégia apurado. Não é um Mercúrio doidivana.
Vamos tentar estudar o Sistema Solar no seu todo.
O Sistema Solar como Modelo do ser Humano.
O Sistema Solar como Modelo do ser Humano.
O princípio «o que está em cima é como o que está em baixo» recorda-nos que o Homem é, do ponto de vista simbólico, um reflexo do próprio Sistema Solar. Podemos, assim, encarar o Sistema Solar como um ser vivo gigantesco, cujos "órgãos" ou funções estão representados pelos planetas e outros objectos celestes, sempre em movimento permanente.
No centro do Sistema Solar encontramos o Sol. Tal como a consciência humana se expressa através de diferentes formas, também a energia solar se diferencia através dos planetas. A posição relativa de cada planeta define a função que simboliza.
Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol. Liga a consciência central (Sol) ao exterior (o resto do Sistema). Define a forma como apreendemos o Universo e, por consequência, a forma como comunicamos.
A seguir a Mercúrio encontramos Vénus. Representa a nossa capacidade de qualificar (dar valor) a algo exterior a nós. É, por isso, frequentemente associado aos relacionamentos amorosos (só podemos gostar daquilo ou de alguém que valorizamos).
É na Terra que são vividas todas as experiências perceptivas e valorativas da Humanidade. É nela que as funções representadas pelos planetas se expressam. Representa o campo de experiência, o campo da vivência concreta.
Na órbita da Terra temos a Lua. Simboliza a receptividade, a sensibilidade ao exterior. Funciona também como um "amortecedor" das experiências físicas, indica os mecanismos de defesa, hábitos, acomodações e instintos. Representa os condicionamentos, a ilusão da forma. A experiência concreta (Terra) está protegida pela Lua, mas é por ela limitada e condicionada.
Seguidamente encontramos Marte, o primeiro planeta exterior. Simboliza todos os movimentos para "fora", a acção, a actividade exterior, a agressividade, a actividade guerreira e sexual.
Passamos depois para o domínio de Júpiter. Relaciona a esfera pessoal com a esfera social, faz a ponte entre o indivíduo, como ser separado, e os outros seres humanos. Simboliza expansão, o alargar das fronteiras pessoais.
Complementando Júpiter temos Saturno. Simboliza a estrutura, a contenção. Marca o limite da experiência pessoal e social. É o construtor das formas. Define e dá existência material a todas as coisas. É o que restringe o Homem, o fecha em estruturas rígidas, o aprisiona e limita aos factores que já consciencializou. Júpiter e Saturno são os planetas sociais.
Úrano, Neptuno e Plutão são os planetas invisíveis a olho nu. Levam-nos para além dos limites da vivência humana "normal", para lá da personalidade. São os Planetas Transpessoais, que vêm "desafiar" a personalidade.
Úrano é um apelo mental e ideológico. Representa a inovação, o inesperado, o original, o novo, o excêntrico, a individualização e a globalização. Neptuno representa um apelo emocional. É um anseio de absoluto e de transcendência. Simboliza a empatia, a dissolução do ego, o Amor Universal. Plutão, último planeta conhecido, representa um apelo físico, "visceral", de transformação. Vem destruir ("matar") os padrões não funcionais do ego e fazer emergir ("renascer") tudo o que está oculto no inconsciente.
Muito bom, Antonio! Como leiga no assunto, este texto me esclareceu aspectos que não entendia muito bem!
ResponderEliminarPrá variar, se auto-superando!
Grata.
Ótima Semana!
Tania Resende
Olá António, fiquei a entender mais um pouco.Beijocas.
ResponderEliminarExcelente texto, aprendi imenso. Grata :)
ResponderEliminarAprendi mais um pouco e muito bem.
ResponderEliminarMuito obrigado António querido!
Mais um post notável.
Um beijo para um lindo dia.
Astrid Annabelle
Muito bom! gosto de aprender coisas novas e consigui assimilar muita coisa desse post...
ResponderEliminarPARABÉNS querido! bjoxxxxxxxxx no coração!
Muito bom. Gostei muito...
ResponderEliminarUm abração!
Olá Antonio,
ResponderEliminarIsso explica que o mercurio é que manda nos pensamentos... Eu nunca me identifiquei com as ideias do signo Balança, que é o meu signo solar, aliás sempre achei um pouco fútil na verdade, embora tenha muitas coisas de balança entre as quais o facto de detestar conflitos e considerar-me uma pessoa que gosta de justiça. No entanto o meu mercurio está em Escorpião e realmente a maneira como penso é como um escorpião, sempre atraí amigos escorpiões e nos davamos lindamente.
Muito obrigado mais uma vez pelo exclarecimento maravilhoso.
Um bem haja
Querida Tânia
ResponderEliminarMuito agradecido pelas palavras tão gentis. Sempre estimulando a que nos superemos.
Beijos
António
Maria de Fátima
ResponderEliminarUm beijinho e um grande abraço.
António
Olá querida Astrid
ResponderEliminarNeste momento, já não tenho mais posts em reserva, e a verdade é que nem sei em que pensar. Este fim-de-semana o passado veio todo cá para fora e instalou-se no FB. Fico muito feliz em saber que as pessoas estão a gostar de estarem no álbum «Autores de blogues amigos». Mas ainda faltam tantos... Vai-se fazendo, não é?
Beijos
António
Diogo, meu querido
ResponderEliminarMuito agradecido pelas suas palavras tão simpáticas.
Grande abraço
António
Paulo,
ResponderEliminarUm grande abraço.
Espreite aqui, pois você está lá, com os outros amigos:
http://www.facebook.com/album.php?id=1017777385&aid=2079401
Grande abraço
António
Minha querida Mercúrio em Escorpião,
ResponderEliminarComo muito bem sabe, a astrologia não falha. Nós, seres humanos, sim, falhamos nos nossos caminhos, mas isso não tem mal, pois é apenas aprendizagem.
António
Gaspas
ResponderEliminarUm beijinho de agradecimento.
António
António,
ResponderEliminarGostei da lição. Simples e elucidativa.
Desejo-lhe uma óptima semana.
Abraço
Melhor explicado, impossível!!!! Tudo fica claro com a luz do dia, na forma como colocou.
ResponderEliminarBelo trabalho, meu querido!!! Como sempre!!!
abraço
Uma verdadeira aula, que tomei a liberdade de imprimir! Não costumo ler nada sobre o assunto em jornais e revista e, o que tenho aprendido é por aqui!! Boa semana! Beijus,
ResponderEliminarOlá Adelaide,
ResponderEliminarMuito obrigado pela apreciação.
Abraço
António
Marcelo
ResponderEliminarGrande abraço, meu amigo.
António
Luma
ResponderEliminarGratidão foi o que senti ao ler as suas palavras.
Beijo
António
Óptima lição! Parabéns!
ResponderEliminarSucinto, claro, objectivo. Só não percebe quem não quer.
Abraço
ManDrag
ResponderEliminarMuito obrigado. Um comentário assim de quem sabe muito, é muito bom de receber.
Abraço
António
António Rosa,
ResponderEliminarMais uma magnífica aula...
Vou divulgar por todos os meus meios.
Ultimamente tenho usado muito a expressão " Na divulgação pode estar a solução".
Emprego-a mais uma vez!!
Um abraço bom :))
Filomena
Filomena,
ResponderEliminarAgradecer-lhe aqui, também.
Beijinho
A.