Por muito impacto que «Avatar» tenha tido nas bilheteiras de todo o mundo, foi o mais económico «Estado de Guerra» a triunfar em grande na 82ª cerimónia de entrega dos Óscares, com seis estatuetas douradas: Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Argumento Original, Melhor Som, Melhor Efeitos Sonoros e Melhor Montagem. Kathryn Bigelow protagonizou um momento histórico ao ser a primeira mulher a conquistar o Óscar de Melhor Realização, que recebeu das mãos de Barbra Streisand, como vemos na foto acima.
«Avatar», um dos favoritos à vitória, teve de se contentar com três estatuetas em categorias técnicas: Melhores Efeitos Visuais, Melhor Fotografia e Melhor Direcção Artística.
O filme ganhador: Estado de Guerra
Se a guerra é um inferno, porque é que tantos homens escolhem lutar? Numa era em que os exércitos consistem não em recrutados mas em voluntários, e os homens de boa vontade se entregam à acção militar, muitas vezes a adrenalina da batalha é uma potente e sedutora atracção, até mesmo um vício.
«Estado de Guerra» é um intenso retrato de uma elite de soldados que tem um dos mais perigosos empregos no mundo: desarmar bombas em pleno combate.
Quando um novo sargento, James, assume o comando de uma equipa altamente treinada em desmantelamento de bombas, no meio de conflitos violentos, ele surpreende os seus dois subordinados, Sanborn e Eldridge, ao mergulhá-los sem prudência num jogo mortal de combate urbano. James comporta-se como se fosse indiferente à morte. À medida que os homens lutam para controlar o seu novo líder, a cidade explode num absoluto caos, e James revela a sua verdadeira personalidade de uma forma que irá para sempre mudar estes homens.
«Foi apenas a quarta mulher a receber uma nomeação para o Óscar de Melhor Realização e à quarta foi de vez. No Dia da Mulher olhamos para a senhora de armas do momento no cinema, Kathryn Bigelow.
»Lina Wertmüller, Jane Campion e Sofia Coppola antecederam-na na nomeação, mas foi mesmo Kathryn Bigelow quem fez história na cerimónia dos Óscares. Para além do seu filme, «Estado de Guerra», ter vencido seis Óscares, incluíndo o de Melhor Filme, ela voltou para casa com a estatueta dourada para Melhor Realização, tornando-se na primeira mulher a consegui-lo.
»Bigelow parecia ter toda a plateia a torcer por si e até dois apoiantes improváveis tinha afirmado publicamente a vontade de a ver ganhar. Um deles, o ex-marido, James Cameron, que reclamava para o seu «Avatar» o prémio de Melhor Filme, mas «oferecia» a Bigelow o de realizadora. O outro, Quentin Tarantino, que afirmou não ter votado em si próprio para o prémio mas sim na cineasta norte-americana.»
"Estado de Guerra" (Port) / "Guerra ao Terror" (Brasil) -
"The Hurt Locker", de Kathryn Bigelow
"The Hurt Locker", de Kathryn Bigelow
«E ela não é uma cineasta qualquer. É a mulher da Sétima Arte que mais aborda temas em que a condição masculina está em primeiro plano. Temas duros, explosivos, sem a doçura que geralmente se associa às mulheres.
»Bigelow começou carreira como pintora e entrou no mundo do cinema por via da arte, estudando depois teoria e crítica cinematográfica na Universidade de Columbia, com professores como Susan Sontag.
»Após algumas experiências sem grande consequência, a primeira longa-metragem que realizou a solo, o «neo-western» de vampiros «Depois do Anoitecer» (1987), foi um «flop» de público mas agradou à crítica e tornou-se desde então um êxito de culto. Seguiu-se o filme policial «Aço Azul» (1990), com Jamie Lee Curtis como polícia novata em perseguição de um assassino, mas o primeiro grande sucesso de Bigelow chegou com «Ruptura Explosiva» (1991), com Keanu Reeves e Patrick Swazye. Os «100% de adrenalina pura» que o último reclamava no filme podiam ser aplicados ao trabalho de Bigelow: as suas películas são sempre vertiginosas na encenação da acção, notáveis na construção de ambientes de tensão e muito cuidadas no plano visual.
»Um dos produtores de «Ruptura Explosiva» foi James Cameron, então casado com Bigelow e este ano seu rival na conquista do Óscar. O realizador escreveu e co-produziu o filme seguinte da cineasta, «Estranhos Prazeres» (1995), que, como quase todos os da carreira da realizadora, desenvolveu desde então um fenómeno de culto.
»Após tentar o drama com «Tempestade no Mar» (2000), Bigelow assinou o «flop» «K-19» (2002), cujo fracasso levaria a que só voltasse à cadeira de realizador em 2009 com «Estado de Guerra». O regresso, contudo, foi em beleza, com um filme sobre o desarmamento de bombas no Iraque que se tornou de longe o seu maior êxito de crítica, que tem sido um dos maiores arrebatadores de prémios da temporada e que, depois de ontem, a tornou na primeira mulher a ter um Óscar que até então apenas pertencia aos homens.»
»Bigelow começou carreira como pintora e entrou no mundo do cinema por via da arte, estudando depois teoria e crítica cinematográfica na Universidade de Columbia, com professores como Susan Sontag.
»Após algumas experiências sem grande consequência, a primeira longa-metragem que realizou a solo, o «neo-western» de vampiros «Depois do Anoitecer» (1987), foi um «flop» de público mas agradou à crítica e tornou-se desde então um êxito de culto. Seguiu-se o filme policial «Aço Azul» (1990), com Jamie Lee Curtis como polícia novata em perseguição de um assassino, mas o primeiro grande sucesso de Bigelow chegou com «Ruptura Explosiva» (1991), com Keanu Reeves e Patrick Swazye. Os «100% de adrenalina pura» que o último reclamava no filme podiam ser aplicados ao trabalho de Bigelow: as suas películas são sempre vertiginosas na encenação da acção, notáveis na construção de ambientes de tensão e muito cuidadas no plano visual.
»Um dos produtores de «Ruptura Explosiva» foi James Cameron, então casado com Bigelow e este ano seu rival na conquista do Óscar. O realizador escreveu e co-produziu o filme seguinte da cineasta, «Estranhos Prazeres» (1995), que, como quase todos os da carreira da realizadora, desenvolveu desde então um fenómeno de culto.
»Após tentar o drama com «Tempestade no Mar» (2000), Bigelow assinou o «flop» «K-19» (2002), cujo fracasso levaria a que só voltasse à cadeira de realizador em 2009 com «Estado de Guerra». O regresso, contudo, foi em beleza, com um filme sobre o desarmamento de bombas no Iraque que se tornou de longe o seu maior êxito de crítica, que tem sido um dos maiores arrebatadores de prémios da temporada e que, depois de ontem, a tornou na primeira mulher a ter um Óscar que até então apenas pertencia aos homens.»
Texto daqui: Sapo Cinema.
Hoje comemora-se o Dia da Mulher.
Pois é Antonio, Gostei do premio, só senti os Bastardos Inglórios não ter levado nada.
ResponderEliminarbeijos
António bom dia!
ResponderEliminarVim na certeza de encontrar este post...
Então VIva as Mulheres!
Parabéns a você também pelo excelente post.
Beijo
Astrid Annabelle
Ângela
ResponderEliminarOs Bastardos levaram o ator coadjuvante, o que foi muito bom.
Beijo
Astrid
ResponderEliminarFoi uma forma interessante de falar no Dia da Mulher.
Foi muito curioso ter sido uma mulher a ganhar o Oscar e bem merecido.
Beijo
gostei muito que ela ganhou e ele não!
ResponderEliminarSerginho,
ResponderEliminarA minha vontade que ela ganhasse era tanta que tinha este post 90% feito, a aguardar... :)))
merecido! bjs meu amigo!
ResponderEliminarCris
ResponderEliminarBeijo, minha querida.